Análise da gestão de pequenas empresas de planejamento de obras

Resumo

A indústria da construção civil, segundo Cazelato (2014), em especial o subsetor edificações, é frequentemente citada como exemplo de setor atrasado, com baixos índices de produtividade e elevados desperdícios de recursos. De acordo com a Ernst & Young (2014), uma das ferramentas que pode contribuir para o aumento da produtividade é o planejamento de obras, influenciando diretamente na capacidade competitiva da empresa dentro do mercado através da redução dos custos de produção. Segundo o CTE (2016), as empresas que elaboram o planejamento e controle de obra têm como objetivos definir o plano de ataque de um empreendimento e a metodologia construtiva dos diversos serviços, visando sempre impacto nos custos e na evolução física da obra e garantindo a economia, segurança e praticidade. Porém, para que este seja elaborado de maneira adequada, além de profissionais capacitados, é necessário que haja no ambiente organizacional onde ele é produzido, a empresa de planejamento de obras, condições ideais para o seu desenvolvimento. Neste contexto, este trabalho tem por objetivo realizar um diagnóstico acerca da gestão das empresas de planejamento de obras, buscando a partir de estudos de caso compreender suas diversas características, tais como: sua formação e seus principais processos e atividades. Para isto, a metodologia do trabalho contemplou a realização de entrevistas estruturadas para aplicação de formulários, que constituíram o estudo de casos. Foram investigadas duas empresas que prestam o serviço de desenvolvimento de planejamento de obras, cujos resultados obtidos permitiram realizar o mapeamento de seus processos e a identificação dos principais problemas de cada empresa, além de realizar a análise comparativa entre estas e sugerir boas praticas para melhorar o desempenho das empresas estudadas. Verificou-se dificuldade, por parte das empresas, de convencer clientes da importância da adoção do planejamento de obras no processo de vendas, demonstrando que o planejamento de obras ainda não é totalmente conhecido e aceito como ferramenta de gestão da produção para empresas construtoras. Observou-se também a inexistência de processos de controle em todos os processos realizados, inclusive no processo de produção, assim como a inexistência de contatos pós-venda para assegurar a satisfação do cliente e garantir a que o produto oferecido está adequado às necessidades das empresas construtoras, como clientes.