Produção de biogás por meio de resíduos de queijo

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SUSAN SCHERZ BARROS
SÉRGIO PERES

Resumo

O consumo mundial de leite, queijos e derivados vem crescendo nos últimos anos e, consequentemente a produção de soro também aumentou expressivamente. O descarte incorreto de tal subproduto ocasiona sérios problemas ambientais, pois apresenta grande concentração de matéria orgânica e inorgânica, e sua disposição em corpos hídricos colabora para um decréscimo na concentração de oxigênio dissolvido nesse meio (MATOS, 2005). No Brasil, a maioria das indústrias que fabrica queijo é de pequeno porte e por isso não possuem uma tecnologia desenvolvida capaz de realizar o reaproveitamento do soro de queijo (ALMEIDA, 2004). Este estudo teve como objetivo, avaliar o potencial de produção de biogás do soro de queijo e queijo estragado em conjunto com o esterco bovino. Para análise do biogás produzido foi realizada a cromatografia gasosa das amostras para a análise do percentual de metano produzido. Foram realizadas 4 etapas para o estudo e em todas elas o esterco bovino foi utilizado como inóculo. Na primeira etapa foi utilizado soro doce como substrato em concentrações entre 100% (branco) a 60%, variando a cada 10%. Na segunda etapa foi utilizado soro ácido nas mesmas concentrações usadas na primeira etapa. Na terceira etapa foi utilizado queijo tipo coalho em três concentrações de extrato seco: 8%, 10% e 12%. Na quarta e última etapa foram utilizados como substrato o queijo coalho, nas mesmas concentrações da etapa anterior, e o soro doce como meio diluidor. Nas três primeiras etapas foram utilizadas as temperaturas de: 30°C, 35°C e 40°C, enquanto que na quarta etapa utilizou-se apenas a temperatura de 40°C, todas mantidas constantes por meio de banho térmico. Os resultados obtidos mostraram que houve uma pequena produção de biogás apenas para o soro doce com 60% de concentração nas temperaturas de 30°C e 35°C com uma concentração máxima de 2,20% e de 2,49% de CH4, respectivamente, após 32 dias de digestão. Na terceira etapa apenas a concentração de 8% apresentou uma concentração máxima de biogás com 1,13% de CH4 após 60 dias de digestão. Não houve produção de biogás na segunda nem na quarta etapas do estudo. Os reatores apenas com esterco apresentaram biogás com elevado teor de metano e os reatores sem inóculo não apresentaram metano. Por meio dos resultados expostos, ficou claro que os rejeitos de queijo como o soro doce ou ácido, bem como o uso de queijo tipo coalho precisam de um controle rígido de acidez (pH) que só pode ser obtido com reatores controlados diariamente. Reatores de bancada fechados não são viáveis para a produção de biogás, uma vez que acidificam o meio reacional causando a morte das bactérias metanogênicas responsáveis pela digestão anaeróbia. Por isso, sugere-se modificações nos reatores possibilitando o controle de pH mais próximo da neutralidade (pH 7,0).Palavras-chave: biogás; soro de queijo; queijo estragado; esterco bovino.

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Seção
Engenharia Mecânica/Controle e Automação e Tecnologia da Energia
Biografia do Autor

SUSAN SCHERZ BARROS, UNIVERSIDADE DE PERNAMBUCO

TÉCNICO EM QUÍMICAENGENHEIRA QUÍMICAMESTRANDA EM TECNOLOGIA DA ENERGIA

SÉRGIO PERES, UNIVERSIDADE DE PERNAMBUCO

VICE-COORDENADOR DO MESTRADO EM TECNOLOGIA DA ENERGIAPROFESSOR DOUTOR DA UNIVERSIDADE DE PERNAMBUCO 

Referências

ALMEIDA, E. S. Tratamento do Efluente da Indústria de queijos por processos biológicos e químicos, 2004. 81f. Tese (Doutorado em Química) - Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2004.

MATOS, A. T. Tratamento de resíduos agroindustriais. Curso sobre tratamento de resíduos agroindustriais. Fundação Estadual do Meio Ambiente. Viçosa: Universidade Federal de Viçosa, 2005.