Avaliação da Resistência do Concreto Produzido com a Cinza da Queima do Bagaço da Cana- de-Açúcar em Substituição do Cimento Portland.

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Adegilson José Bento
Eliana Cristina Barreto Monteiro
Dione Luiza da Silva

Resumo

O setor da construção civil é um dos maiores responsáveis pela geração de poluentes no planeta, recebendo os créditos não somente por ser o maior consumidor de matéria-prima, mas ao mesmo tempo, por representar quase metade da quantidade dos resíduos sólidos gerados no mundo (JOHN, 2000). A propagação da cultura sustentável nas últimas décadas, levou a humanidade a deliberar mais sobre questões ambientais, focando em métodos que visam diminuir esse impacto, como a substituição de parte do clínquer, matéria-prima do Cimento Portland, por adições minerais. Vários países do mundo já fazem uso desses avanços, incluindo o Brasil, onde difunde-se estudos sobre a possibilidade de utilizar o resíduo gerado pelas usinas e destilarias, derivado da produção de energia obtida pelo vapor gerado na queima de um dos seus subprodutos, o bagaço. Atualmente as indústrias sucroalcooleiras não possuem plano de destino desse resíduo, que apresenta como principais características uma grande quantidade de silicatos e aluminatos e alta atividade pozolânica (SILVA, 2016). Apresentando-se, portanto, como uma alternativa viável para utilização como adição, substituindo parcialmente os cimentos ou sendo utilizado como agregado em concretos e argamassas, segundo estudos (CASTRO e MARTINS, 2016; CORDEIRO et al., 2009). A partir do exposto, o presente trabalho tem como objetivo verificar a viabilidade do uso desse resíduo, em substituição parcial do cimento na produção do concreto. A cinza utilizada na pesquisa foi coletada em uma usina localizada no estado de Pernambuco. Realizou-se ensaios de granulometria, densidade real e umidade para sua caracterização física e ensaios de resistência à compressão em corpos de prova (CP’s) de concretos produzidos com teores de 5%, 10%, 15% e 20 % de substituição do cimento, nas idades de 7, 14 e 28 dias. Nos CP’s ensaiados com idade de 7 dias, os melhores resultados foram para o teor de 5%, obtendo resistências semelhantes aos corpos de prova de referência, para as demais adições os valores de resistência diminuíram com o aumento da proporção de cinza adicionada, chegando a ser 60% do valor dos CP’s de referência para a adição de 20%, isso pode estar associado a reação pozolânica da cinza que pode ser lenta nas primeiras idades. Conclui-se que a utilização da cinza do bagaço de cana-de-açúcar como adição já se apresenta como opção viável na fabricação de concreto, possibilitando minimizar o impacto ambiental causado pela produção de cimento e redução de CO2 e fomentando a inclusão, cada vez mais, de produtos sustentáveis que contribuam para sustentabilidade ambiental, social e econômica.

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Seção
Engenharia Civil

Referências

JOHN, V.M. Reciclagem de resíduos na construção civil – contribuição à metodologia de pesquisa e desenvolvimento. São Paulo: Universidade de São Paulo, 2000. 102p.
SILVA, E. J. Utilização do método de condutividade elétrica para análise da pozolanicidade da cinza do bagaço da cana-de-açúcar. Caruaru: Universidade Federal de Pernambuco, CAA, Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil e Ambiental, 2016.
CASTRO, T. R.; MARTINS, C. H. Caracterização das cinzas do bagaço de cana-de-açúcar como material alternativo para redução de impactos ambientais. MIX Sustentável, v. 2, n. 1, p. 12-19, 2016.
CORDEIRO, G. C.; TOLEDO FILHO, R. D.; FAIRBAIRN, E. M. R. Influência da substituição parcial de cimento por cinza ultrafina da casca de arroz com elevado teor de carbono nas propriedades do concreto. Ambiente Construído, Porto Alegre, v. 9, n. 4, p. 99‐107, 2009.