Característica de um Solo Erodível com Adição de Resíduos de Construção Civil e Fibra de Polipropileno

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Igor Silva Santos
Kalinny Patrícia Vaz Lafayette
Ana Patrícia Nunes Bandeira

Resumo

A expansão dos espaços urbanos provoca diversas mudanças no ambiente em que a urbanização se estabelece, intensificando a transformação dos espaços e ambientes naturais a partir da ação humana (SANTOS, SILVA e VITAL, 2022; PEREIRA, NUNES e ARAÚJO, 2021). A população menos favorecida acaba procurando áreas com valores mais acessíveis e muitas vezes inadequadas para morar, o que torna um risco eminente de deslizamento e que pode gerar prejuízos socioeconômicos para essa parcela da sociedade. Muitos estudos mostram que é possível melhorar as propriedades físicas e mecânicas dos solos com a utilização de diferentes tipos de fibras, uma vez que estas possuem uma maior resistência a tração, o que resulta numa maior resistência a cisalhamento e compressão nos compósitos (SANTOS et al., 2022; TA'NEGONBADI, NOORZAD e SHAKERY, 2021; SANTOS, LAFAYETTE e SILVA, 2021; ABBASPOUR et al., 2020). Outros autores utilizam Resíduos de Construção Civil (RCC) com o objetivo de, além de melhorar as propriedades do solo (PORTELA et al., 2021; MEHRJARDI et al., 2020; SULUGURU, 2020.), também diminuir o impacto destes sobre o meio ambiente natural, uma vez que o crescimento da construção gera grande volume de RCC, devido à logística de destinação e à ocupação do solo urbano (KAMINO, GOMES e BRAGANÇA, 2019). Desta maneira, a pesquisa tem como objetivo verificar a ocupação antrópica e a supressão da vegetação da área e realizar uma análise das característica física e mecânica com a adição de RCC e fibra de polipropileno em uma encosta no bairro de Macaxeira em Recife/PE. A metodologia teve início com o georreferenciamento da área para identificar as mudanças ocorridas entre os anos de 1974 a 2021. Foram gerados compósitos com o solo, RCC e fibra de polipropileno. As porcentagens de RCC em substituição ao solo foram de 30% e 50%; e nos compósitos, as porcentagens de substituição de RCC por fibra de polipropileno foram de 0,5% e 0,75%. A área de estudo vem sofrendo grande degradação ambiental, devido às ações antrópicas inadequadas, tais como: deficiência dos serviços de saneamento básico, deposição de resíduos sólidos nas canaletas de drenagem e na encosta, habitações irregulares e tipos de coberturas vegetais inadequados. A análise, por meio de imagens para o período de 47 anos, apontou que essas ações aumentaram a instabilidade da encosta por meio da supressão vegetal, em torno de 20,96% e um avanço urbano de 29,11%. Com relação ao estudo dos materiais e compósitos, a textura se apresenta predominantemente arenosa. O solo se enquadra como areia argilosa (SC); o compósito S70R30 como areia argilosa-areia siltosa (SC-SM); e o RCC e o S50R50 como areia siltosa (SM). Quanto à plasticidade, o solo foi classificado como moderadamente plástico; o RCD, como não plástico; e os dois compósitos de solo+RCD como levemente plásticos. As análises químicas indicaram, pelo pH, que o solo apresenta leve acidez, que prejudica a estabilidade do agregado; o solo+RCD foi classificado com alcalinidade leve a moderada, tornando o solo próximo do neutro. Os parâmetros de compactação obtidos mostraram que a substituição do resíduo obteve um aumento de 2% na densidade seca máxima, contudo diminuiu a umidade ótima na ordem de 12%, quando comparado ao solo. Já com a substituição da fibra de polipropileno, a densidade seca máxima dos compósitos não apresenta alterações significativas, mas eleva a umidade ótima em uma taxa de 9%. Ensaios complementares estão sendo realizados para verificar a possibilidade de melhoramento das propriedades do solo e consequentemente contribuir para uma destinação adequadas do resíduo.

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Seção
Engenharia Civil