ODS 6: Análise Comparativa do Conhecimento de Estudantes de duas Escolas Públicas do Recife sobre Recursos Hídricos e Saneamento
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Resumo
De acordo com Sood e Smakhtin (2014), o estresse hídrico ocorre quando o volume de água disponível não é suficiente para suprir as demandas ambientais e os diversos usos humanos. Diante desse cenário, torna-se essencial promover a conscientização sobre o uso responsável da água em espaços educativos. A escola, enquanto agente formador, tem papel fundamental na construção de uma cultura de sustentabilidade, podendo contribuir diretamente para a redução dos impactos causados pela má gestão dos recursos hídricos. O principal objetivo deste trabalho foi comparar dois contextos escolares distintos, com foco na compreensão dos estudantes acerca de temas relacionados ao Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 6 (ODS 6), um dos 17 objetivos estabelecidos pela Organização das Nações Unidas para serem alcançados até 2030 (ONU, 2015). Para isso, foi utilizada uma metodologia que foi aplicado um formulário composto por quatro perguntas dissertativas: “O que é um ODS?”, “O que é segurança hídrica?”, “O que é saneamento?” e “O que um(a) engenheiro(a) civil faz?”, para identificar o conhecimento prévio dos estudantes de ensino médio sobre os temas mencionados (MONTEIRO, SILVA, SOUZA, FRANGAKIS e BARROS, 2024). A análise das respostas foi categorizada em três níveis: conhecimento superficial (CS), quando a resposta apresentava nenhuma ou apenas uma palavra-chave relacionada ao tema. Conhecimento parcial (CP), quando duas palavras-chave esperadas estavam no texto. Conhecimento abrangente (CA), quando o estudante utilizou três ou mais termos considerados centrais. Essa metodologia permitiu uma análise mais aprofundada e fundamentada. O primeiro questionário foi aplicado em uma escola pública do Recife (Escola A) que realiza um processo seletivo para ingresso de estudantes, o que pode influenciar no perfil dos alunos. Posteriormente, o mesmo questionário foi realizado em outra escola pública do Recife (Escola B), que adota um modelo de ingresso aberto, sem seleção prévia. Essa diferença no modelo de acesso pode interferir nos níveis de conhecimento prévio observado nos alunos. Na Escola A, os questionários foram aplicados nas turmas do 1º, 2º e 3º anos do ensino médio, totalizando 52 respostas. Já na Escola B, o questionário foi aplicado apenas em turmas do 3º ano, com um total de 15 alunos participantes. Logo em seguida à aplicação do questionário, foi realizada uma palestra educativa nas duas escolas, abordando os temas propostos com o objetivo de apresentar os conceitos de forma didática, promover um ambiente de diálogo, esclarecendo dúvidas dos estudantes, além de despertar o interesse pela área da engenharia civil. A análise dos resultados mostrou diferenças relevantes entre os alunos das duas instituições. Sobre o tema do saneamento básico, que engloba serviços como abastecimento de água potável, esgotamento sanitário, manejo de resíduos sólidos e drenagem urbana (Brasil, 2007), 88,46% dos estudantes da Escola A apresentaram conhecimento parcial, enquanto na Escola B esse número foi de 60%. Já sobre os conhecimentos sobre os ODS, 48,08% dos alunos da Escola A demonstraram conhecimento abrangente sobre o tema, contra apenas 20% dos alunos da Escola B. Além disso, os dados referentes à segurança hídrica revelaram que 28,8% dos estudantes da Escola A apresentaram conhecimento superficial sobre o tema, demonstrando desconhecimento quanto ao seu significado. Na Escola B, esse índice foi ainda mais elevado, com 86,67% dos alunos sem familiaridade com o termo. Outra análise realizada foi sobre as atribuições da engenharia civil, apenas 8 dos 52 alunos (15,38%) da Escola A demonstraram conhecimento abrangente sobre o tema, enquanto na Escola B, 3 dos 15 alunos (20%) apresentaram o mesmo conhecimento. É importante destacar a diferença entre o número de participantes das duas escolas, o que pode influenciar na interpretação comparativa dos resultados. Enquanto na Escola A o questionário foi aplicado em turmas do 1º, 2º e 3º anos, permitindo uma amostra mais diversificada, já na Escola B, a aplicação ocorreu apenas com estudantes do 3º ano. Embora a aplicação na Escola B tenha se restringido às turmas do 3º ano, devido a questões logísticas e à disponibilidade institucional, essa limitação compromete a possibilidade de uma avaliação mais representativa do contexto escolar geral. Ainda assim, os resultados obtidos fornecem indícios importantes sobre o nível de conhecimento dos estudantes, de ambas as escolas, e reforça a importância de expandir o alcance da pesquisa em ações futuras, contemplando uma quantidade maior de realidades escolares. Ao incluir um número maior de estudantes e diferentes contextos educacionais, torna-se possível construir uma análise mais aprofundada sobre os conhecimentos relacionados ao ODS 6 dos estudantes.
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Seção
Engenharia Civil