Resistencia à compressão de blocos de concreto produzidos com agregados reciclados mistos

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Camila Borba Rodrigues
Stela Fucale Sukar
Angelo Just Costa e Silva
Camila Laís Lima Santos

Resumo

Os resíduos de construção e demolição (RCD) são aqueles resultantes de construções, demolições e reformas, tendo se tornado cada vez mais uma preocupação para a sociedade. Sua deposição em locais irregulares – beiras de rios, encostas, terrenos baldios – causam sérios prejuízos ambientais e sociais, além de acarretar o ônus da coleta ao poder público (SILVA e FERNANDES, 2012). Contudo, segundo Gusmão (2008) o RCD é um material potencialmente reciclável, podendo ser beneficiado e aproveitado em forma de agregado para a produção de concreto não estrutural. O objetivo deste trabalho é avaliar a resistência à compressão de blocos de concreto produzidos com substituição de 50% dos agregados naturais por agregados reciclados mistos e compará-los com blocos convencionais de concreto. Para tal, foram caracterizados agregados miúdos e graúdos, convencionais e reciclados, usados na produção dos blocos segundo critérios de granulometria, teor de materiais pulverulentos, massa especifica e absorção de água. Foram produzidos blocos convencionais e blocos com 50% de substituição dos agregados naturais por reciclados em uma fábrica de artefatos de concreto na Região Metropolitana do Recife, usando para as duas famílias produzidas, a mesma quantidade de água, aditivo e cimento. Após a cura, os blocos foram submetidos ao ensaio de resistência à compressão axial, a partir do qual foi obtida a sua resistência à compressão característica, segundo a NBR 12118 (ABNT, 2013). Os resultados obtidos nos ensaios com agregados demonstram que  composição granulométrica dos agregados reciclados e naturais, miúdos e graúdos utilizados na pesquisa apresentaram granulometrias semelhantes; O teor de materiais pulverulentos foi cerca de 14% superior nos agregados miúdos e 154% nos agregados graúdos reciclados, em comparação com os naturais;  A massa específica dos agregados miúdos reciclados não apresentou variação significativa em relação naturais, enquanto os graúdos reciclados tem cerca de 5% a menos de massa que o agregado convencional e a absorção de água se apresentou superior nos agregados reciclados, sendo cerca de 12 vezes a absorção do agregado miúdo natural e 8 vezes a do agregado graúdo natural. Em relação aos critérios de resistência, os blocos produzidos com agregados reciclados obtiveram média de 10,2 MPa e blocos convencionais, 12,2 MPa, representando cerca de 17% de redução da resistência característica nos blocos com agregados reciclados. Logo, pode-se concluir que, uma vez que foram utilizados os mesmos parâmetros de produção, a redução da resistência deve estar associada à qualidade do agregado reciclado, principalmente da quantidade de materiais pulverulentos que causou o enfraquecimento da pasta. Entretanto, foi possível observar que, mesmo com a substituição dos agregados naturais por reciclados, os blocos obtiveram bons resultados, sendo necessários outros estudos de forma a possibilitar seu uso comercial e, possivelmente, como elemento estrutural.Palavras-chave: Resíduos de construção e demolição; Blocos de concreto; Sustentabilidade Ambiental, Reciclagem de resíduos.

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Seção
Engenharia Civil
Biografia do Autor

Camila Borba Rodrigues, Universidade de Pernambuco

PEC - Programa de Pós Graduação em Engenharia Civil

Referências

ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 12118: blocos vazados de concreto simples para alvenaria: métodos de ensaio. Rio de Janeiro, 2013.
GUSMÃO, A. D. Manual de gestão dos resíduos da construção civil. Camaragibe, PE: CCS Gráfica, 2008. 140 p.
SILVA, V. A.; FERNANDES, A. L. T. Cenário do gerenciamento dos resíduos da construção e demolição (RCD) em Uberaba-MG. Revista Sociedade & Natureza, ano 24, n. 2, p. 333-344, maio/ago. 2012.