Geomorfologia e Risco: Mapeamento de Suscetibilidade a Deslizamentos em Paulista/PE
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Resumo
A interação entre a morfologia do terreno e elementos como uso e ocupação do solo, além de eventos extremos de precipitação, comprometem o equilíbrio natural do relevo elevando o grau de vulnerabilidade das encostas, favorecendo a ocorrência de erosões e deslizamentos de massa com alto potencial destrutivo. Regiões com relevo acidentado, pouca cobertura vegetal e intensas intervenções humanas estão entre as mais suscetíveis a esses eventos, que podem resultar em significativas perdas materiais e humanas. (Li et al., 2024; Han et al., 2025; Girão, 2004). A pesquisa tem como objetivo analisar as características geomorfológicas do município de Paulista, no estado de Pernambuco, com o intuito de identificar e compreender possíveis áreas suscetíveis à ocorrência de deslizamentos de massa. Para isso, foram avaliados os aspectos do relevo local, com ênfase na declividade. Foram realizadas coleta de dados geoespaciais no Sistemas de Informação Geográfica (SIG), tratados e analisados no software QGis (Quantum GIS) com associação de pesos para declividade, estabelecidos pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA) como determinados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O relevo do município é caracterizado por tabuleiros com altitudes que variam entre 40 e 50 metros próximos à planície costeira, podendo ultrapassar 160 metros na porção oeste (Prefeitura da Cidade de Paulista, 2024). Esta variedade de formas de relevo que influenciam diretamente sua ocupação urbana e os riscos geotécnicos associados. A maior parte do território é caracterizada por relevo plano por se tratar de uma região costeira, com declividades entre 0% e 3%, representando aproximadamente 40% da área total do município. Essa classe possui baixo grau de suscetibilidade a deslizamentos, sendo considerada estável para ocupação. Cerca de 20% da área do município apresenta relevo suave-ondulado, com declividades entre 3% e 8% e baixo risco de deslizamentos (grau 2). Essas áreas, embora levemente inclinadas, também são relativamente seguras para ocupação urbana, desde que haja manejo adequado das águas pluviais. As áreas de relevo ondulado, com declividades variando entre 8% e 20%, correspondem a aproximadamente 30% do território. Esse tipo de relevo possui um grau de suscetibilidade intermediário a elevado (grau 5) para deslizamentos, exigindo cuidados técnicos nas intervenções urbanas, especialmente em épocas de chuvas intensas. Já o relevo fortemente ondulado, com declividades de 20% a 45%, ocupa cerca de 10% da área de Paulista e apresenta o maior grau de suscetibilidade a deslizamentos (grau 8). Essas áreas requerem atenção especial principalmente no que se refere ao controle de ocupações irregulares e à implementação de medidas preventivas de contenção e drenagem. O mapeamento dessas áreas justifica-se pelo reconhecimento da realidade trágica relacionada a episódios com eventos chuvosos no Brasil. Especialmente em áreas com declividades acentuadas, estas circunstâncias exercem influência direta sobre a suscetibilidade a deslizamentos de massa. A ocorrência desses eventos está frequentemente associada a terrenos onde fatores naturais e antrópicos interagem e amplificam o risco (Mandal et al., 2024; IBGE, 2019). Os mapas de suscetibilidade a deslizamentos tornam-se ferramentas essenciais para a identificação de áreas com risco potencial, auxiliando na tomada de decisões mais seguras (Han et al., 2025). Nesse contexto, esse panorama reforça a importância do estudo da geomorfologia para auxiliar na relação dos impactos ambientais decorrentes entre o relevo e a ocupação urbana. Dessa forma, a gestão territorial de Paulista deve considerar a diversidade do relevo para planejar o uso e a ocupação do solo, priorizando a segurança da população e a sustentabilidade ambiental.
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Seção
Engenharia Civil