Geotecnologias como instrumento de análise de áreas suscetíveis a movimentos de massa em um município da Região Metropolitana do Recife (RMR).
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Resumo
A intensificação da ocupação e utilização do solo de forma desorganizada, somada à limitada atuação da fiscalização e à ausência de políticas públicas eficazes voltadas à urbanização, contribuem para uma série de impactos negativos como residências em locais suscetíveis a deslizamentos (Nunes; Costa, 2023). A ocupação irregular em áreas de encosta intensifica sua vulnerabilidade, especialmente devido ao desmatamento e ao excesso de carga sobre o solo. Esses fatores, juntamente com as chuvas intensas, favorecem a formação de zonas de alto risco e aumentam as ocorrências de acidentes. O risco resulta da interação de múltiplos elementos, cuja compreensão é essencial para ações de prevenção e mitigação, (Mello, 2018; Veras, 2018; Silva, 2019). Nesse contexto, a cartografia geotécnica se consolida como uma ferramenta estratégica no âmbito das políticas públicas, auxiliando na tomada de decisões governamentais ao permitir a priorização de problemas e a estimativa dos custos associados à prevenção e recuperação de áreas afetadas, (Coutinho et al., 2023). O conceito de cartografia geotécnica, de modo geral, refere-se à produção de mapas que incorporam a análise dos impactos decorrentes das dinâmicas de uso e ocupação do solo, (Prandini et al., 1995; Souza e Sobreira, 2015). Diante dessa realidade, a metodologia do presente estudo propôs a elaboração do mapa de suscetibilidade a deslizamentos para o município de Moreno, no estado de Pernambuco. Os elementos considerados na análise compreendem temas relacionados à geologia, geomorfologia, pedologia, uso e ocupação do solo, declividade e índices de precipitação, utilizando como suporte o software QGIS, inserido no contexto dos Sistemas de Informações Geográficas (SIG). O presente estudo teve como finalidade mapear as áreas com potencial de ocorrência de movimentos de massa no município de Moreno/PE, que possui área territorial de 194,197 km² e população residente equivalente a aproximadamente 55.292 pessoas (IBGE, 2022). Para isso, foi adotado o uso de tecnologias SIG aliado ao Método de Análise Hierárquica (AHP). A partir da análise dos dados, foi possível construir um mapa de suscetibilidade, revelando que cerca de 85,75 km² (equivalente a 44,15% da área analisada) apresentam risco muito alto para movimentos de massa. As porções do território com muito baixa, baixa, média e alta predisposição a esse tipo de desastre correspondem a 0,09%, 0,94%, 14,83% e 39,99%, respectivamente. As áreas classificadas como alta e muito alta suscetibilidade representam mais de 80% da área total e se destacam por possuírem forte inclinação e altitudes elevadas. A aplicação dessa metodologia para o mapeamento de áreas vulneráveis a movimentos de massa, revelou-se como uma abordagem eficiente em termos de funcionalidade, permitindo tomadas de decisão mais precisas por parte de gestores e especialistas da área. Dentre os benefícios proporcionados por essa técnica, destacam-se o baixo custo de implementação e a facilidade no processamento dos dados, o que viabiliza seu uso em diferentes contextos territoriais, principalmente em locais com acesso limitado. Portanto, os resultados obtidos ressaltam o papel fundamental desses estudos na promoção de um planejamento urbano e territorial mais adequado, contribuindo diretamente para a redução ou prevenção de deslizamentos e outros tipos de desastres naturais. Diante disso, é importante enfatizar que a ocorrência desses fenômenos pode ser evitada por meio de medidas que favoreçam a conservação do meio ambiente, como a proteção da vegetação nativa, o manejo correto de resíduos sólidos e a ocupação do solo de maneira planejada e sustentável.
Palavras-chave: Geotecnologias; movimentos de massa; suscetibilidade.
Referências
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Moreno – PE, 2022. Disponível em: https://www.ibge.gov.br/cidades-e-estados/pe/moreno.html. Acesso em: 15 jul. 2025.
COUTINHO, R. Q., HENRIQUE., H. M., SOUZA NETO, D. P de., Lucena, R. (2023) Mapeamento de áreas de risco de deslizamento na comunidade Lagoa Encantada, Recife-PE. Contribuciones A Las Ciencias Sociales, 16(10), p.23106-23124.
PRANDINI, F. L., NAKAZAWA, V. A., FREITAS, C. G. L., DINIZ, N. C. (1995) Cartografia geotécnica nos planos diretores regionais e municipais, In: Bitar, O. Y. (Coord.). Curso de geologia aplicada ao meio ambiente. São Paulo: ABGE/IPT, p. 187-202.
SOUZA, L. A. DE., SOBREIRA, F. G. (2015) Procedimentos para Elaboração de Cartas Geotécnicas no Planejamento Urbano. Revista Brasileira De Cartografia, 67(1), p.141-156. https://doi.org/10.14393/rbcv67n1-44736.
NUNES, W. P; COSTA, C. R. R. Uma cidade em questão: Apontamentos da participação cidadã e processo de urbanização sobre o caso de Floriano-PI. Sociedade em Debate, v. 5, n. 1, p.182-205, 2023.
MELLO, P. F. Influência da face na estabilidade de taludes em solo grampeado. 2018.Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil) – Universidade Estadual do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2018.
VERAS, G. R. M. Análise da evolução espacial e temporal da morfologia urbana da região administrativa de Vicente Pires e a influência da ação antrópica nos processos de escoamento superficial. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação) - Curso de Especialização em Geoprocessamento Ambiental, Universidade de Brasília. Brasília, p. 31 2018. Disponível em: https://bdm.unb.br/handle/10483/22149. Acesso em: 06 set. 2022.
SILVA, A.C.; FUCALE, S.; FERREIRA, S.R.M. Efeito da adição de resíduos da construção e demolição (RCD) nas propriedades hidromecânicas de um solo arenoargiloso. Matéria (Rio J.), Rio de Janeiro, v. 24, n. 2, e12355, 2019.
Palavras-chave: Geotecnologias; movimentos de massa; suscetibilidade.
Referências
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Seção
Engenharia Civil