Aproveitamento de água gerada por condicionadores de ar para fins não potáveis em edificação escolar

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Yasmin Ayumi Gushiken
Simone Rosa da Silva

Resumo

A água é um recurso natural renovável indispensável para a manutenção da vida, sendo principal alvo de confronto entre o homem e a natureza. Questões que envolvem sua conservação tornaram-se nos últimos anos uma preocupação mundial (Costa et al., 2020). Nesse cenário, as tecnologias alternativas para o aproveitamento de água de diversas fontes vêm sendo cada vez mais utilizadas nas edificações (Melo, 2020). Nesse contexto, este estudo tem por objetivo avaliar a viabilidade do aproveitamento da água do condensado, proveniente dos aparelhos de ar-condicionado (AC), para fins não potáveis em uma edificação de tipologia escolar técnica localizada na cidade de Arapiraca-AL. O prédio estudado está em atividade desde o final de 2022  e oferece 20 cursos, de diversas áreas (beleza, gastronomia, saúde, tecnologia e moda) e com diferenças nos turnos ofertados. Além disso, possui mais de 5 mil m² de área construída, dos quais 959,15 m² são de área de jardim. A metodologia aplicada consistiu em adotar vazões de referência para os aparelhos de ar-condicionado da edificação, visto que não foi possível realizar o monitoramento de vazões conforme previsto, devido a dificuldades logísticas. Assim, foi realizado um levantamento bibliográfico de estudos de aproveitamento de água de condensado, no qual foram destacados os estudos de Boni (2019), Araújo (2019), Gomes (2019), Ermes (2020), Filho (2020), Fernandes (2023) e Novakoski (2024), tendo sido todos realizados em prédios de tipologia escolar no Brasil. Finalmente, foi adotada a vazão média condensada de 1,15 L/h, a partir de Pereira (2020). A vazão de referência foi escolhida a partir dos critérios de tipologia predial, temperatura e condições climáticas do local, que foram as mais semelhantes às do prédio estudado em Alagoas, em contraste com os outros estudos avaliados. Tal estudo foi realizado em uma instituição também de ensino técnico, em um estado do nordeste brasileiro, no qual foi desenvolvido um sistema de captação e armazenamento de água que foi testado e instalado em 25 aparelhos de ar-condicionado, a fim de medir a vazão de água condensada. Paralelamente, foram estimados 3 tipos de demandas não potáveis de água que podem ser substituídas pela água condensada: lavagem de piso, lavagem de banheiros e rega de jardim. A estimativa do volume de água adotado para a rega do jardim foi calculada por meio de metodologia proposta por Tomaz (2010), e as demandas para lavagem de piso e lavagem de banheiros foram calculadas a partir de contato com a equipe de limpeza do prédio. Além disso, a fim de avaliar o padrão de consumo de água da edificação, também foi levantado o quantitativo de peças hidrossanitárias, bem como o consumo médio mensal de água em 2024, por meio das faturas emitidas pela Companhia          de Saneamento de Alagoas (CASAL). A estimativa possibilitou verificar que são gastos anualmente, em média, 33.610 L de água potável com lavagem de piso, 394.000 L com irrigação de jardim e 19.520 L com lavagem dos banheiros. Além disso, o volume coletado de água condensada seria o equivalente a 175,95 L/h, ou 1850,35 L/dia, o que corresponde a uma média de 469.989 L por ano, considerando-se a diferença no tempo de funcionamento dos aparelhos de ar-condicionado do prédio. Finalmente, conclui-se que o volume condensado seria capaz de suprir totalmente a demanda total não potável. A partir dos resultados obtidos, conclui-se que este trabalho foi de grande importância para ampliar os estudos nesta tipologia predial para a conservação de água em edificações de grande porte.

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Seção
Engenharia Civil