Análise de manifestações patológicas em patrimônio histórico edificado Estudo de caso da Igreja de Nossa Senhora do Pilar em Recife/PE

##plugins.themes.bootstrap3.article.main##

Stephany Rodrigues
Willames Soares
Livia Lins
Eliana Monteiro

Resumo

O patrimônio histórico edificado é um símbolo da história das cidades e, portanto, desempenha um papel fundamental na construção e preservação da sua identidade cultural (Bersch et al., 2020). Devido ao tempo de construção dessas edificações e à exposição às intempéries, a execução de atividades de manutenção são fundamentais para sua conservação (Vasconcelos et al., 2024), especialmente nas fachadas, que representam o sistema mais exposto aos agentes agressivos externos (Costa et al., 2024). De acordo com Rodrigues et al. (2023), o desenvolvimento de um banco de dados com informações acerca do estado de conservação de uma construção auxilia a gestão da manutenção e o planejamento de manutenções preventivas pela identificação de padrões e tendências. Nesse contexto, este estudo analisa o estado de conservação das fachadas da Igreja de Nossa Senhora do Pilar, em Recife/PE, tombada pelo IPHAN, buscando oferecer subsídios técnicos para ações de restauro. A pesquisa foi conduzida em três etapas: levantamento de dados acerca da edificação; realização de vistorias e obtenção de registros fotográficos para desenvolvimento posterior do mapa de danos e, por fim, análise qualitativa e quantitativa das anomalias. O mapa de danos foi desenvolvido por meio do uso do software AutoCAD. A quantificação das anomalias se deu por dois métodos: o cálculo da cobertura de danos, utilizado por Nascimento et al. (2024) que relaciona a área afetada com a área total da fachada, e o fator de danos (FD), proposto por Silva (2014), obtido por meio da sobreposição de malha padronizada, de 0,50 x 0,50m partindo do canto inferior esquerdo da fachada e contagem das unidades acometidas por cada anomalia. Além disso, foi avaliada a influência da orientação geográfica e da incidência solar e de ventos nas ocorrências patológicas. As manifestações patológicas identificadas com maior recorrência na edificação foram sujidades/biofilme, manchas de umidade e intervenção indevida, sendo as fachadas Sul e Norte as mais degradadas. A maior incidência de chuvas e ventos na fachada Sul, associada à incidência solar durante apenas um período de 9 meses em um ano, contribui para a conservação de umidade na fachada e desenvolvimento de anomalias ocasionadas por este agente. A fachada Norte apresentou os maiores índices de ocorrência de fissuras e desplacamento de revestimento, o que também pode estar atrelado ao acumulo de umidade, visto que esta recebe incidência solar em regime semelhante ao da Fachada Sul, e a presença de árvores próximas, que dificultam a incidência solar direta. As intervenções indevidas foram caracterizadas pela aplicação de pinturas em elementos em cantaria e pelo aparente uso de material cimentício em trechos de parede contínua. Pela análise do mapa de danos foi possível verificar um certo padrão na ocorrência de manifestações patológicas: sujidades/biofilme em elementos mais salientes, manchas de umidade nas regiões inferior e superior, devido a umidade ascensional, escoamento de aguas pluviais e acúmulo de umidade nos ornamentos, vandalismo na região inferior, certamente devido à maior facilidade de acesso, vegetação e intervenções indevidas em elementos em cantaria, que devem apresentar fissuras ou porosidade elevada associada a presença de umidade, fissuras no encontro de materiais, causados pelas diferenças de deformações, ou em regiões de parede contínua. Diante do exposto, podemos considerar o mapa de danos um método eficaz para diagnóstico das manifestações patológicas. A quantificação dos danos possibilitou a comparação entre o estado de conservação das fachadas e a identificação das manifestações patológicas mais recorrentes, entretanto, a dimensão da malha pode superestimar o levamento por meio do FD das anomalias que acometem uma área pequena, como fissuras, valendo salientar que esta anomalia não foi contabilizada pelo método do cálculo da cobertura de danos. O emprego do mapa de danos e dos métodos para analise quantitativa fornecem informações valiosas acerca do estado de conservação da edificação e parâmetros para monitoramento dos danos, contribuindo para o desenvolvimento de ações de manutenção e para a preservação do patrimônio histórico edificado.

Downloads

Não há dados estatísticos.

##plugins.themes.bootstrap3.article.details##

Seção
Engenharia Civil