Estudo para uso parcial do resíduo do bioetanol celulósico ao cimento em argamassas

Resumo

O uso de subprodutos industriais como materiais de construção não convencionais é uma opção para diminuição da degradação ambiental e agregar valor econômico aos meios de produção (BENATTI, 2008). Esta pesquisa visa analisar a viabilidade técnica da substituição parcial do cimento pelo resíduo gerado na produção do bioetanol celulósico de segunda geração. Foram estudadas composições do concreto auto adensável (CAA) e concreto convencional vibrado (CC), totalizando oito composições diferentes, C1 a C8, ajustando a substituição parcial dos diferentes resíduos ao cimento, a inclusão de aditivos químicos superplastificante (SP) e plastificante (P) e uma razão água/ligante (a/l) = 0,50, sendo a mistura de ligante uma combinação de cimento CP III 40 RS e 2,5% de resíduo, que foi seco em estufa e destorroado (Rseco), queimado para a obtenção de cinzas (Rcinza) e, posteriormente comparado com os resultados da lignina oriunda da produção de celulose e papel (Rlignina), estudada por Calado et al. (2018). No estado fresco foram feitos ensaios de agulha de Vicat para o tempo de início e fim de pega e determinação do índice de consistência. No estado endurecido, foram aplicados ensaios de resistência à compressão e de durabilidade através de absorção de água por capilaridade, ascensão capilar e índice de vazios. Com base nos resultados obtidos, estabeleceu-se que: Rseco e Rlignina tiveram maior tempo de início de pega na ausência de aditivos químicos e Rcinza e Rlignina mantiveram boa atuação de retardamento do tempo de início de pega na presença de SP e P; Em relação à consistência e durabilidade, houve viabilidade do uso dos três resíduos possuindo ou não aditivos químicos; Rlignina aos 90 dias apresentou resistência superior à composição de referência C2 com a presença de SP e P; Ocorreram mudanças previstas no desempenho se comparado com os valores obtidos nas composições de referência adotadas.