Aplicação do BIM para prevenção e planejamento da gestão de riscos na construção

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Sabrina Rayane Silva Lucena
Bianca Maria Vasconcelos

Resumo

A indústria da construção apresenta-se como uma das mais perigosas do mundo, sendo responsável por aproximadamente 20% de todas as mortes de trabalhadores nos EUA. A melhoria da segurança pode ser implementada tanto na fase de pré-construção como na fase de construção, embora seja notável que as abordagens preventivas podem reduzir os riscos envolvidos na construção, operação e manutenção. Eliminar os perigos nas fases de planejamento e projeto evita que eles apareçam no local de trabalho, além de que a capacidade de identificação de riscos decresce ao longo do avanço do projeto. A dinamicidade da construção civil e seus projetos caracteriza processos com rotatividade frequente de equipe de trabalho, exposição a condições climáticas, grande número de trabalhadores sem qualificação e temporários, tornando necessária uma abordagem diferente a fim de gerenciar a segurança. A tecnologia tem potencial para influenciar positivamente no planejamento da segurança e na tomada de decisões entre todas as partes envolvidas. Tecnologias de informação e comunicação, como o Building Information Modeling (BIM), tecnologia de Virtual Design and Construction (VDC, Projeto e Construção Virtual), Sistemas de Informação Geográfica (SIG), são algumas das abordagens atuais utilizadas na Arquitetura, Engenharia e Construção (AEC). A utilização do BIM forma uma base confiável e precisa para decisões por integrar informações compartilhadas durante todo o ciclo de vida do empreendimento. A crescente implantação de métodos baseados em BIM nas fases iniciais traz consigo uma nova forma de planejar e gerenciar as operações de construção e a segurança de forma integrada, levando a uma construção mais segura com mais facilidade no reconhecimento e resolução de riscos. Sendo assim, este artigo tem como objetivo aprofundar as informações acerca dos esforços de pesquisa da atual aplicação do BIM na fase de projeto e planejamento como forma de gerenciamento de riscos na construção, fornecendo uma síntese das tecnologias empregadas atreladas a eficiência dos resultados, desafios e vantagens dessa adoção, além de basear temas para pesquisa futura. Neste contexto foi realizada uma Revisão Sistemática da Literatura (RSL) a partir de um protocolo de pesquisa que centralizava o estudo aos setores AEC, definindo as strings de busca adaptadas para cada base de dado escolhida, sendo elas: Science Direct; Scopus; Engineering Village; Web of Science; e Taylor & Francis Online. A seleção dos estudos seguiu o modelo esquematiza de um Fluxograma PRISMA. Assim, dos 2328 artigos encontrados, após a aplicação dos critérios de seleção e exclusão, 88 artigos foram lidos em sua íntegra e 62 foram recuperados para a etapa de análise com 4 perguntas de pesquisa. Como resultado, foram levantadas a integração do BIM com tecnologias, principalmente, de verificação automática de regras, ontologia, BIM 4D, tecnologias imersivas, simulações, sistemas de informações geográficas, e códigos computacionais no geral utilizados com as ferramentas citadas. Dos 62 estudos, os riscos de planejamento geral e de layout foi o principal foco de análise nos últimos anos, representando mais de 40% das previsões. Em seguida, e se tratando de um tipo específico de acidentes, os riscos de queda de pessoas e objetos ou colisões configuram quase 20% dos casos. Além disso, as principais limitações da implantação do BIM se tratava da ainda dependência do projetista para escolha das alternativas mais viáveis em termo de custo e duração, falta de experiência prévia e treinamento para se obter uma base de dados confiáveis e a singularidade dos casos analisados. Com isso, foi possível verificar que o BIM é eficiente na gestão de risco, melhora a comunicação de segurança entre as diferentes partes envolvidas no projeto e reduz os esforços manuais propensos a erros. Dessa maneira, a utilização do BIM tende a avançar cada vez mais na indústria AEC, embora ainda necessite de mais estudos e de uma implantação em larga escala, considerando projetos de construção e trabalhos mais complexos.

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Seção
Engenharia Civil