Análise de Ocorrências como Auxílio da Manutenção de um Sistema Elétrico de Subtransmissão

Resumo

Manter uma qualidade aceitável do serviço de distribuição de energia tem se tornado um grande desafio para as empresas atuantes no mercado, haja vista a crise financeira na qual o país se encontra. Falhas no sistema podem causar prejuízos econômicos e na imagem da companhia (CATRINU; NORDGÅRD, 2009). Com recursos cada vez mais escassos e com uma exigência maior anos a fio por parte de consumidores e do órgão regulador, é necessário a busca progressiva por procedimentos que aliem um ótimo desempenho do sistema com um risco aceitável (BROWN; HUMPHREY, 2005). O objetivo é desenvolver um método, a partir de um estudo do histórico de ocorrências, que seja mais uma ferramenta a auxiliar nas tomadas de decisão da gestão na manutenção. Os dados sobre as ocorrências reais da subtransmissão de uma distribuidora de energia foram coletados, analisados e tratados, incluindo as informações sobre o DEC (Duração Equivalente de Interrupção por Unidade Consumidora) de cada ocorrência, do período de janeiro de 2012 a agosto de 2015, formando um banco de dados. A análise das informações sobre as ocorrências visou identificar em qual equipamento ocorreu a falha. O tratamento foi necessário porque este estudo limita-se aos principais equipamentos das subestações, partes do sistema de potência que incluem chaves e disjuntores de linhas de transmissão e distribuição, podendo incluir transformadores (IEC, 1983); excluindo ocorrências originadas em linhas de transmissão. A partir disso, será criada uma ferramenta operacional que, por meio de um método estatístico de regressão, fará previsões para a contribuição de cada tipo de equipamento para o DEC da empresa, possibilitando que sejam tomadas atitudes preventivas mais assertivas a fim de evitar que esses números se concretizem, otimizando o uso dos recursos humanos e orçamentários. Consequentemente, evitando prejuízos aos consumidores, garantindo sua satisfação, que é parte importante do negócio (HILBER, 2008), e favorecendo a imagem da empresa perante à sociedade. Além disso, espera-se que essa ferramenta possa ser alimentada constantemente com novos dados, tornando as previsões mais assertivas e continuamente disponíveis. Conclui-se que, considerando que as informações do banco de dados da empresa são confiáveis e desconsiderando os tipos de falhas, que podem ser externas (causadas por fenômenos da natureza, não controláveis) e internas (intrínsecas ao equipamento, controláveis) (BERTLING et al., 2007), e as variadas causas, a ferramenta proposta é válida como mais um método que, aliado a outros já existentes, auxilia o gestor dos ativos a tomar decisões porque oferece uma previsão objetiva da situação de cada tipo de equipamento.