Sistemas de financiamento habitacional brasileiro: descrição da situação atual

##plugins.themes.bootstrap3.article.main##

Carolina Buarque de Albuquerque Silva
Alberto Casado Lordsleem Jr.

Resumo

O número insuficiente de habitações é um dos principais problemas sociais urbanos do Brasil. De acordo com Medeiros e Monetti (2008), desde a década de 1940, o país vem passando por mudanças que o transformaram em um país predominantemente urbano. Um crescimento populacional exponencial e uma rápida migração para áreas urbanas criaram uma grande demanda por habitação. Segundo Hoek-Smit (2003), a questão habitacional é um fator importante na criação de estabilidade, saúde pública, justiça social e estímulo ao crescimento econômico das sociedades. Por estas razões, as sociedades intervêm nos mercados habitacionais mediante políticas e subsídios com o objetivo de estimular a produção de moradias e de facilitar o acesso a estas por grupos diversos da população. A atual crise econômica estabelecida no Brasil, impôs restrições ao setor imobiliário após alguns anos de expansão acelerada apoiada em baixas taxas de juros e incentivos governamentais. A crise surgiu em um momento em que as carências do país e a demanda futura gerada pelas pressões demográficas e pelo crescimento das cidades ainda é muito grande. De acordo com FIESP (2016), a soma das necessidades – novas famílias e eliminação do déficit – dá uma produção de cerca de 1,468 milhão de moradias por ano, o equivalente a construção de 8,810 milhões de moradias entre 2017 e 2022. Isso enseja grandes desafios para os próximos anos, os quais implicam a necessidade de revisar os padrões do financiamento habitacional com o objetivo de atender à real necessidade de moradia da população brasileira. Desse modo, este trabalho tem o objetivo de realizar uma descrição da situação atual do financiamento habitacional brasileiro, realizando uma comparação com algumas experiências internacionais, que poderá subsidiar futuras propostas de metodologias para o financiamento habitacional no país. Para isso, a metodologia de desenvolvimento da pesquisa foi composta por 3 etapas. A primeira etapa consistiu no levantamento das características do financiamento habitacional nacional e internacional. Para isso, além do Brasil, foram selecionados países que apresentam expansão e/ou estabilidade do mercado imobiliário nos últimos anos: Chile, Coreia do Sul, Espanha, EUA e México. Durante a segunda etapa, foi realizada uma análise comparativa entre o que se pratica no Brasil em relação ao financiamento habitacional e o que se pratica nos países do estudo. Na terceira etapa da pesquisa, os dados obtidos através da revisão bibliográfica serviram de parâmetro para realizar a análise de forças competitivas do financiamento habitacional entre os países da pesquisa.  Os resultados obtidos mostram que para o sucesso da expansão do crédito imobiliário e do fortalecimento das estruturas institucionais existentes, é importante que exista um ambiente de estabilidade econômica no país, variadas fontes de recursos, baixas taxas de juros, financiamentos de longo prazo, desburocratização dos procedimentos e ainda, políticas habitacionais que atendam adequadamente à necessidade da população. A evolução histórica do sistema de crédito imobiliário brasileiro mostra um grande avanço neste setor. No entanto, o elevado déficit habitacional no país, a escassez de fontes de recursos, as altas taxas de juros e a burocratização de procedimentos explicam a necessidade de buscar novas diretrizes para seu aperfeiçoamento.

Downloads

Não há dados estatísticos.

##plugins.themes.bootstrap3.article.details##

Seção
Engenharia Civil
Biografia do Autor

Carolina Buarque de Albuquerque Silva, Escola Politécnica da Universidade de Pernambuco

Mestranda em Engenaria Civil da Escola Politécnica da Universidade de Pernambuco

Alberto Casado Lordsleem Jr., Escola Politécnica da Universidade de Pernambuco

Professo Livre-Docente da Escola Politécnica da Universidade de Pernambuco