Em busca de uma Estratégia para Transferência de Tecnologia na UPE
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Resumo
A transferência de tecnologia(TT) entre instituições de ensino e o setor industrial desempenha um papel estratégico no fortalecimento do desenvolvimento econômico e tecnológico. Nesse contexto, o modelo da Hélice Tríplice, que articula a colaboração entre universidade, indústria e governo, tem se consolidado como uma abordagem fundamental para impulsionar a inovação. No Brasil, políticas públicas como a Lei de Inovação Tecnológica (Lei nº 10.973/2004) e o Marco Legal da Ciência, Tecnologia e Inovação (Lei nº 13.243/2016) foram criadas para fomentar a pesquisa aplicada, estimular parcerias e reduzir barreiras à inovação. Diante desse cenário, este estudo tem como objetivo diagnosticar e propor uma estratégia para o processo de Transferência de Tecnologia na Universidade de Pernambuco. Para isso, busca-se mapear as dinâmicas e mecanismos institucionais envolvidos, identificar desafios que possam dificultar a efetivação dessas transferências e avaliar o grau de disseminação da cultura de inovação dentro da universidade. Com base nessa análise, pretende-se recomendações que possam fortalecer a interação entre a UPE e o setor produtivo, aprimorando a colaboração entre academia e indústria e, consequentemente, impulsionando o desenvolvimento regional e nacional. A abordagem metodológica adotada é qualitativa, classificada como pesquisa exploratória, conforme Bauer, Gaskell e Allum (2008), sendo estruturada em quatro fases principais: (1) Revisão Exploratória da Literatura, (2) Entrevistas com professores vinculados ao NIT da UPE, (3) Aplicação de um questionário semiestruturado (survey) com docentes da pós-graduação Stricto Sensu, e (4) Consolidação dos resultados. No momento, a pesquisa encontra-se na transição da fase 1 para a fase 2, com resultados parciais já obtidos a partir da revisão de literatura. Na primeira fase, foram coletados 904 artigos em duas bases científicas: IEEE Xplore (541 artigos) e Google Acadêmico (363 artigos). Após triagem por leitura de títulos e resumos, os artigos foram classificados como aceitos, rejeitados ou duplicados, resultando em 9 artigos selecionados para leitura integral. A análise desses artigos foi guiada por três perguntas-chave: (Q1) os artigos apresentavam algum método de diagnóstico ou avaliação da TT?; (Q2) apresentavam processos ou estratégias para implementação da TT nas universidades?; e (Q3) apontam benefícios e desafios para implementação da TT na academia?. Os resultados demonstraram que, para a Q1, 100% dos artigos não apresentaram formas estruturadas de diagnóstico ou avaliação da TT, revelando uma lacuna significativa na literatura científica. Com relação à Q2, apenas dois artigos propuseram processos formais, sendo um deles o modelo do Escritório de Transferência de Tecnologia (ETT) da Universidade Estadual de Londrina, que funciona como um manual operacional, com definição de rotinas, atribuições e fluxo de atividades para apoio à TT. Quanto à Q3, somente três artigos abordam benefícios e desafios da TT, destacando, entre os desafios, a limitação de recursos, a ausência de apoio institucional, a dificuldade de financiamento para projetos de pesquisa e inovação (P&DI), e a restrição de tempo dos pesquisadores. Entre os benefícios citados estão a troca de conhecimento entre universidade e indústria, o aumento da competitividade no setor produtivo e o estímulo à inovação tecnológica, especialmente no contexto da Indústria 4.0. Esses achados parciais reforçam a importância de compreender a TT não apenas como um processo técnico, mas como uma prática que exige apoio institucional, estratégias bem definidas e participação ativa de diversos atores — especialmente universidades, empresas e o poder público. A partir disso, a pesquisa avança para a segunda fase, que consiste na realização de entrevistas com professores da UPE vinculados ao NIT, com o objetivo de entender, sob uma perspectiva prática, os pontos fortes e fracos da universidade na institucionalização da TT, além de identificar possíveis melhorias nos processos existentes. Em seguida, será aplicada a terceira fase (survey com docentes da pós-graduação), que contribuirá para confrontar os dados empíricos com a literatura analisada. Conclui-se, até o momento, que a literatura nacional e internacional sobre TT ainda carece de abordagens mais aplicadas e diagnósticas, o que amplia a relevância do presente estudo. A pesquisa permanece em fase de execução, mas já apresenta indícios de que, com a criação de processos estruturados, apoio institucional e estratégias alinhadas às políticas públicas brasileiras, é possível avançar na consolidação da TT como prática integrada à cultura universitária. Espera-se que os resultados finais contribuam diretamente para o fortalecimento da TT na UPE e sirvam de referência para outras instituições públicas de ensino superior.
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Seção
Engenharia da Computação e Sistemas