Projeção de argamassa de gesso: análise reológica

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Thiago de Aguiar Siqueira Silva
Yêda Vieira Póvoas Tavares

Resumo

O presente trabalho visa realizar uma caracterização reológica de uma argamassa de gesso projetado existente no mercado a fim de verificar a sua trabalhabilidade e acompanhar seu processo de execução já que não existe uma norma específica deste produto. A utilização deste material como revestimento interno é uma das tecnologias que estão sendo empregadas com sucesso na construção pois incorporou além das qualidades intrínsecas do gesso como ótimo isolante térmico e acústico, a redução do desperdício de materiais. O uso da argamassa de gesso projetada representa um ganho de produtividade alinhado a uma redução de custos quando comparado com o tradicional sistema de aplicação manual de argamassa cimentícia (CUNHA, 2015). O estudo foi feito a partir de uma visita a uma obra, localizada no estado de Pernambuco, que realizava o método de projeção, onde foi extraído um saco de 40 kg para serem determinadas as propriedades físicas do pó NBR 12127 (ABNT, 2017) e da pasta NBR 12128 (ABNT, 2017), as propriedades mecânicas da argamassa NBR 12129 (ABNT, 2017) e a análise reológica. A caracterização reológica foi feita a partir do ensaio de squeeze-flow, que permite apresentar o fluxo do material, avaliando as relações entre tensão de cisalhamento aplicada e a deformação em determinado período de tempo, quando este é comprimido por duas placas paralelas (ENGMANN; SERVAIS; BURBIDGE, 2005). Após uma análise feita em laboratório foi constatado que a relação água/gesso de 0,65 indicada pelo fabricante da argamassa projetada seria muito fluida, fato este que dificultaria a argamassa de aderir ao substrato, sendo assim necessário a realização do ensaio de consistência normal no momento de aplicação a fim de verificar qual consistência da pasta produzida na obra, onde foi encontrado o valor para a relação água/gesso de 0,57. Os resultados obtidos a partir do ensaio de squeeze-flow mostraram que para ambas as relações água/gesso as argamassas se comportaram de maneira muito fluida para os intervalos estudados (5, 10, 15 e 20 minutos), sofrendo grandes deformações sem um aumento significativo de força, diferentemente do que foi apresentado em obra que, para esse tempo, o aplicador já sentia dificuldades para realizar o sarrafeamento. Fica evidenciado, portanto, uma divergência entre o que foi apresentado no ensaio de squeeze-flow, em que a argamassa se manteve fluida até os 20 minutos, e do momento de aplicação em obra, em que aos 20 minutos o operador já sentia dificuldades para continuar o sarrafeamento. Isto ocorre devido a divergência entre as relações água/gesso fornecida pelo fabricante e a utilizada em obra, visto que o profissional regula essa consistência baseado na sua experiência, evidenciando ainda mais a necessidade de uma norma regulamentadora.Palavras-chave: Argamassa de gesso; Projeção; Squeeze-flow; Reologia.

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Seção
Engenharia Civil
Biografia do Autor

Thiago de Aguiar Siqueira Silva, Universidade de Pernambuco

Estudante de Graduação de Engenharia Civil

Yêda Vieira Póvoas Tavares, Universidade de Pernambuco

Professora Adjunta, Programa de Pós-Graduação de Engenharia Civil

Referências

Cunha, Thiago Araújo. Viabilidade de projeção de gesso na construção civil estudo de caso: Edifício D'Ouro Tambaú Residense Club, 2015 - Curso Engenharia Civil, Universidade Estadual da Paraíba.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 12127: Gesso para construção - Determinação das propriedades físicas do pó - Método de ensaio. Rio de Janeiro, 2017.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 12128: Gesso para construção - Determinação das propriedades físicas do pó - Método de ensaio. Rio de Janeiro, 2017.
ENGMANN, J.; SERVAIS, C.; BURBIDGE, A. S.. Teoria do fluxo Squeeze e aplicativos para reometria: Uma revisão. Mecânica dos Fluidos Jornal de não newtonianos, Switzerland, v. 132, p.1-27, 15 dez. 2005. Semanal. Disponível em: . Acesso em: 17 abril 2017.