A presença da monitora na aprendizagem dos alunos em época de ensino da Química totalmente remoto

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Mikaelle Silva
Lúcia de Fátima Pereira

Resumo

Nestes últimos anos a pandemia da COVID-19 foi responável por uma taxa de evasão acadêmica de 14,7%  e com isso o mundo foi desafiado a se reorganizar, reinventar e estabelecer novas relações sociais, com a prática da monitoria não foi diferente. Sabendo disto, este projeto apresenta um estudo sobre a presença da monitora na aprendizagem dos alunos em época de ensino da Química totalmente remoto onde a forma de ministrar a disciplina passou por mudanças que demandaram uma adaptação dos professores e dos alunos às condições apresentadas. A monitoria é um dos programas de apoio ao ensino oferecidos nas instituições de ensino como a Universidade de Pernambuco que destina instigar o interesse do aluno pela docência, por meio da atuação em atividades relacionadas ao ensino e tem como objetivo promover o auxílio no desenvolvimento de uma disciplina apoiando o processo de aprendizagem. Sendo considerada a ministração da componente currícular e a monitoria realizadas na modalidade de ensino à distância (EAD) o objetivo geral do projeto aprovado pelo Programa de Fortalecimento ao ensino (PFA) é avaliar a presença da monitora na aprendizagem dos alunos em época de ensino da Química totalmente remoto e o que esta presença trás de significante para os três atores do processo: o professor, o monitor e o aluno. Os objetivos específicos seguem a mesma vertente sendo estes o estudo dos novos métodos que monitoria deve considerar na modalidade de ensino remoto, a verificação da importância de monitores com conhecimento no mínimo básico de informática, o reconhecimento das atribuições trazidas pela monitoria para a vida acadêmica da monitora atuante, a análise do aumento da eficácia no desenvolvimento das atividades pedagógicas remotas pelos professores graças ao apoio da monitora e a revisão da importância da orientação dos professores na atividade da monitoria. A pesquisa se trata de um estudo qualitativo de caso, mas que também buscou obter dados concretos conhecendo a importância atribuída à presença da monitora na prática, onde todas as atividades como a apresentação de lista de exercícios sobre os assuntos abordados pela componente curricular foram realizadas pela monitora e orientados pela professora da disciplina. Segundo Costa et al. (2020), o ensino remoto de emergência aproxima-se da educação à distância (EAD) ao usar a tecnologia na mediação do processo, distanciando-se principalmente no aspecto temporal, uma vez que aquele deve ocorrer em tempo real, com possibilidade de interação online com o professor. Com esta ideia em mente, os conteúdos da componente curricular se dividiram em duas partes, a teórica e a prática. A parte teórica do curso foi organizada com aulas assíncronas, listas de exercícios, debates em fóruns e webquests com os textos e vídeos organizados pelas professoras com auxílio da monitora, em caso do surgimento de dúvidas estas eram postadas no ambiente virtual, na forma de mensagens e remotamente por emails respondidos pelas professoras após debates com a monitora. A parte experimental foi acompanhada pelos alunos na forma de apostila (com roteiro sobre os experimentos), vídeos sobre os mesmos, (gravados no laboratório da Escola Politécnica de Pernambuco) e listas de exercícios sobre todos os experimentos juntamente com seus devidos gabaritos. Dentre as tantas vantagens alcançadas na realização do projeto, é inevitável pontuar a contribuição da monitoria para o desenvolvimento acadêmico e social da monitora atuante como também o aprofundamento nos assuntos propostos pela disciplina através de orientações, pesquisas, dentre outros métodos. Para Natário (2010), o intuito é que esta proporcione uma aprendizagem múltipla, e o fortalecimento dos laços entre professor orientador, discentes matriculados na disciplina e instituição, assim como a integração entre ensino, pesquisa e extensão. Os dados coletados em relação a aprovação, desistência  e participação dos alunos sem dúvida mostram que as vantagens da presença de uma monitora para auxiliar a ministração da componente curricular se estendem por todos os participantes do processo. No semestre remoto foi registrado um número de cerca de 70% dos alunos com notas acima de sete, enquanto que no semestre posterior já em modo presencial e sem monitores apenas 59% dos alunos do curso de engenharia civil, 49% dos alunos dos cursos de engenharia de computação e de telecomunicações e 33% dos alunos dos cursos de engenharia elétrica (Eletrônica e Eletrotécnica) obteram notas maiores que a média sete. Mesmo com as dificuldades de adaptação foi possível aproveitar a trasmissão de conhecimento da melhor maneira e anida analisar o impacto social associado ao projeto já que os estudos se expandiram do âmbito estritamente acadêmico para o âmbito social quando sem dúvidas os alunos, professoras e monitora foram afetados pelas complicações de viver uma pandemia e tentar manter a exelência acadêmica e profissional. Notou-se que os alunos valorizam a presença do monitor dentro do ambiente acadêmico, seja este físico ou virtual, justamente por se sentirem de certa forma mais a vontade na presença deste.
Palavras-chave: Química;Monitora;EAD;Alunos
Referências
BERMÚDEZ, Ana. Na pandemia, 608 mil alunos interrompem curso no ensino superior privado. UOL, São Paulo, 19 de outubro de 2020. Disponível em <https://educacao.uol.com.br/noticias/2020/10/19/na-pandemia-inadimplencia-e-evasao-crescem-no-ensino-superior-privado.htm>
TORRES, A. C. M.; COSTA, A. C. N. da.; ALVES, L. R. G. Educação e Saúde: reflexões sobre o contexto universitário em tempos de COVID-19. 2020.
NATÁRIO, E. G.; SANTOS, A. A. A. dos. Programa de monitores para o ensino superior. Estudos de Psicologia, Campinas, SP, v.27, n.3, p.355-364, 2010.
 

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Seção
Engenharia Elétrica (Eletrônica/Eletrotécnica/Telecomunicações)