Salubridade Ambiental e Dengue: distribuição espacial e correlações na região do Agreste Meridional pernambucano distribuição espacial e correlações na região do Agreste Meridional pernambucano

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Maurício Costa Goldfarb
Bruno Nascimento Lacerda
Irami Buarque Amazonas

Resumo

De acordo com o terceiro artigo da lei 8.080/90 da Constituição Federal Brasileira, certos fatores, dentre eles, os ambientais, são não só condicionantes mas também determinantes para a saúde da população (Brasil, 1990). Nesse sentido, diversos pesquisadores como Ribeiro (2004), Elmec (2016), Teixeira et al. (2018), Almeida et al. (2020), entre outros, observam a necessidade de aproximação da temática ambiental com o movimento de promoção da saúde a fim de permitir uma ampliação na compreensão do processo saúde-doença. Nesse contexto, o Conselho Estadual de Saneamento do Estado de São Paulo propôs o Indicador de Salubridade Ambiental (ISA), criado como uma ferramenta para mensurar a salubridade ambiental de áreas urbanas (CONESAN, 1999). Teixeira et al. (2018) ressaltam a capacidade do ISA de ser adaptado conforme a região em que é utilizado, como a feita por Santos (2016), na qual foram realizadas modificações nos sub indicadores do ISA de acordo com situações de limitação na disponibilidade dos dados. Se tratando dos problemas de saúde relacionados ao ambiente, Mascarenhas (2020) observa que as arboviroses devem ser destacadas, e, entre estas, o vírus da dengue. Nesse sentido, Pimentel (2020) mostra que no ano de 2016, no Brasil, o custo para combater o vetor da dengue, o Aedes aegypti, sem levar em conta os custos do tratamento da doença, foram superiores a R$ 1,5 bilhão; observa ainda que nesse mesmo ano foram gastos R$ 175 milhões no tratamento da doença e R$ 114 milhões para manutenção dos centros especializados em reabilitação. Sobre o Estado de Pernambuco, BRASIL (2022) apresenta o boletim epidemiológico Vol.53 Nº16 de monitoramento dos casos de dengue, chikungunya e zika e expõe uma situação de fragilidade dentre os estados afetados pela dengue, com mais de 10.000 casos até o mês de abril no ano de 2022; 3º maior número de casos do Nordeste, com média de 108 a cada cem mil habitantes. A presente pesquisa, desenvolvida com o apoio do grupo de pesquisa em Estudos Socioambientais do Agreste Meridional, tem como objetivo geral a análise da correlação entre salubridade ambiental, representada pelos sub-parâmetros do indicador ISA, e a incidência de dengue nos municípios do Agreste Meridional Pernambucano; região que, de acordo com CONDEPE/FIDEM (2008), possui uma concentração de mais 7,5% da população do Estado, num total de mais de 500.000 habitantes. Os dados utilizados na pesquisa são exclusivamente de caráter público, disponíveis nas bases de dados do IBGE, DATASUS e CPRH, o que fez desnecessário a submissão deste projeto a um comitê de ética em pesquisa conforme a resolução nº 510, de 07 de abril de 2016 do CONEP. Os indicadores (Ica - indicador de cobertura do abastecimento de água; Ice - indicador de cobertura da coleta de esgoto; Icr - indicador de cobertura de coleta de lixo e o ISA simplificado) foram classificados de acordo com Dias (2003). A análise das variáveis, realizada por meio de Análise de Correlação com o Método dos Mínimos Quadrados, como descrito por Arenales e Darezzo (2010). A avaliação da correlação, através do coeficiente de Pearson, conforme valores apresentados por Hopkins (2000). Os resultados parciais obtidos até o momento permitem afirmar que, de acordo com a metodologia utilizada, não foi observada correlação entre os indicadores de cobertura do abastecimento de água e indicador de cobertura da coleta de esgoto com os casos de dengue. No entanto, com relação ao indicador de cobertura de coleta de lixo, observou-se correlação moderada, com coeficiente de Pearson de 0,61.

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Seção
Engenharia Civil