A degradação dos suportes para ar-condicionado das fachadas das edificações e os desafios para a cidade do Recife/PE

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Wildson Wellington Silva
Eliana Cristina Barreto Monteiro

Resumo

O advento da revolução industrial e a consequente necessidade de bens que pudessem proporcionar conforto a população, acarretou uma demanda por sistemas energéticos eficientes. O aumento das temperaturas globais amplia a utilização de sistemas de climatização de ambientes com o uso de aparelhos de ar-condicionado que ficam expostos nas fachadas de edifícios residenciais e comerciais, lojas, hospitais, empresariais, apoiados sobre suportes de concreto, plástico e metálico. Esse estudo tem como objetivo avaliar a degradação dos suportes para aparelhos de ar-condicionado de concreto armado, através do levantamento das doenças das construções e um estudo de caso de uma edificação residencial com suportes de concreto armado para ar-condicionado. Por meio do programa Power BI foi possível analisar o banco de dados da Prefeitura da Cidade do Recife com as informações das construções (ano de construção, quantidade de pavimentos, tipo de construção), sendo selecionados os edifícios e lojas comerciais, pois essas construções estão em locais com grande circulação de pessoas ou possuem alturas elevadas. Em posse dessa população de estudo, foi calculada uma amostragem aleatória simples que posteriormente foi georreferenciada na base cartográfica da cidade do Recife. As construções selecionadas foram verificadas individualmente pelas imagens em três dimensões (3D) no Google Maps e catalogadas de acordo com a presença ou não de suportes para ar-condicionado na fachada. No estudo de caso, um edifício residencial foi selecionado por conveniência e as imagens de todos os suportes de concreto armado das fachadas foram captadas por meio de voos de VANT – Veículo Aéreo Não Tripulado (drone) e câmera do tipo super zoom. Buscou-se identificar e retirar aquelas caixas que tivessem avarias ou colapsadas, o que permitiu realizar ensaios para a detecção de degradação por ação de gás carbônico (CO2) chamado de carbonatação e para a presença de cloretos (CL-) os sais presentes em regiões litorâneas. Na amostragem foi possível identificar que 49,5% das construções pesquisadas possuem suportes para ar-condicionado em suas fachadas e que a maior proporção dessas construções 60,1% são edifícios residenciais. No estudo de caso, dez caixas de concreto foram removidas, todas as caixas de concreto analisadas estavam 100% carbonatadas, indicando que a proteção que o concreto pode realizar junto a armadura não estava mais presente, favorecendo a corrosão da armadura interna e o colapso progressivo de partes dessa estrutura. Na análise da presença de cloretos foi identificado sais junto a armadura, sugestivo de estágios de corrosão da armadura mais agressivo e que pôde ser verificado pela presença de pequenas partes de ferro soltas no concreto e detalhes esbranquiçados na armadura. Os suportes de concreto armado possuem uma fragilidade adicional devido a concepção equivocada de projeto, sem atendimento as normas técnicas relacionado ao concreto armado (ABNT, 2014), ausência de controle de qualidade na confecção do concreto e com o agravante da proximidade com o mar são fatores que aceleram o processo de degradação desses suportes, deixando essas estruturas em processo de colapso antes mesmo de atingirem um tempo de vida útil aceitável (SILVA; MONTEIRO, 2020). A localização em ambiente externo e em grandes alturas não facilita a troca, por exigir profissionais e equipamentos qualificados, a escolha apropriada do tipo de suporte utilizado em função do ambiente onde a edificação está inserida e a manutenção adequada quanto ao prazo de substituição é indispensável para evitar o colapso total ou parcial desses suportes e por consequência a queda dos equipamentos de ar-condicionado, gerando riscos a pedestres e veículos.

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Seção
Engenharia Civil
Biografia do Autor

Wildson Wellington Silva, 81 9.8825-9768

Mestrando em Engenharia Civil na Universidade de Pernambuco. Graduado em Engenharia Civil pela Universidade Católica de Pernambuco (2003). MBA em Gerenciamento de Projetos pela Fundação Getúlio Vargas (2013). Especialista em Inspeção, Manutenção e Recuperação de Estruturas pela Universidade de Pernambuco (2019). Tem experiência na área de Planejamento e Custos em projetos de Óleo e Gás, Linhas de Transmissão de Energia, Estradas, Orçamentação em obras de grande porte. Atualmente é Sócio-diretor de uma empresa de consultoria.