Aspectos Biofísicos do Uso do Laser Cirúrgico na Oftalmologia
##plugins.themes.bootstrap3.article.main##
Resumo
Introdução: Na Oftalmologia, o uso de lasers cirúrgicos se tornou uma realidade mais rapidamente do que em outras áreas médicas, pois as estruturas anatômicas e histológicas oculares tornam factível a realização de cortes precisos e minimamente invasivos, já que o olho é o único órgão opticamente transparente do corpo humano (DICK et al., 2021). O laser é um acrônimo para Light Amplification by Stimulated Emission of Radiation (do inglês, Amplificação da Luz por Emissão Estimulada de Radiação). O mecanismo de amplificação da luz por emissão estimulada de radiação produz um feixe de alta intensidade, monocromático, coerente e colimado. Tais fatores tornam os lasers uma ferramenta de suma importância nos delicados procedimentos cirúrgicos oftalmológicos. Objetivo: Analisar a ação do laser nos erros refrativos oculares. Metodologia: Revisão da literatura, na qual as buscas foram realizadas através da base de dados Pubmed. Foi realizada a busca avançada utilizando o operador booleano AND pelos MESH terms: LASIK, SMILE, Injury. Resultados: Excimer laser e laser de femtossegundo são amplamente utilizados para corrigir os erros refrativos oculares, que são disfunções relacionadas com a forma em que o olho refrata os raios de luz em seu interior (JIANG et al., 2022; ATEZHEV et al., 2016). No segmento das cirurgias refrativas, o laser é utilizado para corrigir a configuração morfológica ocular dos pacientes quando há a focalização dos raios de luz em pontos afastados da retina, de modo a distorcer as imagens visualizadas. Por meio da cirurgia refrativa, é possível recriar na córnea uma convexidade ideal para a apropriada refração dos raios luminosos que atravessam as camadas da córnea e incidem na retina. Tal método cirúrgico é prevalente no tratamento da miopia, com a extração de lentículas por pequenas incisões (do inglês, Small Incision Lenticule Extraction, SMILE), e com a ceratotomia local assistida por laser de femtossegundo (do inglês, femtosecond laser–assisted in situ keratomileusis, FS-LASIK) (JIANG et al., 2022). Há aproximadamente 30 anos tem sido realizada a cirurgia ceratectomia fotorrefrativa (do inglês, Photorefractive Keratectomy, PRK), um método que se baseia na remoção da camada de tecido epitelial mais superficial da córnea, seguida do remodelamento da córnea com o uso do laser; uma lente de contato terapêutica é posicionada para proteção do olho no período pós-cirúrgico, a qual é removida após quatro dias (NEJAD, 2020). A cirurgia LASIK se baseia na realização de um corte a laser na córnea para a formação de uma aba da camada de tecido epitelial mais superficial, seguida do remodelamento da córnea com o uso de outro laser, sendo este o método cirúrgico mais comum no tratamento da miopia, astigmatismo, hipermetropia e presbiopia, pois no dia seguinte o paciente tende a apresentar ótima visão. Na cirurgia SMILE o laser gera um tecido em forma de lentícula ou disco dentro da córnea, com uma mínima incisão pela qual o cirurgião pode acessar a lentícula e retirá-la da córnea (NEJAD, 2020). SMILE é a mais segura das técnicas citadas em virtude da maior preservação da inervação da córnea e de menores riscos de complicações (CHICHE et al., 2018). O efeito térmico do laser provoca no paciente a desnaturação de proteínas, podendo resultar em fotoablação e na fotocoagulação (DICK et al., 2021). Há diferenças nas proteínas lacrimais no pós-operatório das cirurgias LASIK e SMILE (LIU et al., 2021). Uma das complicações mais recorrentes no período pós-operatório dos pacientes submetidos à cirurgia refrativa é a síndrome do olho seco, a qual pode gerar irritação, inflamação, vermelhidão, desconforto e sensibilidade à luz. Outra possível complicação é a ceratite lamelar difusa, condição que tipicamente aparece no período pós-cirúrgico (LI et al., 2017). Graças aos lasers cirúrgicos, as cirurgias refrativas têm viabilizado corrigir a visão dos pacientes com alta segurança e baixa incidência de danos colaterais. Conclusão: Os processos biofísicos que configuram o padrão de interação entre os lasers e os tecidos biológicos têm possibilitado o aperfeiçoamento das técnicas cirúrgicas oftalmológicas empregadas na correção de erros refrativos oculares em seres humanos. Existem atualmente diversos lasers com propriedades específicas e métodos cirúrgicos de alta relevância na prática médica, que possibilitam que pacientes em condições variadas possam usufruir de cuidado personalizado e otimizado.
Palavras-chave: Engenharia Biomédica; Laser Cirúrgico; Laserterapia; Oftalmologia.
Referências:
ATEZHEV, V. V.; BARCHUNOV, B. V.; VARTAPETOV, S. K.; ZAV’YALOV, A. S.; LAPSHIN, K. E.; MOVSHEV, V. G.; SHCHERBAKOV, I. A.. Laser technologies in opthalmic surgery. Laser Physics, v. 26, n. 8, p. 084010, 2016.
CHICHE, A.; TRINH, L.; BAUDOUIN, C.; DENOYER, A.. SMILE (Small Incision Lenticule Extraction) among the corneal refractive surgeries in 2018. Journal Français d’Ophtalmologie, v. 41, n. 6, p. e245–e252, jun. 2018.
DICK, H. B.; GERSTE, R. D.; SCHULTZ, T. Cirurgia a Laser de Femtossegundo em Oftalmologia. Thieme Revinter Publicações, Rio de Janeiro, 2021.
JIANG, X.; WANG, Y.; YUAN, H.; LI, Y.; WANG, H.; AN, Z.; LI, X.. Influences of SMILE and FS-LASIK on corneal sub-basal nerves: a systematic review and network meta-analysis. Journal of Refractive Surgery, v. 38, n. 4, p. 277–284, 2022.
LI, M.; YANG, D.; CHEN, Y.; LI, M.; HAN, T.; ZHOU, X.; NI, K.. Late-onset diffuse lamellar keratitis 4 years after femtosecond laser-assisted small incision lenticule extraction: a case report. BMC Ophthalmology, v. 17, n. 1, p. 244, 2017.
LIU, Y.-C.; YAM, G. H.-F.; LIN, M. T.-Y.; TEO, E.; KOH, S.-K.; DENG, L.; ZHOU, L.; TONG, L.; MEHTA, J. S.. Comparison of tear proteomic and neuromediator profiles changes between small incision lenticule extraction (SMILE) and femtosecond laser-assisted in-situ keratomileusis (LASIK). Journal of Advanced Research, v. 29, p. 67–81, 2021.
NEJAD, M. Laser Refractive Surgery: How is SMILE different from LASIK and PRK?, 2020. 1 vídeo (8 minutos 30 segundos). Publicado pelo canal UCLA Health. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=ITNr3OC5RCs>. Acesso em: 09 de agosto de 2022.
Palavras-chave: Engenharia Biomédica; Laser Cirúrgico; Laserterapia; Oftalmologia.
Referências:
ATEZHEV, V. V.; BARCHUNOV, B. V.; VARTAPETOV, S. K.; ZAV’YALOV, A. S.; LAPSHIN, K. E.; MOVSHEV, V. G.; SHCHERBAKOV, I. A.. Laser technologies in opthalmic surgery. Laser Physics, v. 26, n. 8, p. 084010, 2016.
CHICHE, A.; TRINH, L.; BAUDOUIN, C.; DENOYER, A.. SMILE (Small Incision Lenticule Extraction) among the corneal refractive surgeries in 2018. Journal Français d’Ophtalmologie, v. 41, n. 6, p. e245–e252, jun. 2018.
DICK, H. B.; GERSTE, R. D.; SCHULTZ, T. Cirurgia a Laser de Femtossegundo em Oftalmologia. Thieme Revinter Publicações, Rio de Janeiro, 2021.
JIANG, X.; WANG, Y.; YUAN, H.; LI, Y.; WANG, H.; AN, Z.; LI, X.. Influences of SMILE and FS-LASIK on corneal sub-basal nerves: a systematic review and network meta-analysis. Journal of Refractive Surgery, v. 38, n. 4, p. 277–284, 2022.
LI, M.; YANG, D.; CHEN, Y.; LI, M.; HAN, T.; ZHOU, X.; NI, K.. Late-onset diffuse lamellar keratitis 4 years after femtosecond laser-assisted small incision lenticule extraction: a case report. BMC Ophthalmology, v. 17, n. 1, p. 244, 2017.
LIU, Y.-C.; YAM, G. H.-F.; LIN, M. T.-Y.; TEO, E.; KOH, S.-K.; DENG, L.; ZHOU, L.; TONG, L.; MEHTA, J. S.. Comparison of tear proteomic and neuromediator profiles changes between small incision lenticule extraction (SMILE) and femtosecond laser-assisted in-situ keratomileusis (LASIK). Journal of Advanced Research, v. 29, p. 67–81, 2021.
NEJAD, M. Laser Refractive Surgery: How is SMILE different from LASIK and PRK?, 2020. 1 vídeo (8 minutos 30 segundos). Publicado pelo canal UCLA Health. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=ITNr3OC5RCs>. Acesso em: 09 de agosto de 2022.
Downloads
Não há dados estatísticos.
##plugins.themes.bootstrap3.article.details##
Edição
Seção
Engenharia da Computação e Sistemas