Análise de alvenaria de blocos de gesso com termografia infravermelha no ensaio de choque térmico
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Resumo
O polo gesseiro do Araripe possui uma abundante reserva natural de gipsita, matéria prima do gesso que é um material cada vez mais utilizado na construção civil em revestimentos e alvenarias. Ele possibilita a economia de tempo e dinheiro devido sua fácil instalação e baixo custo. Também apresenta melhor resistência mecânica, isolamento térmico e acústico quando comparado à alvenaria cerâmica tradicional (SOBRINHO et al, 2011). Por outro lado, os produtos de gesso são bastante vulneráveis à ação da água. Quando utilizado em alvenarias externas de locais com condições desfavoráveis onde há alta precipitação e baixa exposição ao sol pode acarretar na diminuição da sua durabilidade. A utilização desse material é regulamentada pelos requisitos estabelecidos na norma de blocos de gesso para vedação vertical NBR 16494 (2017), mas a falta de material técnico dificulta a aprovação dos usuários (SANTOS et al, 2018). Por isso, a norma de desempenho NBR 15575-4 (2013) tem como objetivo estabelecer critérios que garantam o bom funcionamento dos sistemas, a exemplo da durabilidade com o ensaio de choque térmico. Nesta pesquisa utilizou-se da termografia infravermelha, uma técnica comprovadamente eficiente e prática na avaliação de manifestações patológicas em fachadas, com o objetivo de analisar o comportamento de uma alvenaria de blocos de gesso durante o primeiro ciclo do ensaio de choque térmico. A alvenaria foi construída em pórtico metálico em dimensões 1,60 m x 2,35 m com blocos de gesso do tipo standard de 100 mm de espessura. O ciclo consiste em uma exposição ao calor à temperatura de 80ºC durante 1 hora e, posteriormente, o resfriamento com jatos d’água até a temperatura se estabilizar com o ambiente. A termografia registrou a face oposta ao aquecimento assim que o equipamento foi ligado, no instante que a temperatura se estabilizou em 80ºC e após 30 min e 60 min de exposição ao calor. Durante o resfriamento, somente a face interna foi acompanhada, pois a ação da água na face externa impossibitou as leituras. Com isso, embora sem degradações na alvenaria, foi possível visualizar a transferência de calor principalmente através do gesso cola e mais intensamente no centro da alvenaria. Também foi confirmado a capacidade da termografia infravermelha em avaliar infiltrações com o surgimento de manchas de umidade na face interna nove minutos após a abertura do registro. O aparecimento de novas manchas e sua progressão também foram registrados ao longo do resfriamento.
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Edição
Seção
Engenharia Civil
Referências
SOBRINHO, C. W. A. P., BEZERRA, N. M., COSTA, T. C. T., SILVA, C. B. A.. Divisórias internas de edifícios em alvenaria de blocos de gesso - vantagens técnicas, econômicas e ambientais. Instituto de Tecnologia de Pernambuco, 2011.
SANTOS, A., RAMOS, N.M.M., MAIA, J. & DELGADO, J.M.P.Q. Hygrothermal performance of Brazilian gypsum walls. Journal of Building Physics, p. 1744259118779021, 2018.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 16494. Bloco de gesso para vedação vertical - Requisitos. Rio de Janeiro, 2017.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15575-4. Desempenho de edificações habitacionais. Rio de Janeiro, 2013.
SANTOS, A., RAMOS, N.M.M., MAIA, J. & DELGADO, J.M.P.Q. Hygrothermal performance of Brazilian gypsum walls. Journal of Building Physics, p. 1744259118779021, 2018.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 16494. Bloco de gesso para vedação vertical - Requisitos. Rio de Janeiro, 2017.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15575-4. Desempenho de edificações habitacionais. Rio de Janeiro, 2013.