Análise do potencial de produção de energia, syngas e biodiesel de óleo de borra de café

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SUSAN SCHERZ BARROS
LIZELDA MENDONÇA SOUTO
SÉRGIO PERES

Resumo

Independente de classe social, idade e sexo, nos bairros e periferias das grandes cidades brasileiras, é uma prática cotidiana da população e até cultural, o hábito de tomar café seja durante o café da manhã, em intervalos durante o expediente nos ambientes de trabalho, em conversas com os amigos, para ficar acordado ou simplesmente para relaxar. Uma das explicações para o consumo de café é que um quilo do produto equivale a menos de 2% do salário mínimo e por isso não causa grande impacto no orçamento doméstico (G1 PE, 2016). De acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Café (ABIC), o Brasil chegou a marca de 21,3 milhões de sacas consumidas em 2016, devido ao alto consumo da bebida no país, e uma grande quantidade de resíduos é gerada diariamente nos mais diversos estabelecimentos onde é produzido (ABIC, 2016).  Este estudo teve como objetivo avaliar o consumo de café na Escola Politécnica da Universidade de Pernambuco e nos estabelecimentos em sua circunvizinhança, caracterizar o resíduo, realizar a extração de óleo e produção do biodiesel com a borra de café através do processo transesterificação, que é um processo no qual ésteres reagem com monoálccol em excesso na presença de um catalizador produzindo biodiesel e glicerol (SUAREZ et. al, 2015). Avaliou-se o Poder Calorífico (PC) da borra, do óleo e do biodiesel, onde PC é definido por Quirino (2000) e Virmond (2007) como a quantidade de energia liberada na oxidação completa de um determinado combustível por unidade de massa ou por unidade de volume, no caso dos gases e apresenta-se de duas formas: Poder Calorífico Superior (PCS) e Poder Calorífico Inferior (PCI). Por fim, foi realizada a gaseificação da borra café nas temperaturas de 700 e 800 °C.  Inicialmente, o resíduo foi coletado após sua produção, passando pelo processo de secagem em mufla, depois procedeu-se a caracterização físico-química, a extração do óleo utilizando o extrator soxhlet e então foi produzido o biodiesel.  Os resultados obtidos foram 5426,80 kg consumidos de café na POLI e adjacencias ao ano, a caracterização da biomassa mostrou um grande potencial energético. O Poder Calorífico Inferior para a borra de café foi de 20,44 MJ.kg-1, 38,13 MJ.kg-1 para o óleo e 38,27 MJ.kg-1 para o biodiesel. Na gaseificação, observou-se a presença de gases como H2, CH4, C3H8 e C4H10, e PCS entre 10,87 MJ.m-3 a 11,81 MJ.m-3 evidenciando possíveis aplicações do resíduo como uma fonte de energia renovável. Palavras-chave: Resíduos; Borra de café; Energia Renovável.

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Seção
Engenharia Mecânica/Controle e Automação e Tecnologia da Energia
Biografia do Autor

SUSAN SCHERZ BARROS, UNIVERSIDADE DE PERNAMBUCO

TÉCNICO EM QUÍMICAENGENHEIRA QUÍMICAMESTRANDA EM TECNOLOGIA DA ENERGIA

LIZELDA MENDONÇA SOUTO, UNIVERSIDADE DE PERNAMBUCO

MESTRANDA EM TECNOLOGIA DA ENERGIA

SÉRGIO PERES, UNIVERSIDADE DE PERNAMBUCO

VICE-COORDENADOR DO MESTRADO EM TECNOLOGIA DA ENERGIAPROFESSOR DOUTOR DA UNIVERSIDADE DE PERNAMBUCO

Referências

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DA INDÚSTRIA DE CAFÉ (ABIC). Evolução do consumo interno de café. Disponível em: . Acesso em: 30 de Dez. 2016.

G1 PE. AGRO: A Industria-Riqueza do Brasil. Disponível em: http://g1.globo.com/economia/ agronegocios/agro-a-industria-riqueza-do-brasil/noticia/2016/07/consumo-de-cafe-no-brasil-cresce-em-2016.html. Acesso em: 08 Dez. 2016.

SUAREZ, P. A. Z.; SANTOS, A. L. F.; RODRIGUES, J. P.; ALVES, N. B. Biocombustíveis a partir de óleos e gorduras: Desafios tecnológicos para viabializá-los. Quim. Nova São Paulo, v. 32, p. 768-775, 2009.

VIRMOND, E. Aproveitamento do lodo de tratamento primário de efluentes de um
frigorífico como fonte de energia. Dissertação de mestrado. Florianópolis, SC: UFSC, 2007.