Conservação do patrimônio arquitetônico moderno: uma análise do Pavilhão Luiz Nunes

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Bruna Correia Teixeira
Eliana Cristina Barreto Monteiro
Alcília Afonso de Albuquerque e Melo

Resumo

O Movimento Moderno surgiu na primeira metade do século XX como resultado das mudanças sociopolíticas, tecnológicas e econômicas ocorridas na época. Na arquitetura, visava unir arte e indústria, função e forma, racionalizando a sua produção (BENEVOLO, 2001; FRAMPTON, 2003). O Brasil, influenciado principalmente por Gropius e Le Corbusier, teve, em um primeiro momento, célebres representantes, como o russo Grégori Warchavchik, Lúcio Costa, Affonso Reidy e Luiz Nunes (AFONSO, 2022). Entretanto, poucos são os exemplares modernos reconhecidos como patrimônio cultural e tendo a sua preservação assegurada pelos órgãos de salvaguarda, como aponta Comas (2018), em relação à lista de bens tombados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em 2018, quando apenas 75 obras modernas haviam sido contempladas com o tombamento. Somado a isso está o fato de que a proteção efetiva desses bens não é, na prática, garantida apenas em virtude do seu reconhecimento como patrimônio. Assim, é razoável pensar estratégias para conservar a materialidade e, também, a imaterialidade desses locais. O presente trabalho busca documentar o estado de conservação do Pavilhão Luiz Nunes, edificação moderna projetada pelo arquiteto em fins de 1936, na cidade do Recife-PE, para servir como local de verificação de óbitos, um anexo da antiga Escola de Medicina. Para isso, as manifestações patológicas existentes no prédio – e verificadas em inspeções visuais feitas no local – serão representadas em mapas de danos, ferramenta aplicada a bens arquitetônicos em que o estado físico do prédio é ilustrado graficamente de maneira detalhada, sintetizando o seu nível de deterioração (TINOCO, 2009). A construção dos mapas será feita com auxílio dos softwares AutoCAD e ReCap Photo, este último utilizado para gerar ortofotos que servirão para o decalque das anomalias presentes nos cômodos. O estudo do objeto arquitetônico será feito por meio da Análise das Dimensões, método desenvolvido por Afonso (2019), que permite estuda-lo de forma detalhada e sistematizada sob o ponto de vista de sete dimensões: histórica, espacial, tectônica, formal, funcional, normativa e da conservação. A partir do conhecimento aprofundado sobre as soluções projetuais e técnicas empregadas por Luiz Nunes e sua equipe na construção do antigo Pavilhão de Verificação de Óbitos, obtém-se subsídios para determinar de modo mais confiável origem, causa, mecanismo e agentes que levaram ao aparecimento das manifestações patológicas, finalizando o diagnóstico da edificação. Pretende-se fornecer o estado atual da conservação desta que é considerada uma joia da modernidade brasileira e, assim, contribuir para o resguardo dos seus atributos materiais.
Palavras-chave: Modernismo; estado de conservação; manifestações patológicas; mapas de danos.

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Seção
Engenharia Civil