Termografia infravermelha: imagem diagnóstica na prática médica
##plugins.themes.bootstrap3.article.main##
Resumo
A termografia infravermelha (TIV) é um método diagnóstico baseado na obtenção de imagens médicas, com o uso da radiação infravermelha emitida pela superfície cutânea de seres humanos. O objetivo deste estudo foi analisar os princípios biofísicos da TIV, destacando seu potencial de emprego na detecção precoce e no monitoramento de patologias em pacientes. Foi realizada revisão integrativa da literatura publicada nos últimos 5 anos, utilizando as bibliotecas virtuais Pubmed e Scielo, com os descritores infrared, thermography, medicine, com o operador booleano AND. Foi verificado que a TIV tem sido uma ferramenta diagnóstica não invasiva, que capta radiação infravermelha emitida pela pele do paciente, na faixa de 8 a 14 μm, gerando imagens que refletem variações da temperatura superficial, que estão associadas a processos metabólicos. Essas variações são influenciadas pelo fluxo sanguíneo, por mecanismos como vasodilatação e vasoconstrição, por exemplo. Foi também verificado que a TIV requer condições controladas para que resultados confiáveis sejam obtidos, como temperatura ambiente entre 18 e 25 °C e umidade relativa de 35 a 60%. Além disso, o paciente deve permanecer em repouso durante 10 a 15 minutos, visando minimizar as interferências de fatores externos, como sudorese e contato físico (Viegas et al., 2020). Foi evidenciado que a análise para emissão do laudo médico do termograma da área afetada, tem consistido na comparação com regiões simétricas ou basais, identificando assimetrias térmicas, indicativas de alterações fisiológicas. A TIV destaca-se por sua versatilidade em aplicações clínicas. Em oncologia, tem possibilitado a identificação precoce de tumores, podendo vir a complementar a mamografia no diagnóstico do câncer de mama; na avaliação de processos inflamatórios, tem possibilitado a identificação de quadros clínicos como celulite e infecções pós-cirúrgicas; em doenças reumáticas, tem possibilitado o monitoramento da artrite reumatoide (Liu et al., 2025; Stanley et al., 2024). Além disso, através da detecção de gradientes ou assimetrias térmicas, a TIV tem sido utilizada em distúrbios relacionados à dor, como neuralgia pós-herpética; doenças do sistema circulatório; triagem de lesões pulmonares causadas por COVID-19; monitoramento de gravidez; choque e lesões musculares em atletas. Ademais, foi identificado que o uso de novas tecnologias, como algoritmo de machine learning, tem aprimorado a precisão diagnóstica na TIV (Stanley et al., 2024). Entre as vantagens da TIV, têm sido destacadas a portabilidade, baixo custo relativo, resultados em tempo real, e a capacidade de detecção precoce de alterações fisiológicas antes da identificação de lesões anatômicas (Liu et al., 2025). Contudo, limitações no método têm sido identificadas, como: i) ausência de protocolos padronizados no cotidiano, ii) baixa especificidade para lesões de pequena magnitude, iii) influência de fatores fisiológicos, no ritmo circadiano e no ciclo menstrual, iv) fatores ambientais, na umidade e fluxo de ar, e v) em resultados, a sensibilidade limitada a tecidos superficiais e a subjetividade na interpretação dos termogramas (Viegas et al., 2020). Outrossim, mostrou-se de suma importância que a TIV deva vir a ser utilizada rotineiramente na prática médica, não como método isolado, mas como complementar a exames clínicos, e integrada a outros métodos biofísicos, como radiografia, ultrassonografia e tomografia computadorizada, por exemplo. Por ser um método seguro, acessível, sem uso de radiação ionizante, a TIV mostrou-se promissora especialmente em contextos com recursos financeiros limitados, devendo vir a se consolidar como imagem diagnóstica na medicina contemporânea, como uma ferramenta com grande potencial na identificação precoce e no monitoramento de diversas patologias, reforçando sua relevância para a prática médica.
Palavras-chave: diagnóstico médico; engenharia biomédica; imagem médica; processamento de imagens.
Referências:
LIU, Q. et al. Infrared thermography in clinical practice: a literature review. European Journal of Medical Research, v. 30, n. 1, p. 33, 2025.
STANLEY, S. A. et al. Uses of infrared thermography in acute illness: a systematic review. Frontiers in Medicine, v. 11, p. 1412854, 2024.
VIEGAS, F. et al. The use of thermography and its control variables: a systematic review. Revista Brasileira de Medicina do Esporte, v. 26, n. 1, p. 82-86, 2020.
Palavras-chave: diagnóstico médico; engenharia biomédica; imagem médica; processamento de imagens.
Referências:
LIU, Q. et al. Infrared thermography in clinical practice: a literature review. European Journal of Medical Research, v. 30, n. 1, p. 33, 2025.
STANLEY, S. A. et al. Uses of infrared thermography in acute illness: a systematic review. Frontiers in Medicine, v. 11, p. 1412854, 2024.
VIEGAS, F. et al. The use of thermography and its control variables: a systematic review. Revista Brasileira de Medicina do Esporte, v. 26, n. 1, p. 82-86, 2020.
Downloads
Não há dados estatísticos.
##plugins.themes.bootstrap3.article.details##
Seção
Física de Materiais