Avaliação do Desempenho de Inibidores de Corrosão em Estruturas de Concreto Armado

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Mayara Silva de Oliveira
Demócrito Pereira de Morais Neto
Suzany Marques da Silva Chaves
Eliana Cristina Barreto Monteiro

Resumo

Ao longo dos anos, várias pesquisas vêm sendo realizadas na área da Engenharia Civil com o intuito de melhorar o desempenho das estruturas e aumentar sua durabilidade e vida útil. Ao contrário do que se acreditava em meados do século passado, o concreto, material mais usado na construção civil, não possui durabilidade infinita e sofre degradação com o passar do tempo em consequência de sua interação com o meio. Os problemas de durabilidade do concreto armado causam grande impacto econômico, uma vez que os gastos oriundos de manutenção e reparos estruturais são exorbitantes. Segundo Ueda e Takewaka (2007), “alguns países europeus gastam por volta de 50% do que investem na construção civil em serviços de manutenção e reparo”. A maior parte desta deterioração é causada pela corrosão das armaduras de concreto armado. De acordo com Ribeiro e Helene (2013), corrosão consiste em “uma interação destrutiva de um material com o meio ambiente, seja por ação física, química, eletroquímica ou a combinação dessas”. Os íons cloretos, enquanto agente agressivo, figuram como um dos principais causadores de corrosão em armaduras de concreto. A corrosão das armaduras acarreta sérias consequências, incluindo “perda de seção das barras de aço e fissuração do concreto, prejuízos da aderência barra/concreto, flechas e deformações excessivas da estrutura, destacamento do concreto de cobrimento e, por fim, em estágios avançados, riscos de colapso parcial ou total da estrutura” (ALMEIDA 2012). Atualmente, tem-se feito uso de aditivos inibidores na tentativa de retardar ou reduzir a corrosão das armaduras. Esses aditivos são utilizados na fase de preparação do concreto, sendo introduzidos na água de amassamento, ou na fase já endurecida, por meio de impregnação da superfície exposta. As vantagens trazidas pelo uso de inibidores de corrosão são notáveis. Além de apresentarem baixo custo e uma fácil aplicação, seu caráter preventivo ameniza a necessidade de manutenção e reparo, bem como os gastos excessivos que custeiam essas atividades. Atualmente vários tipos de inibidores estão disponíveis no mercado, porém muitas vezes, os mecanismos por trás desses produtos não são completamente compreendidos. Assim sendo, essa pesquisa tem como objetivo analisar a eficiência de dois tipos de inibidores de corrosão a base de carboxilato de amina, sendo um aplicado através de pintura e o outro misturado à água de amassamento. Para o cumprimento desse objetivo foram moldados corpos-de-prova com diferentes relações água/cimento, tendo uma série de 0,4 e outra de 0,7. Determinados corpos-de-prova receberam a aplicação do inibidor misturado à água de amassamento, outros do inibidor aplicado através de pintura. Houveram ainda os corpos-de-prova que não receberam nenhum tipo de proteção, servindo como parâmetro de referência (corpos-de-prova de referência). Em seguida, os corpos-de-prova foram submetidos ao procedimento de indução de íons cloreto através de ciclos de secagem e imersão parcial. Realizou-se ensaios de resistividade, absorção capilar e ensaio eletroquímico com o potencial de corrosão. Os corpos-de-prova que receberam o inibidor misturados à água de amassamento obtiveram os melhores resultados nos três ensaios realizados, seguidos, na maioria dos casos, pelos corpos-de-prova com inibidor aplicado por pintura. Assim o inibidor misturado à água de amassamento provou ser o mais eficiente. De modo geral, os corpos-de-prova de referência ficaram com os piores resultados. A relação água/cimento se mostrou um elemento decisivo no combate a corrosão das armaduras, uma vez que corpos-de-prova com menor relação água/cimento (0,4) obtiveram resultados significativamente melhores que os que possuíam uma relação água cimento mais elevada (0,7), apresentando menor variação de massa ao longo do tempo e menor probabilidade de corrosão. Dessa forma pode-se chegar à conclusão de que a utilização do inibidor de corrosão misturado à água de amassamento aplicado a um concreto com uma baixa relação água cimento é a solução mais viável para redução da corrosão das armaduras de concreto.Palavras-chave: Inibidores de corrosão; Concreto armado; Inibidor; Corrosão.

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Seção
Engenharia Civil
Biografia do Autor

Mayara Silva de Oliveira, Universidade de Pernambuco

Estudante de Engenharia Civil pela Universidade de Pernambuco

Referências

ALMEIDA, K. S. Análise comparativa da capacidade de proteção de adições minerais pozolânicas quanto à corrosão de armaduras por íons cloretos. Dissertação (Mestrado), Programa de Pós-Graduação em Engenharia, Universidade de Pernambuco, Recife, 2012.

RIBEIRO D. V.; HELENE, P. R. L. Corrosão em Estruturas de Concreto: Teoria, Controle e Métodos de Análise. Elsevier, 2013. 240 p.

UEDA, T.; TAKEWAKA, K. Performance-based Standard Specifications for Maintenance and Repair of Concrete Structures in Japan. Structural Engineering International, v. 4, p. 359-366, 2007.