Avaliação das propriedades físicas e de durabilidade do bloco de piso intertravado com substituição parcial do agregado miúdo por concha de sururu
##plugins.themes.bootstrap3.article.main##
Resumo
A pesca do marisco, devido ao seu beneficiamento, que consiste em aquecer o produto em um recipiente e em seguida bater em uma peneira para facilitar o descasque, produz resíduos que causam grandes impactos ambientais, tais como: poluição visual, assoreamento de rios e mangues, odores desagradáveis e problemas de higiene e saúde pela falta de controle sanitário (ELDEIR, 2009). A comunidade pesqueira Ilha Deus localizada em Recife no estado de Pernambuco, cuja principal atividade econômica é a maricultura, vem sofrendo as consequências do acúmulo excessivo de resíduos. Todo o resíduo oriundo da coleta de moluscos, principalmente as conchas de Sururu, são descartados de forma inadequada às margens de áreas de mangue e vias públicas (CARDOSO, 2019). Tendo em vista a necessidade de realizar-se uma destinação apropriada para esses resíduos, objetiva-se avaliar a viabilidade técnica do uso da concha do sururu em substituição parcial ao agregado miúdo em blocos de piso intertravado produzidos com teores de 5%, 10%, e 12% de concha de sururu com a intenção de criar um produto comercial que também sirva como medida de mitigação dos impactos provenientes do acúmulo de conchas na comunidade. A verificação das propriedades físicas e mecânicas do bloco se deu através da realização de ensaios de granulometria, inspeção visual, avaliação dimensional, absorção de água e resistência à compressão. As conchas de sururu foram provenientes da comunidade pesqueira Ilha de Deus, e levadas para o laboratório de materiais de construção da Escola Politécnica da Universidade de Pernambuco, onde foram beneficiadas para atender a uma granulometria equivalente à da areia natural utilizada. O material foi lavado com água corrente com o auxílio de uma peneira com abertura de 4,75mm e posto para secar ao sol, em seguida foi levado para o Laboratório de Materiais de Construção da Escola Politécnica de Pernambuco – LMC, onde foi colocado para secar em estufa a 100°C por 24 horas e peneirado em peneira com abertura de 4,75mm para que as conchas pudessem ficar livres de qualquer resíduo orgânico. As conchas limpas e livres de resíduos foram trituradas em liquidificador doméstico até que atingisse a granulometria necessária para ser classificado como agregado miúdo. Os resultados para o ensaio de absorção se mostraram satisfatórios com os três traços com substituição obtendo resultados abaixo do obtido pelo traço de referência. No ensaio de resistência a compressão obteve-se uma resistência de 13 Mpa para a família com 5% de substituição, 26 Mpa para a com 10% e 22,4 Mpa para a com 12%, dessa forma, nenhuma família atingiu o valor mínimo exigido pela NBR 9781 (35 Mpa). Entretanto, de acordo com Bittencourt (2012), seguindo a experiência e normas internacionais de países como Austrália e África do Sul, que se encontram em regiões de condições climáticas semelhantes ao Brasil se comparado aos países de clima temperado, seria suficiente a exigência de 25 Mpa de resistência a compressão para trafego leve e de 15 Mpa para calçadas, praças e ciclovias. Dessa forma, os resultados mostraram-se promissores indicando a viabilidade do uso de blocos com 12% de substituição para usos em calçadas, praças e ciclovias e de blocos de 10% de substituição para tráfego leve.
Downloads
Não há dados estatísticos.
##plugins.themes.bootstrap3.article.details##
Edição
Seção
Engenharia Civil