Potencialidades femininas: potencialidades energéticas

Resumo

Há consenso generalizado da necessidade de políticas estratégicas que potencializem a inserção feminina no âmbito universitário, especialmente na região Nordeste,  onde o índice de evasão escolar é maior. O relatório de 2013 da Universidade de Pernambuco – UPE, aponta a disparidade da situação acadêmica das estudantes nos cursos de engenharia matriculadas no segundo semestre do referido ano. Desta feita, há necessidade premente de qualificar um número significativo de mulheres nas áreas tecnológicas para se atingir um novo patamar na igualdade de gêneros, a qual não é mais concebida sem o domínio  pleno da ciência e da tecnologia das mulheres. A presente proposta é um relato da experiência vivenciada no ano de 2013 como resultado do projeto aprovado na Chamada 18 - MCTI/CNPq/SPM-PR/Petrobras - Meninas e Jovens Fazendo Ciências Exatas, Engenharias e Computação. O projeto teve como objetivo estimular a formação de mulheres nas carreiras de engenharias no estado de Pernambuco. Para participar desse projeto foram selecionadas quatro alunas, duas com 16 anos de idade e duas com 14 anos, que contaram com o apoio de professores e de meninas estudantes do sexto período do curso de Engenharia Mecânica da POLI. As selecionadas receberam uma bolsa de R$ 161,00 a R$ 550,00 durante o período de um ano. A metodologia de trabalho integrou a teoria e a prática de forma contextualizada com a tecnologia da Engenharia da Energia Solar, Eólica, Nuclear e de Biomassa. No Eixo Tecnologia da Energia da Biomassa foi executado no laboratório de bicombustíveis – POLICOM a determinação da potencialidade de uma biomassa para aprofundar os conhecimentos das potencialidades nos processos de conversão de biomassa. No Eixo Tecnologia da Energia Solar foram apresentados os princípios básicos das tecnologias fotovoltaicas e termo solares.  No Eixo Tecnologia da Energia Nuclear apresentou-se  casos reais de simulação computacional dos processos físico-neutrônicos e termo-hidráulicos de reatores nucleares. Também, uma exploração adicional de aproximação com a ciência foi a programação de visitas a museus e laboratórios de ciências, entre eles: o Museu de Ciências Nucleares de Pernambuco, o Museu de Minerais e Rochas da UFPE, o cíclotron e a Unidade de Produção de Radiofármacos do Centro Regional de Energia Nuclear. A visita técnica é considerada um recurso didático de inserção profissional. Também,  todas as alunas receberam um  curso de redação cientifica. Estas intervenções resultaram na entrada a centros universitários de engenharia de todas as estudantes do ensino medio e esta experiência contribuiu significativamente na sua decisão. A mesma  proposta foi submetida no programa PIAEXT-2017, e da similarmente, estão sendo realizadas atividades cientificas para alavancar a inclusão feminina nos cursos de engenharia.