Normas e Práticas Recomendadas Relacionadas à Qualidade de Energia Elétrica
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Resumo
O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) é o órgão privado responsável pela coordenação e controle da operação das instalações de geração e transmissão de energia elétrica no Sistema Interligado Nacional (SIN) e pelo planejamento da operação dos sistemas isolados do país, sob a fiscalização e regulação da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL). Juntos, ANEEL e ONS, estabelecem as especificações técnicas dos leilões de transmissão e da gestão da solicitação de acesso e conexão por parte das empresas e dos contratos firmados entre elas. O ONS foi criado em 26 de agosto de 1998, pela Lei nº 9.648, com as alterações introduzidas pela Lei nº 10.848/2004 que aborda a comercialização de energia elétrica entre concessionários, permissionários e autorizados de serviços e instalações de energia elétrica. Para o exercício de suas atribuições legais e o cumprimento de sua missão institucional, o ONS desenvolve uma série de estudos e ações exercidas sobre o sistema e seus agentes proprietários para gerenciar as diferentes fontes de energia e a rede de transmissão, de forma a garantir a segurança do suprimento contínuo em todo o país. Esse órgão é formado por membros associados e membros participantes, que são as empresas de geração, transmissão, distribuição, consumidores livres, importadores e exportadores de energia. Também participam o Ministério de Minas e Energia (MME) e representantes dos Conselhos de Consumidores. Os indicadores que avaliam o grau de confiabilidade medem a ocorrência e duração das interrupções no fornecimento são os indicadores de continuidade do serviço. Para a avaliação da continuidade do serviço são utilizados os seguintes indicadores: Duração da Interrupção do Ponto de Controle – DIPC, definido como o somatório das durações das interrupções de serviço do ponto de controle, no período de apuração; Frequência da Interrupção do Ponto de Controle – FIPC, definido como o número de vezes em que ocorreu interrupção de serviço do ponto de controle, no período de apuração; Duração Máxima da Interrupção do Ponto de Controle – DMIPC, definido como a maior duração de interrupção de serviço do ponto de controle, entre aquelas utilizadas no cálculo do indicador DIPC, no período de apuração. As informações adquiridas por meio dos indicadores precisam estar associadas à causa e origem do evento, devendo ser coletadas, em cada ponto de controle, as informações de: dia, horário do início, horário do fim, origem do evento (interna ou externa às instalações sob responsabilidade de concessionária de transmissão), identificação do equipamento associado à origem do evento. Para a avaliação da frequência são utilizados os indicadores de frequência: Desempenho da Frequência em Regime Permanente – DFP e Desempenho da Frequência em Distúrbios – DFD. O indicador DFP avalia as variações de frequência ocorridas durante a operação do sistema elétrico em regime permanente e deve ser igual ou superior a 99% a cada dia, portanto não deve apresentar mais que 14 valores da integral do desvio de frequência superior a 0,1 Hz.min a cada dia (1% dos 1440 minutos do dia). O indicador DFD deve ser contabilizado para o período de 1 ano, e ser inferior ou igual aos limites tabelados no item 8.3.2 da norma da ONS. Os indicadores de tensão são responsáveis pela regulação de aspectos da tensão de atendimento, visando que a mesma esteja dentro dos critérios de qualidade de energia. Os pontos de observação se encontram no Sistema de Medição para Faturamento – SMF das distribuidoras, geradoras, transmissoras e dos consumidores. A tensão de atendimento em regime permanente tem a função de verificar como está sendo realizado o fornecimento de tensão pela concessionária de transmissão, que variam de acordo com o nível da tensão de leitura (TL) em relação à tensão contratada (TC), que equivale à tensão nominal. A distorção harmônica representa perturbações associadas com deformações na forma de onda das tensões e correntes em relação à onda senoidal da frequência fundamental. Já a variação de tensão de curta duração indica que a variação será de curta duração quando durar até no máximo 1 minuto. São identificadas VTCDs nas variações de amplitude de tensão menores que 0,1pu, acima de 1,1pu e dentro deste intervalo. O processo de gerenciamento dos indicadores para Rede Básica sob o ponto de vista da QEE engloba ações com intuito à prevenção de violações e/ou restabelecimento do nível adequado de desempenho. Já o gerenciamento dos indicadores de continuidade do serviço identifica pontos de controle com desempenho considerado atípico propondo ações corretivas. Sobre o gerenciamento dos indicadores de frequência, tem-se que o indicador DFP é coletado continuadamente pelo ONS, apurado por dia, já o DFD é coletado durante distúrbios, e apurado por ano. As variações de frequência durante distúrbios devem ser expurgadas para cálculo do indicador DFP, com a integral do módulo do desvio de frequência calculado no minuto que coincidir com o início do distúrbio não será considerada se nesse intervalo forem verificados valores absolutos de frequência superiores a +/- 0,5 Hz em relação ao valor nominal, o que caracteriza um distúrbio no SIN. Todos os valores apurados de frequência devem ser armazenados pelo ONS para determinação dos indicadores DFP e DFD. Por fim, se tem o gerenciamento dos indicadores de tensão, dividido em tensão de atendimento em regime; flutuação, desequilíbrio e distorção harmônica de tensão; e variação de tensão de curta duração – VTCD. Nota-se que a normatização dos procedimentos e parâmetros de fornecimento de energia elétrica na rede básica é de grande importância, visto que, é esperado que os mesmos atendam aos padrões de qualidade de energia elétrica pré-estabelecidos nesta e em outras normas e padrões relacionadas direta e indiretamente com a mesma. Assim, torna-se imprescindível o gerenciamento de indicadores de qualidade para garantir que o sistema todo apresente um desempenho dentro de parâmetros aceitáveis e que propiciem a menor quantidade de perturbações e penalizações decorrentes das mesmas.
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Edição
Seção
Engenharia Elétrica (Eletrônica/Eletrotécnica/Telecomunicações)