Comparativo de emissões de dióxido de carbono entre diferentes métodos construtivos – Estudo de caso em obras do Recife
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Resumo
A Política Nacional de Mudanças Climáticas, instituída pela Lei nº 12.187 estabelece uma meta para redução das emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) até 2020 englobando vários setores da economia brasileira, incluindo o da construção civil. Este cenário cria um novo desafio para as empresas, onde é necessário criar novas estratégias para incluir as práticas sustentáveis nas suas atividades (SILVA D.; SILVA J.; KOHLMAN RABBANI, 2017). Objetiva-se estimar os índices de emissões de dióxido de carbono equivalente (CO2eq) para edificações verticais de uso comercial e residencial, utilizando Avaliação de Ciclo de Vida e comparar as emissões de GEE de diferentes métodos construtivos para identificar os procedimentos menos poluentes. Foram analisados 20 empreendimentos da cidade do Recife/PE pertencentes a uma empresa incorporadora de grande porte que atua na região Nordeste. A quantidade de edifícios analisados foi definida de acordo com a disponibilidade de dados completos dos materiais solicitados nas obras através do sistema de gerenciamento empresarial que integra os dados de operações de compra e recebimento da empresa. O sistema foi implantado na construtora em 2011, limitando a coleta de informações para os empreendimentos executados entre 2011 a 2017. A estimativa das emissões de GEE foi realizada através de inventários encontrados na bibliografia existente, calculados com base na Avaliação do Ciclo de Vida Energético (ACVE) que consiste em levantar o conjunto de insumos energéticos para a fabricação e transporte de materiais (ZHANG; WANG, 2016). Para a etapa de fundações encontrou-se um índice de emissões de 445,76 kgCO2/m para estacas tipo hélice contínua, 343,29 kgCO2/m para estacas metálicas e 185,96 kgCO2/m para estacas de argamassa para melhoramento de solo. No serviço de alvenaria, as obras que utilizaram bloco de gesso nas vedações internas possuíam um indicador de 19,21 kgCO2/m², contra 33,85 kgCO2/m² das obras que utilizaram tijolo cerâmico. No revestimento externo, observou-se que as edificações que possuíam a fachada composta de pastilha cerâmica tinham o índice de 101,25 kgCO2/m², enquanto os com pastilha cerâmica com áreas parciais de pele de vidro possuíam índice de 64,16 kgCO2/m², contra 40,15 kgCO2/m² do único prédio que apresenta pele de vidro como revestimento externo e 26,73 kgCO2/m² do empreendimento revestido com Chapa de Alumínio Composto (ACM). Dessa forma, é correto afirmar que os métodos construtivos exercem influência nas emissões de GEE podendo chegar a uma redução, no caso das obras estudadas, de até 73,60% das gerações de CO2eq do serviço dependendo do método e materiais escolhidos.
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Edição
Seção
Engenharia Civil
Referências
SILVA, D. G. C.; SILVA, J. D. J. C.; KOHLMAN RABBANI, E. R. Importância do estudo da sustentabilidade nos cursos de graduação e pósgraduação de Engenharia Civil: estudo de caso em IES de Pernambuco. Principia, João Pessoa, v. 1, p. 150-156, 2017.
ZHANG, Z.; WANG, B. Research on the life-cycle CO2 emission of China’s construction sector. Energy and Buildings. v. 112, p. 244-255, 2016.
ZHANG, Z.; WANG, B. Research on the life-cycle CO2 emission of China’s construction sector. Energy and Buildings. v. 112, p. 244-255, 2016.