Design Centrado no Ser Humano: Uma Revisão da Literatura

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Flavio Secco Fonseca
Arianne Sarmento Torcate
Maíra Araújo Santana
Juliana Carneiro Gomes
Gabriel Miranda de Souza
Amanda Suarez
Giselle Machado Moreno
Wellington Pinheiro dos Santos

Resumo

Tecnologias e projetos voltados à área da saúde, por mais avançados tecnologicamente que sejam, tendem a beneficiar populações muito específicas, que na maioria das vezes já possuem os recursos e estruturas apropriados (Fisher et al. 2020). Neste contexto de necessária inclusão, o Human-Centered Design (HCD) surge como uma abordagem criativa, adaptável e que foca nas reais necessidades dos indivíduos, oferecendo a oportunidade de desenvolver produtos inovadores e soluções orientadas ao paciente, além de resolver questões complexas que afetam tanto condições clínicas quanto resultados coletivos de saúde pública (Aifah et al. 2020). A partir desse ponto de vista, pode-se entender o HCD como uma ferramenta para resolução de problemas, através da crença de que as pessoas que os enfrentam são aquelas que possuem os melhores mecanismos para solucioná-los (IDEO ED. 2015). Iniciando por meio da compreensão genuína de um desafio, dos fatores humanos e das circunstâncias que o rodeiam, o HCD faz-se uma metodologia de projeto que destaca o relacionamento ativo de todas as pessoas afetadas por ele. Esses protocolos de design podem ser vistos como um kit de ferramentas que miram o problema sob diferentes perspectivas, as chamadas “três lentes do desejo”,  que agem interligadas e possuem como objetivo em comum as pessoas que necessitam da solução. A primeira lente refere-se ao desejo, que em outras palavras representa as reais necessidades do usuário. A segunda lente, da praticabilidade, busca analisar questões técnicas e organizacionais, e por fim, a terceira lente da viabilidade averigua se a solução é viável financeiramente. Sob a ótica dessas lentes, três etapas devem ser levadas em consideração, são elas: i) Ouvir de forma empática as necessidades dos usuário; ii) Criar soluções que atendam as reais necessidades dos indivíduos e iii) Implementar as soluções considerando o meio em que vivem, ou seja, a sustentabilidade financeira e social que os rodeia. Diante dos benefícios e potenciais citados, o HCD vem sendo amplamente utilizado em diversas áreas médicas (Chen et al. 2020), desde de planos para saúde pública ao desenvolvimento de dispositivos digitais que visem a promoção do bem estar e melhoria da qualidade de vida de pessoas. Desse modo, diante da compreensão do potencial atrativo que carrega o HCD, o presente estudo tem como objetivo desenvolver uma revisão da literatura recente que relaciona-o a práticas e tecnologias voltadas à saúde. Os resultados obtidos através da análise de sete trabalhos mostram uma convergência para a importância de equipes multidisciplinares no processo de design, de modo que, com isso, se possa identificar melhores oportunidades e suprir as lacunas inerentes a projetos que lidam com o humano. Além disso, também é enfatizado sobre a relevância dessa abordagem na coleta de informações e compreensão do tema,  para que possa assim ser tratado de forma integral. Outra  questão recorrente a três dos artigos pesquisados está relacionada às estratégias de financiamento e as questões de auto suficiência dos projetos, como requisitos importantes para implementação em comunidades com poucos recursos e onde a saúde pública é deficitária. Destacam-se ainda a relevância da implementação do HCD desde as etapas iniciais da pesquisa, enquanto o custo de mudança ainda é baixo. Em contrapartida, uma observação feita no decorrer das análises, mostra que nem sempre os trabalhos são claros quanto às etapas e ciclos do HCD que foram utilizados, tendo como foco, quase sempre em expor os resultados obtidos com o uso da referida metodologia. Por fim, são diversos os benefícios em aplicar o HCD em projetos na área da saúde, sendo que alguns pontos se sobressaem, como por exemplo i) contemplar as reais necessidades dos pacientes nas ferramentas desenvolvidas, tornando-as realmente úteis; ii) reduzir ou suprir a lacuna existente entre desenvolvedores e usuários; iii) considerar o contexto econômico e a diversidade cultural dos envolvidos para o desenvolvimento de uma solução realística; iv) Implementar soluções tecnológicas ou não, tal como a promoção de campanhas que visem a prevenção de doenças, como também a identificação de fatores que contribuem para a ineficiência de tratamentos.

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Seção
Engenharia da Computação e Sistemas