O Uso dos reservatórios de acúmulo e retardo em área de lote no Recife-PE

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Rodrigo Cezar Sales Silva
Marcos Barbosa
Roberta de Melo Guedes Alcoforado

Resumo

As medidas compensatórias estão dentro da abordagem sustentável para o manejo e gestão das águas pluviais, com a função de reparar os efeitos da impermeabilização do solo no escoamento superficial em bacias urbanas (BAPTISTA et al., 2011). Para Jesus et al. (2019), existem várias medidas que podem ser utilizadas para controle dos escoamentos, e as mais difundidas possuem enfoque em técnicas de armazenamento (reservatórios de detenção, retenção e em lote) e de infiltração (telhado verde, vala de infiltração, pavimento permeável, trincheira de infiltração, entre outros). Neste sentido, o trabalho avalia a implementação da Lei Municipal Nº 18.112 (RECIFE, 2015), como uma medida compensatória em drenagem urbana num empreendimento do bairro da Boa Vista, no centro da cidade do Recife, com área de 50.427,89 m². Dentre os instrumentos de controle de escoamento superficial apresentados na Lei, foi analisado o uso de reservatórios de acúmulo e retardo para lotes urbanos. Além da aplicação dos reservatórios, foram calculadas as vazões de escoamento superficial para um cenário pós-reforma no empreendimento, com o aumento da sua área verde. Num comparativo entre as condições atuais do empreendimento com a pós-reforma, notou-se que o aumento da área verde proposto no projeto de requalificação do lote reduziria em 11% as vazões máximas aportadas para o sistema público de drenagem. Quando utilizado o reservatório de acúmulo com 110,91 m³, observou-se que, para eventos de chuva com recorrências de 2 e 5 anos, as reduções de volume de escoamento são da ordem de 13,40% e 11,30%, respectivamente, e a redução do coeficiente de escoamento de cerca de 25%. Tal medida ainda serve para que a água acumulada possua um uso posterior, porém nos meses em que não houver precipitação com regularidade, o reservatório tende a ficar vazio, se tornando uma área subaproveitada e necessitando de manutenção regular. Para o reservatório de retardo com 756,42 m³ e orifício de 0,10 m, obteve-se uma vazão de restrição de 0,126 m³/s, quando as vazões máximas calculadas no lote pós-reforma foram de 0,92 m³/s e 1,22 m³/s para recorrências de 2 e 5 anos, respectivamente. Neste estudo, pôde-se constatar que a equação fornecida pela Lei não é adequada para o dimensionamento de orifício dos reservatórios de retardo, visto que a fórmula de Chézy/Manning é recomendada para uso em condutos livres dimensionados como canais, resultando em grandes diâmetros. Assim, ressalta-se a necessidade de uma revisão na equação fornecida para dimensionamento do orifício, evitando prejuízo na aprovação de projetos.

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Seção
Engenharia Civil