Análise de patologias no pavimento asfáltico: diagnóstico visual em trecho da rodovia PE-005
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Resumo
Os pavimentos rodoviários são projetados para promover segurança ao tráfego, suportando os efeitos dos intemperes e permitindo a locomoção de veículos e escoamento de água em sua superfície. De acordo com a última pesquisa realizada pelo Conselho Nacional do Transporte (CNT, 2021) entre os 3.203 km de rodovias analisados em Pernambuco, 43,3% da extensão da malha rodoviária do estado apresenta problemas, com 50 pontos críticos encontrados, gerando um aumento no custo operacional de 26,1% devido às condições do pavimento e sendo necessário um investimento de R$ 1,6 bilhão de reais para a sua solução. Para Moschetti (2015), os custos de implantação de um pavimento variam a depender do Volume Diário Médio de Veículos comerciais (VMDc) que passam na rodovia. Segundo o autor, nas situações em que o VMDc é baixo (entre 500 e 750), se torna economicamente mais viável a implantação de um pavimento flexível, no entanto, para valores maiores (acima de 2.000) o pavimento rígido passa a ser mais vantajoso. Este trabalho tem como objetivo analisar as patologias asfálticas dentro de um estudo de caso da rodovia PE-005 no trecho de 2,49 km de extensão que compreende o entroncamento da PE-027 à Prefeitura Municipal de Camaragibe-PE, apontando as possíveis causas para o seu surgimento e propondo melhorias visando uma economia e maior segurança na mobilidade ao usuário. Foi realizada uma revisão da literatura por meio dos mecanismos de busca para a fundamentação teórica da pesquisa, com o foco nos tipos de pavimentos rodoviários, classificação das patologias dos pavimentos flexíveis, o contexto global e brasileiro, variáveis que influenciam na qualidade das vias e os mecanismos de manutenção desses tipos de pavimento. Em seguida, foi executada uma análise documental de normas brasileiras sobre pavimentação asfáltica. Por fim, tendo o embasamento teórico, foi realizado um estudo de caso do trecho da rodovia PE-005 nos meses de julho e agosto de 2022 por meio da avaliação visual do pavimento, apontando as principais patologias encontradas e as possíveis causas para o seu surgimento. Com as coletas de campo obteve-se um panorama atual da situação do trecho e foram encontradas patologias do tipo panela, ondulação/corrugação, afundamento, desgaste e trincas tipo “couro de jacaré” e “bloco”. No entanto, os problemas apresentados são resolvidos com remendos, que embora seja uma técnica de manutenção, é considerado um tipo de defeito por gerar desconforto no rolamento e apontar um local de fragilidade no pavimento. Foi visto que uma opção ao remendo é a selagem das trincas com materiais específicos (DNIT, 2006), já que técnicas mais recentes geram uma durabilidade de sete anos ao pavimento após sua aplicação, impedindo que a água infiltre nas outras camadas abaixo do revestimento e venha a deteriorar ainda mais a área, ou a adição de matérias-primas para fazer com que a massa asfáltica adquira característica auto curável, diminuindo assim o número de intervenções no pavimento (WANG et al., 2021). Concluiu-se nesta pesquisa que as soluções para estes tipos de patologias são abrangidas pela conservação rotineira ou preventiva das estradas e as operações conhecidas popularmente como “tapa buraco” frequentemente realizadas pelas equipes contratadas pelo Departamento de Estradas de Rodagem de Pernambuco (DER/PE) são apenas paliativos, pois em pouco tempo há o reaparecimento dos mesmos defeitos no trecho. Assim se faz necessário que o DER/PE busque ou incentive as empresas responsáveis por essa manutenção a adotarem soluções diferentes das praticadas atualmente para trazer resultados concretos para os usuários da rodovia, uma vez que o dinheiro é gasto e o problema não é resolvido. A inadequação destes pavimentos pode causar para o usuário a quebra de veículos ou problemas ainda mais graves como acidentes de trânsito, colocando em risco a vida humana. Uma outra solução proposta para o trecho em questão é a realização de um estudo de tráfego da área para que seja possível obter o valor de VMDc atualizado e que se promova um estudo de viabilidade para uma possível troca do pavimento flexível pelo pavimento rígido, uma vez que a depender de diversos fatores, ele seria economicamente muito mais vantajoso. Apesar de uma obra desse porte trazer transtornos para a região, a população iria desfrutar de uma estrada mais segura e o estado não gastaria tanto nas manutenções desta via cujo valor do último contrato assinado pela construtora responsável por realizar os serviços de manutenção e conservação do 1º Distrito Rodoviário de Pernambuco foi no valor de R$ 9.450.000,00.
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Edição
Seção
Engenharia Civil