A Importância da Robótica Competitiva para a Formação Profissional dos Jovens
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Resumo
Um dos principais desafios enfrentados pelos estudantes do ensino médio é compreender a utilidade prática dos conteúdos ensinados em sala de aula. Segundo dados do IBGE, em 2019, mais de um terço dos jovens brasileiros entre 14 e 29 anos disseram ter deixado os estudos por falta de interesse (NETO, 2025). O dado apresentado é extremamente preocupante e evidencia que as atividades tradicionais das escolas, quando não conectadas a práticas extracurriculares, estão falhando em reter a atenção dos estudantes e estimulá-los a continuar buscando conhecimento além dos limites da sala de aula. Nesse cenário, atividades práticas surgem como uma possibilidade de aplicação dos conhecimentos teóricos e desenvolvimento de habilidades cruciais que vão além do técnico. Como ponto central deste artigo, será abordada a forma como a robótica torna o aprendizado significativo, aproximando a teoria da prática. Essa abordagem é especialmente relevante diante dos dados da PNAD Contínua (IBGE, 2019) que indicam o desinteresse escolar como um dos principais desafios entre os jovens. O objetivo é enfatizar a robótica como uma poderosa ferramenta pedagógica dos tempos atuais, atuando como facilitadora do entendimento teórico e apresentando aplicações práticas de conceitos relacionados à área STEM (Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática). Além disso, a pesquisa busca compreender a influência e importância das competições para o enriquecimento socioemocional, fortalecendo habilidades como trabalho em equipe, resiliência e empatia. Este artigo foi elaborado por meio de uma pesquisa qualitativa, de caráter exploratório e análise de experiências práticas. Foram utilizadas fontes como entrevistas, dados estatísticos e textos opinativos. A metodologia adotada busca integrar dados teóricos e práticas reais para refletir sobre o papel transformador da robótica no contexto educacional. Em uma entrevista realizada para este artigo, Rafael Cavalcanti, diretor do Clube de Robótica da Robolivre, destacou que, durante as competições, os alunos enfrentam prazos e metas semelhantes aos de empresas, desenvolvendo competências como liderança, trabalho sob pressão, gestão de projetos e responsabilidades. Desta forma fica claro que a participação em competições de robótica, vai muito além da conquistas de medalhas e troféus, ela incentiva o desenvolvimento de habilidades técnicas e socioemocionais entre os jovens, sendo estas de suma importância para um melhor autoconhecimento e regulação emocional. Segundo Milena Seabra, diretora executiva da Faculdade Belavista, os estudantes têm ingressado nas faculdades com conhecimentos técnicos, mas enfrentam dificuldades para lidar com as exigências emocionais e sociais do mercado de trabalho (ESTADÃO, 2025). Nesse contexto, o incentivo à robótica e à participação em competições se mostra fundamental para a aquisição de competências como empatia, tomada de decisão, comunicação e controle emocional, todas indispensáveis para a formação integral do profissional. Em paralelo a isso, participar dessas competições também oferece oportunidade de construir redes de contato (networking) com profissionais da área, mentores, avaliadores, estudantes universitários que atuam na área e colegas de diferentes regiões. O entrevistado, Rafael Cavalcanti, relatou que começou na robótica aos 15 anos, ao participar da competição First Lego League durante o ensino médio, nesse período conheceu um professor que o apresentou à categoria de combate de robôs. “Após a minha participação na Robocore 2024 (maior competição de robótica da América Latina), muitos jovens me procuraram para participar de projetos na área.”, afirma Rafael. Esse relato evidencia como o ambiente competitivo estimula o engajamento e o intercâmbio de experiências entre os participantes, além de evidenciar que a visualização de aplicações práticas dos conceitos aprendidos desperta nos jovens o interesse em se aprofundar no tema. As conexões feitas nesse ambiente abrem portas para bolsas de estudo, estágios e até mesmo convites para participação em projetos científicos, ampliando as perspectivas acadêmicas e profissionais dos jovens. Outro ponto importante é o fortalecimento do portfólio, jovens que se envolvem em competições costumam acumular projetos práticos, prêmios e experiências que os destacam em processos seletivos. Quanto à parte técnica, durante a montagem de um robô, os alunos precisam lidar com temas importantes da física, como centro de massa, resistência dos materiais e inércia, conhecimentos essenciais para a elaboração do projeto mecânico. Os estudantes também precisam desenvolver conhecimento de lógica de programação, juntamente com a eletrônica necessária para a execução dos movimentos, integrando assim múltiplas áreas do conhecimento de forma prática e aplicada. Diante dos pontos apresentados, é possível concluir que participar de competições ensina os jovens a verem propósito nos conteúdos aprendidos, fazendo com que haja um maior engajamento e interesse em continuar os estudos. Além disso, é possível observar que um bom controle emocional é de extrema importância para a formação de um profissional mais completo e que saiba lidar com as dificuldades do mercado. Fica claro que as competições de robótica são uma importante ferramenta para fomentar o interesse dos jovens em se aprofundar na área de exatas,cuja grade inclui disciplinas que podem parecer difíceis ou às vezes sem aplicações práticas, o que acaba por gerar desinteresse. Dessa forma, percebe-se que o incentivo à robótica nas escolas, bem como o desenvolvimento e a participação em competições da área, é de extrema importância para o avanço da educação em tecnologia e robótica no Brasil. Ao promover o aprendizado prático e o desenvolvimento de competências emocionais, a robótica se consolida como uma ferramenta pedagógica eficaz e inovadora.
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Seção
Engenharia Mecânica/Controle e Automação e Tecnologia da Energia