Relato de Experiência da Monitoria de Complementos de Matemática no Ensino Remoto

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Joab Tomaz de Aquino
Cláudio Pereira Costa

Resumo

Neste resumo um relato de experiência de um aluno como monitor bolsista na execução do plano do trabalho da monitoria da disciplina Complementos de Matemática (CM), componente curricular obrigatória do ciclo básico das engenharias, na Escola Politécnica de Pernambuco (POLI), durante três semestres remotos no período da pandemia do COVID-19 é apresentado. A proposta metodológica teve por objetivo inserir atividades de ensino aprendizagem utilizando o recurso computacional Geogebra como ferramenta de auxílio na construção/ interpretação dos gráficos e compreensão dos conceitos da componente, aproximando os discentes de uma aprendizagem ativa por meio de práticas computacionais que tornassem as aulas presenciais e conhecimentos mais compreensíveis (DE FARIAS, 2021; DE OLIVEIRA, 2021). As restrições impostas pelos protocolos sanitários forçaram as instituições de ensino a adequarem suas modalidades de ensino para o ensino remoto emergencial (SANTOS, 2021). Neste novo cenário a disciplina CM também foi adaptada para o virtual, por meio da sala de aula invertida remota como metodologia para elaboração de todo o planejamento em um ambiente virtual de aprendizagem (AVA), com avaliação contínua utilizando atividades previamente apresentadas. Nesse formato de ensino aprendizagem a interação e colaboração com os discentes matriculados ocorreu durante os semestres 2020.3, 2020.1 e 2020.2, onde foram realizadas de diversas maneiras. Em um primeiro momento, todos os participantes são acolhidos e recepcionados por meio de um fórum de apresentação. Para introduzir os discentes nas informações básicas da disciplina foi disponibilizado o recurso denominado Nosso Percurso. Nele foram esclarecidas todas as informações referentes à dinâmica da disciplina como objetivos, ementa, avaliação e referências. Com o início da abordagem dos conhecimentos durante as semanas, o trabalho de monitoria foi acompanhar e auxiliar na solução de dúvidas apresentadas pelos discentes sobre os materiais de apoio ou aulas síncronas durante as semanas. Após abordagem dos temas números e funções complexas foram elaborados 12 vídeo aulas com as soluções detalhadas dos exemplos apresentados pelo professor na teoria, desta vez utilizando o Geogebra. Em seguida, foram propostos novos exemplos a serem realizados pelos discentes no recurso computacional, tendo todo o suporte para sua realização, possibilitando a inserção, manuseio e o engajamento à solução de problemas computacionais. Com a familiarização do recurso, os discentes foram desafiados a realizarem uma atividade com 8 questões sobre números complexos com o prazo de entrega de uma semana, e em seguida uma pesquisa, para averiguar seus conhecimentos e sua percepção acerca da utilização do software. Durante os três semestres XX discentes realizaram esta atividade sendo 46 em 2020.3, 45 em 2020.1 e 47 em 2020.2. Com os resultados da pesquisa 86,4% em 2020.3, 83,7% em 2020.1 e 93,6% dos participantes afirmaram que o Geogebra auxiliou na compreensão das representações dos números complexos. Também foi constatado que a maioria dos entrevistados afirmaram que o recurso permitiu compreender de uma maneira mais fácil a interpretação gráfica. Entretanto, cerca de 31,8% em 2020.3, 25,6% em 2020.1 e 36,2% em 2020.2 afirmaram que o Geogebra facilitou a compreensão tanto da parte algébrica quanto da geométrica. Isso significa que estes grupos em particular fizeram um melhor uso do recurso, uma vez que nele é possível explorar as duas vertentes para a resolução de problemas. Vale ainda destacar que nos períodos 2020.3 (1,5%) e 2020.1 (9,3%) os entrevistados afirmaram que o Geogebra não ajudou. Com os resultados alcançados pode-se verificar o bom rendimento dos discentes nas soluções apresentadas para a atividade prática proposta. Observou-se um maior interesse por parte dos discentes para uma aprendizagem auxiliada por ferramentas computacionais, caracterizando a busca por formas distintas de avaliação que estimulem o protagonismo do aluno(a). Ainda foi possível constatar que o recurso computacional empregado aproximou os cursistas da realização de interpretações dos problemas utilizando representações algébricas e geométricas dos cálculos realizados na teoria, melhorando assim o ensino aprendizagem. Por fim, cabe mencionar que as experiências vivenciadas pelo aluno/monitor durante o acompanhamento dos discentes configuram estímulo à iniciação à docência, uma vez que tais ações e interações ocorridas contribuem para sua formação.
Palavras-chave: Monitoria; Complementos de Matemática, Iniciação à docência, Ensino aprendizagem.
Referências DE FARIAS, Paulo Victor Barbosa; COELHO, Maria Teresa Barros Falcão. Contribuições da monitoria ao uso de metodologias ativas na formação de educadores. Brazilian Journal of Development, v. 7, n. 1, p. 7634-7643, 2021.DE OLIVEIRA, J.; SANT’ANNA RAMOS VOSGERAU, D. Práticas de monitoria acadêmica no contexto brasileiro. Educação: Teoria e Prática, v. 31, n. 64, p. e18 [2021], 15 jun. 2021.SANTOS, F. A. P. Do ensino presencial para o EAD e de repente o ensino remoto emergencial: uma oportunidade (forçada) do uso de inovações tecnológicas e educacionais no ensino de Matemática. 2021. 93 f. Dissertação (Mestrado em Matemática em Rede Nacional) - Universidade Federal de Goiás, Goiânia, 2021.
 
 

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Seção
Engenharia Elétrica (Eletrônica/Eletrotécnica/Telecomunicações)