Intervenção em pontes: estudo de caso da Ponte Motocolombó

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HORTENCIA SILVA
ELIANA CRISTINA BARRETO MONTEIRO

Resumo

As pontes, conhecidas no meio técnico como obras de artes especiais, são estruturas responsáveis por transpor rios, mares, lagos e córregos, facilitando o transporte rodoviário e ferroviário além de embelezar a cidade. Sua estrutura é composta pela superestrutura (tabuleiro), mesoestrutura (viga travessa, pilares e aparelho de apoio) e infraestrutura (blocos, estacas e tubulões). A Superestrutura é responsável por absorver a carga do tráfego e distribuir para a mesoestrutura, em que esta transfere toda a carga da ponte para a infraestrutura, na qual a mesma dissipa essas cargas para o solo (VITORIO, 2002). Na cidade do Recife, essas estruturas sofrerem influência direta da variação das marés e estão inseridas em um meio aquoso que corrobora para o aparecimento de manifestações patológicas que tem por consequência a degradação da mesma, para postergar sua vida útil são feitas intervenções nessas estruturas. O presente trabalho busca mostrar o estudo de caso realizado na Ponte Motocolombó, que teve como objetivo diagnosticar as manifestações patológicas, e constatar as técnicas utilizadas em sua recuperação e reforço estrutural. A Ponte Motocolombó, é de suma importância para o sistema socioeconômico da cidade, pois interliga o bairro da Imbiribeira ao centro comercial de Afogados, transpassando o rio Tejipió. Construída em concreto armado convencional no ano de 1953, possui 81,00m de comprimento linear, 19,00m de faixa de rolamento e 2,60m para ambos os passeios (CARNEIRO, 2018) totalizando uma largura de 24,20m. Sua superestrutura é composta pelo tabuleiro, vigas longarinas e transversinas, divididas em 3 tramo, a mesoestrutura compreendida por vigas travessa, aparelhos de apoios tipo roletes simples, dispostos nos encontros, e o tipo duplo e a articulação freyssinet dispostos sob cada bloco de fundação. Devido ao meio aquoso que está inserida, Classe de Agressividade Ambiental IV de acordo com a NBR 6118:2014, somando com ao baixo cobrimento que possuía, a ponte apresentou destacamento de concreto, exposição da armadura, e presença de vegetação, na laje do tabuleiro, nas vigas longarinas e transversinas. Os aparelhos de apoio tipo rolete apresentaram oxidação e a articulação freyssinet apresentou exposição da armadura. Os encontros estavam trincados e o bloco de fundação mostrava a presença de marisco. As juntas de dilatações estavam danificadas, de modo que a mesma facilitava a entrada de água na estrutura. Para postergar a vida útil dessas estruturas, são necessárias ações de reabilitação (MARQUES, 2018). O processo de recuperação iniciou pelo apicoamento e escarificação do concreto, seguido da limpeza com hidrojateamento de água, nos trechos que apresentaram armadura expostas, as mesmas recebiam pintura de proteção. Para o reforço foram acrescidas camadas de aço na estrutura, finalizando com o cobrimento do concreto. Com o intuído de postergar o efeito da recuperação, foi executada uma pintura de proteção com xypex, em toda a estrutura de concreto. Na superestrutura, os trechos da laje do passeio foram reforçados com aço de Ø16.0mm, disposto longitudinalmente e transversalmente, formando uma malha, nas demais lajes e nas vigas transversinas foram utilizadas telas de aço de 10x10, o cobrimento foi executado com 4cm de concreto projetado. Nas vigas longarinas o reforço se deu com aço de Ø25.0mm, longitudinalmente, armadura de pele de Ø16.0mm e estribos de Ø12.5mm, o cobrimento utilizado foi de 7cm, sendo o fundo das longarinas executados em graute e as demais áreas em concreto projetado. Nas longarinas de bordos foram feitas pingadeiras, impedindo que a água adentre a estrutura e no tabuleiro foram inseridos drenos para facilitar e disciplinar o escoamento da água, vindo da via. Na parte superior da superestrutura foi executado o recapeamento asfáltico da via, eliminando camadas de revestimento asfáltico que sobrecarregava a ponte, assim como a recuperação das juntas de dilatação e passeios. O reforço da mesoestrutura, se deu nos encontros e vigas travessas, na qual foi utilizado aço de Ø12.5mm, com a mesma técnica utilizada para reforçar as lajes do passeio, para estes elementos foi acréscimo uma camada de 7cm em concreto projetado. Nos aparelhos de apoios, tipo roletes, foi executado o hidrojateamento, para eliminar a oxidação, em seguida aplicada a pintura de proteção, a articulação passou pelo processo de recuperação citado anteriormente, sendo este, acrescido de uma camada de 4cm de graute. Diante do exposto é de suma importância realizar intervenções nas obras de artes especiais, garantindo que essas estruturas atendam aos requisitos de funcionalidade, segurança, estética e durabilidade, trazendo beneficio para o tráfego da cidade. Contudo, o presente trabalho evidenciou as técnicas utilizadas na recuperação e reforço estrutural da Ponte Motocolombó, umas das importantes pontes inseridas na cidade do Recife

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Seção
Engenharia Civil