Ciclo de vida dos conjuntos habitacionais de interesse social em Recife-PE: os impactos estruturais decorrentes das intervenções realizadas pelos moradores e usuários.

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Priscila Raffi Rodrigues
Eliana Cristina Barreto Monteiro
Eder Carlos Guedes Santos

Resumo

A intensificação da moradia popular na Grande Recife em conjuntos habitacionais cresceu de forma marcante nas últimas décadas. Neste cenário, observa-se que muitos deles já apresentam problemas devido ao uso inadequado de suas estruturas e/ou falta de manutenção, mesmo com pouco tempo de uso. Por outro lado, verifica-se que os modelos de construção pouco evoluíram na sua morfologia, planta baixa e espaço coletivo, impossibilitando, assim, condições mínimas de habitabilidade, o que pode comprometer o seu ciclo de vida. Vale ressaltar que o conceito de ‘ciclo de vida’ corresponde aos “[...] estágios consecutivos e encadeados de um sistema de produto, desde a aquisição da matéria-prima [...] até a disposição final” (NBR 14.040, 2009). Diante desse quadro, esta pesquisa teve como objetivo avaliar o ciclo de vida das habitações de interesse social na Grande Recife. Para atingir tal objetivo, realizou-se: i) o rastreamento da memória projetual; ii) o diagnóstico de  manifestações patológicas e de conflitos do habitar;  iii) a avaliação da Pós Ocupação e da degradação da moradia. A metodologia foi investigativa, com consulta em órgãos públicos e mapeamento dos conjuntos mais relevantes na região de interesse. Para a pesquisa de campo, formou-se uma equipe com alunos de graduação em Engenharia Civil (Poli/UPE) e alunos de Arquitetura e Urbanismo (Faculdade ESUDA) – todos voluntários de Iniciação Científica. Após as avaliações, os resultados parciais obtidos revelaram: i) a queda de 42% na vida útil estimada do conjunto; ii) expressivos focos de umidade; iii) 94% das reformas tendo sido realizadas pelos moradores sem acompanhamento técnico; e iv) a falta de identidade com a moradia. Em relação ao descarte de resíduos das reformas, observou-se que 34% dos entrevistados revelaram que eles foram jogados no entorno; 25% não informaram o local de descarte, 13% falaram que descartaram na lixeira; e 3% revelaram tê-los armazenado. O custo médio das reformas – em torno de R$ 10.000,00 (dez mil reais) – mostrou comprometimento dos recursos econômicos dos moradores, já que os mesmos recebem de 0 a 3 salários mínimos. A partir desses resultados, esta pesquisa visa contribuir para a formação de recursos humanos qualificados e promover a consolidação das pesquisas na área do Ambiente Construído, por meio do Grupo de Pesquisa de Engenharia Aplicada ao Meio Ambiente (AMBITEC), no Curso de Pós-Graduação em Engenharia Civil, em nível de Mestrado Acadêmico, da Escola Politécnica da Universidade de Pernambuco (UPE/POLI). Os pesquisadores fazem questão de ressaltar o incentivo da FACEPE para a realização da pesquisa. Palavras-chaves: Ciclo de Vida, Avaliação Pós-Ocupação, Habitação de Interesse Social, Método dos Fatores. 

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Seção
Engenharia Civil

Referências

Referências:

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 14040: Gestão Ambiental – Avaliação do ciclo de vida – Princípios e Estrutura. Rio de Janeiro, 2009.