Desempenho térmico de componentes de vedação em alvenaria: cálculo das propriedades térmicas

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Débora Vieira Muniz
Yêda Vieira Póvoas
Pedro Igor Bezerra Batista

Resumo

Diante da relevância que o desempenho térmico tem assumido no setor da construção civil, torna-se necessário um maior estudo acerca dos materiais e das tecnologias utilizadas. No Brasil, a regulamentação dos critérios para que as construções garantam um desempenho térmico mínimo satisfatório é feita pela NBR 15220 – Desempenho térmico de edificações e pela NBR 15575 – Edificações habitacionais - Desempenho. A NBR 15220-2 estabelece os procedimentos para o cálculo das propriedades térmicas de elementos e componentes de edificações enquanto a NBR 15575-4 apresenta os requisitos e critérios para a verificação dos níveis mínimos de desempenho térmico. Sendo assim, o presente estudo tem como objetivo definir os valores da transmitância (U) e da capacidade térmica (CT) e avaliar o desempenho térmico de protótipos de paredes compostos pelos Sistemas de Vedação Vertical Externa (SVVE) usuais na Região Metropolitana do Recife. A metodologia da pesquisa consiste na confecção de quatro protótipos de paredes de diferentes composições (tijolos cerâmicos maciços, tijolos cerâmicos 8 furos, blocos de concreto e blocos de gesso hidrofugado) e na aplicação dos métodos de cálculo estabelecidos pela NBR 15220-2 para obtenção dos valores das propriedades térmicas. Através da interpretação dos resultados, além da verificação dos requisitos de desempenho, é possível realizar a análise do comportamento térmico. De acordo com os resultados, entre os quatro protótipos, o único que apresentou desempenho térmico mínimo (M), segundo os requisitos da NBR 15575 para os valores de U e CT, foi o protótipo de parede de blocos de gesso hidrofugado. Além disso, obteve o menor valor de transmitância térmica (U = 2,19 m²K/W), representando uma maior barreira à passagem de calor em relação aos demais. Em seguida, vieram o de tijolos cerâmicos 8 furos (U = 2,75 m²K/W), o de blocos de concreto (U = 3,28 m²K/W) e o de tijolos cerâmicos maciços (U = 3,78 m²K/W). Em relação à capacidade térmica, o protótipo de blocos de concreto apresentou o maior valor (CT = 160 J/m².K), representando o sistema que necessita de mais energia para variar sua temperatura. Na sequência, vieram o de tijolos cerâmicos maciços (CT = 140 J/m².K), o de blocos de gesso hidrofugado (CT = 84 J/m².K) e o de tijolos cerâmicos 8 furos (CT = 44 J/m².K). Estes resultados se justificam pelas diferentes espessuras dos blocos e tijolos, pela existência ou não de câmaras de ar não ventiladas e pelas relações existentes entre a transmitância térmica com a condutividade térmica e entre a capacidade térmica com a densidade.Palavras-chave: Desempenho térmico; Propriedades térmicas; NBR 15220; NBR 15575 

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Seção
Engenharia Civil
Biografia do Autor

Débora Vieira Muniz, Escola Politécnica de Pernambuco - Universidade de Pernambuco

Estudante de Iniciação Científica na área de Materiais de Construção Civil, 22 anos, cursando o 9º período de Engenharia Civil na Escola Politécnica de Pernambuco.

Referências

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15220. Desempenho térmico de edificações. Parte 1 - 5. Rio de Janeiro, 2005.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15575. Edificações habitacionais – Desempenho. Parte 1 - 5. Rio de Janeiro, 2013.