Recuperação estrutural de pontes: estudo de caso da antiga ponte giratória, Recife-PE

Resumo

Segundo o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) pontes, viadutos e passarelas são considerados Obras de Arte Especiais (OAEs) e no Brasil, as principais obras desse segmento são estruturas de concreto armado. Essas estruturas são essenciais no sentido de proporcionar uma melhor mobilidade urbana uma vez que são construídas para transpor obstáculos à continuidade de uma via. De acordo com Marchetti (2018) os requisitos de uma ponte são funcionalidade, estética, segurança, economia e durabilidade. Apesar do concreto armado aliar durabilidade e resistência à compressão da pedra com a resistência mecânica do aço, as ações do meio como esforços submetidos e clima da região promovem queda desses requisitos comprometendo a função a OAE. A falta de manutenção dessas estruturas ao longo dos anos acarreta o surgimento de manifestações patológicas e é um dos fatores que mais influenciam na durabilidade (SANTOS et al, 2017). A Antiga Ponte Giratória, objeto deste estudo, foi inaugurada em 1971 e liga os bairros do Recife e São José. O nome teve origem devido ao mecanismo composto por uma ponte de ferro de vão central giratória na embocadura do rio Capibaribe que favorecia a passagem de embarcações veleiras e dava passagem ao transporte ferroviário para o porto do Recife, inaugurada na década de XX (EMLURB, 2021). Segundo a Autarquia de Manutenção e Limpeza Urbana do Recife (EMLURB), não há nenhum registro de manutenção da Antiga Ponte Giratória desde sua construção. Takeuti (1999) afirma que a falta de manutenção é um dos agentes capazes de diminuir a vida útil da estrutura, uma vez que ações de prevenção ao longo dos anos poderiam evitar o acúmulo de manifestações patológicas. De acordo com Helene (1992), problemas dessa natureza, quando não são tratados, evoluem e tendem a se agravar no decorrer do tempo. Em 2021, a Prefeitura do Recife, após realização de laudo técnico para identificação da situação da ponte, abriu um processo licitatório com o intuito de realizar a recuperação estrutural da ponte. O objetivo deste estudo é identificar as principais manifestações patológicas presentes na estrutura e caracterizar as principais ações de recuperação após as obras executadas entre 2022 e 2023. Para tanto, foi realizada a análise dos dados do relatório disponibilizado pela EMLURB, onde se obteve registro fotográfico das manifestações, dados técnicos dos materiais utilizados na recuperação, bem como também os métodos executivos escolhidos pela gestão da obra. Isso exposto, a Ponte giratória apresentou como principais manifestações patológicas a eflorescência, presença de agentes biológicos e corrosão da armadura. Com o intuito de melhorar a proteção da armadura, o aumento do cobrimento da armadura para no mínimo 5cm e aplicação de concreto jateado, apresentam-se como as principais ações de recuperação, visto que o ambiente apresenta um alto grau de agressividade. As ações de recuperação da OEA restringiram-se à superestrutura e mesoestrutura, não sendo contemplada a infraestrutura.