Cápsula Endoscópica: Modelagem no Diagnóstico de Doenças Gastrointestinais

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Iris Caroline de Oliveira Moura
Rita Cassia-Moura

Resumo

Introdução: No ser humano o intestino delgado é afetado por muitas doenças e no trato gastrointestinal é o local com maior dificuldade de ser visualizado pelos métodos endoscópicos tradicionais. Nele o exame endoscópico é limitado pelo seu comprimento e pela sua distância entre os orifícios naturais. Essa necessidade de explorar o intestino delgado que é relativamente inacessível levou ao desenvolvimento da cápsula endoscópica. Objetivo: Analisar o emprego da cápsula endoscópica no diagnóstico de doenças gastrointestinais em seres humanos. Metodologia: Estudo qualitativo em formato de revisão da literatura. Foi realizada busca bibliográfica no database PUBMED, a fim de selecionar artigos científicos publicados de 2018 até 2022. Foram empregados os descritores: endoscopic capsule, technology, diagnosis. Foram utilizados os seguintes critérios para screening dos artigos científicos: estudos prospectivos e ensaios clínicos, publicados em inglês, português e espanhol. Foram excluídos artigos que não se enquadraram no foco da pesquisa. Resultados: A endoscopia por cápsula é um método biofísico não-invasivo de diagnóstico, confiável e seguro, que se baseia na deglutição de um dispositivo não reutilizável, que percorre o trato gastrointestinal, aproveitando a propulsão resultante dos movimentos peristálticos normais. Esse método biofísico surgiu como uma alternativa viável e eficiente para as endoscopias digestivas, as quais são métodos invasivos, desconfortáveis, têm baixa adesão do paciente, e são rotineiramente empregadas em diagnósticos e terapias, como na gastroscopia (i.e. endoscopia digestiva alta, EDA, denominada também esofagogastroduodenoscopia) e na colonoscopia (i.e. endoscopia digestiva baixa). Na EDA, através da cavidade oral é introduzido um aparelho chamado endoscópio, que é um tubo fino com fibra óptica, no qual há uma microcâmera em sua extremidade e permite visualizar as paredes do esôfago, estômago e duodeno. Na colonoscopia o endoscópio é introduzido pelo ânus para averiguar o trato digestivo baixo. Na endoscopia por cápsula o paciente deglute uma microcâmera com luzes de LED, com modelo de cápsula que registrará fotografias do trato gastrointestinal. A cápsula endoscópica é revestida por um material biocompatível e resistente aos fluidos digestivos, e é eliminada naturalmente nas fezes. O modelo possui duas extremidades arredondadas, sendo que uma delas corresponde à extremidade luminosa. A parede do intestino é iluminada através desta extremidade por LEDs brancos. A cápsula endoscópica controlada magneticamente usa o controle magnético para guiar a cápsula juntamente com os movimentos peristálticos, não requer sedação, é confortável e segura, tem alta precisão diagnóstica e de forma mais fácil é aceita pela população (LAI et al., 2019). Há a visualização de áreas obscuras do intestino pela cápsula endoscópica, pois o lado reverso do piloro na junção gastrointestinal, considerada como o ponto cego da visão frontal da EDA e onde também podem existir lesões, pode ser visto pela cápsula endoscópica, quando ela passa pelo bulbo duodenal com orientação caudal (JIANG et al., 2023). A cápsula endoscópica detectou lesões que não foram observadas pela EDA, e a maioria dos pacientes preferiu a cápsula endoscópica (LAI et al., 2019). A sensibilidade da cápsula endoscópica foi significativamente maior em comparação com a sensibilidade na colonoscopia (UTANO et al., 2019). Embora o diagnóstico e eficácia da cápsula endoscópica para o trato gastrointestinal superior e médio seja aceitável, não poder fazer biópsia realmente limita a confirmação de Helicobacter pylori e lesões pré-cancerosas (JIANG et al., 2023). Conclusão: Por ser um método inovador, a cápsula endoscópica tem tudo para se tornar uma ferramenta indispensável no contexto clínico da Gastroenterologia, necessitando, apenas, de sua popularização.
 
Palavras-chave: Diagnóstico Médico; Endoscopia; Engenharia Biomédica; Imagem Médica.
 
Referências:
- JIANG, B; QIAN, Y-Y; WANG, Y-C; PAN, J; JIANG, XI; ZHU, J-H; QIU, X-O; ZHOU, W; LI, Z-S; LIAO, Z. A novel capsule endoscopy for upper and mid-GI tract: the umgi capsule. Bmc Gastroenterology, v. 23, n. 1, p. 76-83, 2023.
- LAI, H‐S; WANG, X‐K; CAI, J‐Q; ZHAO, X‐M; HAN, Z‐L; ZHANG, J; CHEN, Zhen‐Yu; LIN, Z‐Z; ZHOU, P‐H; HU, B. Standing‐type magnetically guided capsule endoscopy versus gastroscopy for gastric examination: multicenter blinded comparative trial. Digestive Endoscopy, v. 32, n. 4, p. 557-564, 2019.
- UTANO, K; KATSUKI, S; MATSUDA, T; MITSUZAKI, K; FUJITA, T; NEMOTO, D; NAGATA, K; LEFOR, A K; TOGASHI, K. Colon Capsule Endoscopy versus CT Colonography in Patients with Large Non-Polypoid Tumours: a multicentre prospective comparative study (4cn study). Digestion, v. 101, n. 5, p. 615-623, 2019.

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Seção
Engenharia da Computação e Sistemas