Diagnóstico do uso de biometria digital nos ônibus do Grande Recife: Análise da linha PE15/Joana Bezerra
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Resumo
No Brasil, as gratuidades representam em média 17% do custo da passagem de ônibus, sendo que, em algumas localidades, elas impactam o valor final em mais de 25% (NTU,2009). Essa situação ainda é agravada devido à ocorrência de fraudes do sistema, quando pessoas utilizam indevidamente desse benefício, o que acarreta em um aumento do custo das viagens e consequentemente das passagens, prejudicando aqueles que utilizam corretamente do transporte público. Como forma de controle do uso das gratuidades, as empresas de ônibus têm implantado sistemas de verificação biométrica nos seus veículos. No Recife, esse sistema começou a ser implantado em agosto de 2014 e funciona através da leitura da digital do usuário. O modelo acumula elogios e críticas, se por um lado as empresas afirmam ter reduzido o número de fraudes, por outro os usuários reprovam as falhas na leitura da digital e o acréscimo de tempo das viagens (Campello, 2015). Visto essa dualidade, este trabalho objetiva analisar o Sistema de Biometria de leitura de digital implantado nos ônibus da Região Metropolitana do Recife considerando a redução de fraudes; a percepção dos usuários e cobradores; e a eficiência do equipamento. Para alcançar tal objetivo foram recolhidos dados sobre o funcionamento do sistema e a redução de fraude diretamente com a Urbana-PE, sindicato das empresas de transportes de passageiros em Pernambuco; feitas entrevistas e aplicados questionários com 66 cobradores e 269 usuários; e coletadas as porcentagens de falhas no reconhecimento da digital e o tempo de embarque dos usuários na Linha PE-15/Joana Bezerra durante os meses de maio e junho de 2016. Foram encontradas falhas significativas no treinamento dos profissionais - 21% dos cobradores afirmaram não ter recebido treinamento para manuseio do equipamento de biometria e apenas 32% daqueles que receberam treinamento aplicavam o procedimento instruído corretamente. Também foi identificada uma rejeição ao sistema tanto pelos usuários quanto pelos cobradores, uma vez que 82% dos profissionais e 68,4% dos usuários entrevistados reprovaram a sua qualidade e menos da metade dos mesmo reconheceram a importância da fiscalização. Em relação à diferença de tempo, foi visto que um passageiro que utiliza a identificação biométrica leva cerca de 4 vezes o tempo de que um passageiro sem biometria. Apesar das deficiências do sistema houve uma redução significativa do número de fraudes atingindo o objetivo proposto e gerando ganhos para o transporte público. Percebe-se então que o sistema é positivo, mas precisa de melhoras no treinamento dos funcionários envolvidos, na sua divulgação para os usuários e na manutenção dos equipamentos, a fim de melhorar a eficiência do sistema.Palavras-chaves: Transporte Público; Biometria; Bilhetagem eletrônica; Gratuidade
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Edição
Seção
Engenharia Civil
Referências
Referências:
CAMPELLO, M. Criticada por passageiros, biometria nos ônibus reduziu fraudes em 30%. Jornal do Comércio Online. Recife, jun. de 2015. seção JC Trânsito. Disponível em. Acesso em maio 2016.
NUT, Associação Nacional das Empresas de Transporte Urbano. Desoneração dos Custos das Tarifas do Transporte Público Urbano e de Característica Urbana. Brasília, 2009.
CAMPELLO, M. Criticada por passageiros, biometria nos ônibus reduziu fraudes em 30%. Jornal do Comércio Online. Recife, jun. de 2015. seção JC Trânsito. Disponível em
NUT, Associação Nacional das Empresas de Transporte Urbano. Desoneração dos Custos das Tarifas do Transporte Público Urbano e de Característica Urbana. Brasília, 2009.