Avaliação dos Riscos Ambientais em uma Encosta no Município de Recife
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Resumo
A construção do espaço nas capitais brasileiras é marcada por dois fatores: a desigualdade social e a degradação do meio ambiente. A crescente urbanização e consequente expansão dos espaços urbanos provocam diferentes modificações e reforçam a conversão dos espaços e ambientes naturais pela ação humana (PEREIRA; NUNES; ARAÚJO, 2021). No Brasil, o processo de urbanização ocorreu de maneira rápida e desordenada, sem o devido planejamento para atender às necessidades da população. Esse fato aliado à infraestrutura deficiente são fontes de diversos problemas que põem em risco a saúde e bem-estar da população, como os riscos geológicos (MIRANDA; LIMA, 2021; SILVA; SILVA; SCHULER, 2018). Na Região Metropolitana do Recife não foi diferente e, como resultado, é evidente o crescimento de ocupações irregulares em áreas ambientalmente frágeis, como as regiões de encostas. Naturalmente, esses terrenos inclinados procuram alcançar uma posição de estabilidade, ou seja, estão fadados à movimentação (MELO NETO, 2005). Além disso, essas estruturas sofrem alterações intensificadas pela ação antrópica que são agravadas no período de inverno com as fortes chuvas, resultando em perdas ambientais, materiais e humanas. O presente estudo propôs a avaliação de uma área composta por relevo movimentado no bairro do Passarinho, em Recife, impactada por recente deslizamento de terra com vítimas fatais. A análise temporal de uso e ocupação do solo teve como base mapas vetorizados e georreferenciados. A análise dos níveis de risco ambiental foi realizada pela aplicação da Failure Modes and Effect Analysis (FMEA) baseada em dados coletados in loco e registros fotográficos da área. Pela análise dos mapas, ao longo dos 43 anos de estudo (1975-2018), verificou-se o crescimento expressivo da mancha urbana (4.542%), enquanto a cobertura mais afetada foi a vegetação (- 42%). Também foi verificado que os impactos ambientais locais variam entre médio e alto grau, com altos níveis de risco para os resíduos sólidos urbanos e saneamento ambiental (água e esgoto). Os resultados obtidos são fundamentais para definição de prioridade de ações de mitigação dos riscos ambientais e compreensão dos riscos aos quais a comunidade está exposta.
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Edição
Seção
Engenharia Civil