Uso de Resíduos da Construção Civil (RCC) para Melhoramento de Solos Colapsíveis

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Francisco Cardoso dos Santos Neto
Stela Fucale Sukar
Silvio Romero de Melo Ferreira

Resumo

A cadeia produtiva da construção civil, desde à preparação de atividades iniciais da terraplenagem à produção, o uso efetivo das instalações e a manutenção das edificações depende de um fluxo constante de materiais. Sabe-se que suas perdas, desperdícios e impactos causados pelo grande volume de extração de matérias primas são inúmeras. Diante disto, a reciclagem dos Resíduos da Construção Civil (RCC) surge como uma maneira sustentável de diminuir os problemas causados por sua geração. Além desta questão dos resíduos, o intenso crescimento populacional traz consigo uma demanda por novas moradias, onde poderão ser edificadas em áreas, por exemplo, com ocorrência de solos colapsíveis. São áreas que podem sofrer com a falta de resistência dos solos, pois apresentam comportamento particularizado quando submetidos a determinadas condições de umidade, resultando em uma brusca e significativa redução do volume, ocasionando danos às edificações. Esta pesquisa tem como objetivo analisar o uso de RCC como alternativa para melhoramento de solo colapsível, por meio de misturas nas proporções de 10%, 30% e 50% de adição do resíduo ao solo. No programa experimental foram realizadas a coleta e preparação das amostras investigadas além dos ensaios de caracterização física (análise da composição gravimétrica, granulometria, densidade real e compactação) e mecânica (edométricos simples e duplos) no RCC, solo e nas misturas, a fim de se conhecer as propriedades destes materiais e a influência da adição de RCC na redução da colapsibilidade do solo. Conforme resultados obtidos, na composição gravimétrica do RCC, observou-se que o principal constituinte foi o material cinza composto por concreto e argamassa (35,66%) e o proveniente de tijolos cerâmicos (31,16%), que classifica o resíduo como material misto. O solo é essencialmente arenoso com cerca de 90% de areia, com fração argilosa de 7,27% e praticamente sem silte (3,0%). O solo é mau graduado (Cu < 5%). É não líquido e não plástico se enquadrando no grupo SP-SM (areia fina siltosa mal graduada), na classificação do SUCS. O valor do peso específico aparente seco máximo é de 18,5 kN/m3 e umidade ótima de 7,3%. A adição do resíduo ao solo melhorou sua granulometria, deixando-o mais uniforme. Observou-se que o ensaio de compactação teve maior influência na amostra de RCC, o que provocou uma quebra significativa de suas partículas melhorando sua uniformidade, deixando-o mais graduado. As umidades ótimas das amostras, em geral, apresentaram aumento de acordo com o acréscimo de RCC, enquanto o peso específico seco máximo quase que se manteve igual em todas as misturas sendo maiores que a do RCC pesquisado.

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Seção
Engenharia Civil