O Tradutor/ Intérprete de Libras no Contexto Educacional: Riscos Ergonômicos e Desafios

The Sign Language Translator/Interpreter in the Educational Context: Ergonomic Risks and Challenges

 


Mairla M. L. Teles1

  orcid.org/0000-0002-5750-9268


Elisa Rodrigues de O. Martins1    

orcid.org/00090009-4849-2634                                       

 


               

1Instituto Federal do Piauí, Piauí, Brasil.

E- mail: mairlateles@ifpi.edu.br

 

 

DOI: 10.25286/repa.v9i2.2745

 

Esta obra apresenta Licença Creative Commons Atribuição-Não Comercial 4.0 Internacional.

 

Como citar este artigo pela NBR 6023/2018: TELES, Marila M. L.; MARTINS, Elisa R. de O. O Tradutor/ Intérprete de Libras no Contexto Educacional: Riscos Ergonômicos e Desafios. Revista de Engenharia e Pesquisa Aplicada, vol 9, n.2 , p. 9-14, 2024.

 

RESUMO

O objetivo desta pesquisa foi analisar as condições ergonômicas de trabalho dos tradutores e intérpretes de Libras buscando avaliar a implementação da política institucional de inclusão da pessoa surda no IFPI–CTZS. Os métodos aplicados, de forma qualitativa, tiveram como base a observação, com registros fotográficos e aplicação de questionário para profissionais tradutor/intérprete de Libras, entre outros. Para a viabilização do projeto a equipe foi formada por um docente pesquisador, uma servidora  do Núcleo de Apoio ao Portador de Necessidades Específicas – NAPNE e 05 alunas surdas, bolsistas voluntárias que cursaram essa disciplina. Por fim, esta pesquisa identificou diferentes fatores que contribuem para o desenvolvimento de lesões e doenças ocupacionais no exercício dessa atividade através da sobrecarga física, mental e emocional, comprometendo assim a sua atuação e capacidade de interpretação. Com efeito, as políticas de inclusão precisam focar na melhoria das condições de trabalho dos intérpretes, implantando programas de prevenção do aparecimento de DORT e do estresse mental, medidas de organização racional da jornada de trabalho e de ampliação do quadro profissional, bem como de incorporação de tecnologias que facilitem a atividade interpretativa.

 

PALAVRAS-CHAVE: Intérpretes de Libras; Doenças ocupacionais; Riscos ergonômicos; Inclusão Escolar.

 

ABSTRACT

The objective of this research was to analyze the ergonomic working conditions of Libras translators and interpreters, seeking to evaluate the implementation of the institutional policy for the inclusion of deaf people at IFPI–CTZS. The methods applied, in a qualitative way, were based on observation, with photographic records and the application of a questionnaire to Libras translator/interpreter professionals, among others. To make the project viable, the team was formed by a research professor, a member of staff from the Support Center for People with Specific Needs – NAPNE and 05 deaf students, volunteer scholarship holders who studied this subject. Finally, this research identified different factors that contribute to the development of occupational injuries and illnesses when carrying out this activity through physical, mental and emotional overload, thus compromising their performance and interpretation capacity. In effect, inclusion policies need to focus on improving the working conditions of interpreters, implementing programs to prevent the emergence of WMSDs and mental stress, measures to rationally organize the working day and expand the professional workforce, as well as incorporating of technologies that facilitate interpretive activity.

KEYWORDS: Libras interpreters; Occupational diseases; Ergonomic risks; School inclusion.


    

1  INTRODUÇÃO

 

Por meio da mobilização da comunidade surda, cada vez mais esclarecida e consciente de seus direitos, a legislação vem evoluindo para atender às demandas de inclusão social e reconheceu como meio legal de comunicação e expressão a Língua Brasileira de Sinais - Libras e outros recursos de expressão a ela associados. Este foi um marco na história da Inclusão no Brasil, prevista na Constituição Federal de 1998 [01]. Neste processo, o intérprete de língua de sinais assume papel fundamental com interface entre o mundo da pessoa surda e o dos ouvintes: são duas realidades que apresentam diferenças significativas, à semelhança de comunidades de países estrangeiros que se encontram e precisam aprender a se compreender e a se comunicar para juntos participarem da construção social, política e histórica de sua época.

A Lei nº 12.319 [02], de 01 de setembro de 2010, regulamentou a profissão de Tradutor e Intérprete em Língua de Sinais, mas observou-se que as políticas institucionais de inclusão ainda precisam evoluir para proporcionar condições de trabalho realmente adequadas às especificidades da atividade interpretativa, o que envolve outras dimensões institucionais além do aspecto legal.

Contextualizando a problemática para o ambiente das instituições de ensino, realizou-se pesquisa de caráter qualitativo exploratório sobre a efetividade do processo de inclusão no Instituto Federal do Piauí – IFPI, no campus Teresina Zona Sul CTZS que na época da pesquisa (2019) contava com cerca de 1.200 alunos, sendo 09 alunos surdos entre estes, 100 professores e 70 funcionários. O campus reúne diferentes modalidades de ensino, com cursos técnicos de nível médio e cursos superiores, na modalidade de Curso Tecnológico (Gastronomia e Design de Modas), Licenciatura em Ciências da Informática e Bacharelado em Engenharia Civil.

O objetivo da pesquisa foi avaliar como tem se dado a implementação da política institucional de inclusão da pessoa surda no IFPI–CTZS, contemplando os aspectos administrativos, da infraestrutura e dos recursos humanos, a partir das representações do corpo docente, discente e técnico. O foco do presente artigo é apresentar os resultados relacionados à análise das condições ergonômicas de trabalho dos tradutores e intérpretes de Libras, profissional essencial para a


efetivação do processo de inclusão dos alunos surdos.

 

2  REFERENCIAL TEÓRICO

A pesquisa se apoiou fundamentalmente na abordagem do “discurso coletivo” para compreensão das representações sociais relacionadas à efetividade do processo de inclusão no IFPI. O psicólogo social Serge Moscovici, autor de referência define representações sociais como uma modalidade de conhecimento singular que tem a função de elaboração dos comportamentos e da comunicação entre os indivíduos [03].

Analisando a estrutura dessa forma de expressão do “pensar social”, pode-se compreender uma representação social como um conjunto de elementos de conhecimento ligados ao objeto social e aos elementos constituintes de cada representação. São unidades básicas denominadas cognemas [04][05] que formam um núcleo central que as definem e as organizam. Este núcleo é complementado por um sistema periférico de ideias que complementam o entendimento sobre as práticas discursivas.

A Educação Inclusiva, segundo Sassaki [06], pode ser conceituada como um “processo pelo qual a sociedade se adapta para poder incluir em seus sistemas sociais gerais pessoas com necessidades especiais e, simultaneamente, estas se preparam para assumir seus papeis na sociedade. [...]”. Dessa forma, o contexto escolar precisa se ajustar para atender às demandas da inclusão, fornecendo estrutura física, humana e didático-pedagógica, adequadas. Isso significa, também, criar condições para a atividade do intérprete/tradutor de Libras pela ótica da segurança laboral.

Nesse caso específico, a Norma Regulamentadora do Trabalho NR-17 [07] tem destaque na orientação sobre as condições básicas para a atuação do tradutor/intérprete considerando os aspectos ergonômicos e psicoemocionais relacionados à sua atividade.

 

3  ASPECTOS METODOLÓGICOS

 

A pesquisa enquadra-se na modalidade de estudo exploratório, descritiva, dentro de uma abordagem qualitativa, tomando o levantamento e o tratamento de dados quantitativos numa perspectiva complementar. A abordagem qualitativa se adequa melhor para a análise de


representações sociais onde o caráter subjetivo dos elementos envolvidos é preponderante.

Para a viabilização do projeto a equipe foi formada por um docente pesquisador, ministrante da disciplina Segurança do Trabalho, uma servidora do Núcleo de Apoio ao Portador de Necessidades Específicas – NAPNE e 05 alunas surdas, bolsistas voluntárias que cursaram essa disciplina.

 

3.1  MÉTODOS E TÉCNICAS

 

Na investigação dos conteúdos das representações sociais foi utilizada a técnica de associações de palavras que fundamenta o Discurso do Sujeito Coletivo – DSC. Para tal, foi adotada, com adaptações, a técnica qualitativa – Qualiquic – que é fácil e simples de aplicar, e tem por vantagem reunir conteúdos representacionais caracterizados por suas relações com o objeto de representação, baseando-se numa lista simplificada de conectores descritivos, práticos e avaliativos do modelo dos esquemas cognitivos de base, com base na proposta de Walchelke [08].

Foi adotada, como instrumento para a coleta de dados, a realização de entrevistas com aplicação de questionários, o registro fotográfico, e o relato de experiências a partir do estudo de caso da observação realizada na disciplina Segurança do Trabalho. A pesquisa fundamentou-se, também, em uma análise documental da literatura específica e dos documentos institucionais que tratam da Política de Inclusão.

 

3.1.1      Realização    de    Entrevista    com aplicação de Questionários

Como critérios para a seleção da amostra dos entrevistados foram levados em conta: a heterogeneidade da amostra no que se refere a gênero, idade e tempo de serviço na instituição, mas também foi considerada a função e a importância das atividades realizadas pela pessoa na relação com o objeto da pesquisa.

Na coleta de dados junto aos docentes foi aplicado questionário junto a uma amostragem de 07 docentes do quadro dos professores, 09 servidores, sendo 05 representantes dos setores de Apoio (Diretoria Geral, Diretoria Financeira, NAPNE, Pedagogia e Assistência Social), 23 eram alunos ouvintes e 06 eram alunos surdos dos cursos de Técnico em Edificações, Técnico em Nutrição e Dietética e de Técnico em Cozinha. Todos os participantes assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.


No total, foram aplicados 45 questionários para identificação das representações sociais referentes à questão “O que é Inclusão?” e “Quais os fatores que influenciam no processo de inclusão?”; as respostas geraram 72 evocações.

Os resultados foram processados e transformados em tabelas e infográficos com o uso dos softwares Excel e DSCsoft desenvolvido por Lèfevre e Lèfevre [09].

 

Figura 1 Tela de trabalho do DSCsoft com dados lançados

Interface gráfica do usuário, Aplicativo  Descrição gerada automaticamente

Fonte: As autoras

 

A análise das entrevistas buscou identificar convergências e divergências sobre o que os entrevistados entendiam por “inclusão” no contexto educacional e sobre os fatores que influenciam neste processo. A partir da análise indutiva das entrevistas foi feita a categorização das evocações e realizado o delineamento das representações sociais dos agentes envolvidos, tendo por base a teoria do DSC.

 

3.1.2     Estudo de caso da disciplina Segurança do Trabalho, envolvendo Observação Participante

Foi realizada observação do tipo participante da prática dos intérpretes durante um período de quatro meses na disciplina Segurança do Trabalho, que era ministrada em quatro cursos técnicos. A disciplina apresenta um conteúdo vasto e diversificado distribuído em cerca de 70% da carga horária de 45 horas relacionada com teoria sobre a Segurança do Trabalho e legislação trabalhista. A outra parte da disciplina está dividida entre um treinamento de Primeiros Socorros, outra sobre Prevenção e Combate a


Incêndio e atividades de reconhecimento dos riscos na cozinha.

No período da pesquisa havia oito (08) alunas surdas cursando a disciplina em diferentes cursos demandando                            a      participação      de tradutores/intérpretes de Libras. A fim de reunir dados empíricos sobre o papel deste profissional no processo de inclusão da instituição, a atuação dos intérpretes foi objeto de observação durante as aulas, experiência que oportunizou a integração das dimensões pesquisa e ensino, e que contou com a interação dos alunos.

 

Figura 2 Observação da intérprete em atuação

 

 

Pessoas em uma sala  Descrição gerada automaticamente com confiança média

Fonte: As autoras

 

Durante as aulas as intérpretes foram filmadas, fotografadas e entrevistadas. A atividade de observação dos tradutores/intérpretes foi incorporada às práticas de aula e realizada com a ajuda dos alunos, considerando a avaliação a partir das exigências das normativas de Segurança do Trabalho.

As observações eram registradas e discutidas. Os intérpretes e alunos relatavam impressões sobre as exigências ergonômicas e psicoemocionais dos profissionais, assim como sobre as dificuldades para implementação das normativas legais relacionadas à Saúde e Segurança do Trabalho para esta atividade.

 

4  RESULTADOS E DISCUSSÃO

 

Os resultados com relação aos fatores geradores de risco ocupacionais para os tradutores/intérpretes foram categorizados em duas dimensões dentro da responsabilidade institucional: Administrativa/ Infraestrutural e

Didático-Pedagógica. Mas, a partir dos relatos dos próprios tradutores/intérpretes outras nuanças do processo são consideradas.

 

4.1   DIMENSÃO ADMINISTRATIVA/ INFRA ESTRUTURAL

Os fatores geradores de risco relacionados diretamente aos aspectos de organização normativa e material do campus do IFPI, onde foi realizada a pesquisa, podem ser representados por:

 

l   Demanda contínua de tradutores/intérpretes em função da alta procura da comunidade surda por qualificação, levando os profissionais a assumirem jornadas extras de trabalho;

l   Impossibilidade de remunerar legalmente toda a carga extra de trabalho resultando, geralmente, em frustração e desestímulo para os intérpretes;

l   Falta de tecnologias de apoio para a atividade dos intérpretes, tais como computadores com softwares para elaboração de material didático digital, e de mais divulgação de aplicativos como o Hand-Talk entre alunos e professores, para facilitar a socialização dos alunos surdos;

l   Falta de mobiliário adequado para a realização da tarefa que envolve atividade contínua com movimentação de toda a expressão corporal durante as aulas;

l   Ausência de um programa de saúde ocupacional para prevenção aos Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho - DORT;

l   Deficiência da instituição em capacitar o corpo de servidores no domínio da Libras, dificultando a socialização do aluno surdo que fica sempre dependente do tradutor.

 

4.2  DIMENSÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA

Nesta dimensão, foram reunidas as observações relacionadas à prática da interpretação que envolve a relação com os docentes e aos desafios para a tradução dos conteúdos nas diversas disciplinas:

 

l   Ausência de professores capacitados em língua de sinais para diminuir a necessidade de intérpretes durante as aulas;

l   Dificuldade dos professores na elaboração de material didático a ser disponibilizado previamente para o NAPNE para facilitar o trabalho dos intérpretes;


l   A densidade curricular dos cursos exige uma preparação constante dos tradutores para lidarem com as singularidades do vocabulário de cada disciplina.

 

4.3   AS NARRATIVAS DOS TRADUTORES/ INTÉRPRETES

As falas dos profissionais confirmaram as dificuldades relatadas e observadas, detalhando os desafios do cotidiano da atividade dos profissionais na instituição.

Todos os profissionais entrevistados apontaram que a equipe reduzida, frente às demandas, é o problema mais grave, pois compromete diretamente todos os demais aspectos. Atualmente existe uma grande busca por parte das pessoas surdas à qualificação profissional. Isso exige a presença de tradutores em várias disciplinas, em todos os cursos, nos horários os mais diversos. Sem mencionar que a cada novo processo seletivo, mais surdos têm buscado concorrer às vagas disponibilizadas pelo campus. Consequentemente, isso gera uma demanda contínua, pois os alunos requerem esse acompanhamento em toda a trajetória do curso e, assim, a necessidade de tradutores cresce cumulativamente a cada semestre.

Outro fator relevante muito citado foi o tempo necessário para o estudo e preparo individual do intérprete frente às exigências de cada disciplina, pois cada uma está relacionada a uma área do conhecimento diferente. Pode, também, ocorrer de a área da disciplina ainda não ter sido desbravada pelo campo da Libras, requerendo uma capacitação específica do profissional. Isso se dá, por exemplo, nos casos de disciplinas mais técnicas, próprias de cursos como Edificações e Design de Moda, dentre outros.

Contextos como este tendem a sobrecarregar o intérprete podendo ocasionar vários reflexos negativos nos resultados esperados, comprometendo seu desempenho e impondo uma pressão psicológico-emocional extra à jornada de trabalho.

Como consequência a rotina de trabalho é caracterizada por horas ininterruptas de interpretação sem descanso, propiciando o surgimento de problemas de saúde ocupacional. A própria unidade já registra a ocorrência de alguns casos desta natureza com os profissionais de Libras.

Os intérpretes revelaram sentir dores constantes nos membros superiores (antebraço e braço), nos


punhos, nas mãos, nos ombros, no pescoço, e na coluna, evidenciando uma situação de forte desgaste físico em função da atividade. Também relataram terem tido necessidade de se ausentar das atividades devido à dores musculares insuportáveis e ao esgotamento mental e emocional.

Segundo esses profissionais, a existência de uma equipe de apoio para atendimentos extraclasse poderia contribuir para diminuir essas dificuldades. Isso porque nos momentos em que o intérprete deveria estar descansando para encarar o próximo horário de sala, ele se sente obrigado a continuar realizando atendimento aos surdos. Por exemplo, o aluno precisa dirigir-se ao setor médico. Neste caso é natural que ele busque o auxílio do intérprete (que não está em sala de aula) para intermediação da conversa.

Nas narrativas dos tradutores/intérpretes, uma das soluções apontadas para diminuir a sobrecarga dele seria um Programa de Monitoria apropriadamente estruturado para auxiliar no atendimento extraclasse dos alunos surdos, bem como a capacitação gradativa de todos os docentes e servidores no domínio da Libras.

 

5  CONCLUSÕES

Com relação às condições de trabalho do tradutor/intérprete de Libras, a pesquisa evidenciou um contexto de atuação em que o profissional se sentia sobrecarregado em função de carga de trabalho excessiva, da falta de mobiliário ergonomicamente indicado para a profissão, da não disponibilização de tecnologias e ferramentas didático-pedagógicas suficientes e adequadas para apoio à sua atividade, e da ausência de programas de higiene e saúde ocupacional, o que estava acarretando efeitos negativos nas condições ergonômicas e psicoemocionais dos profissionais.

Estudos realizados em outras instituições educacionais brasileiras [10] [11] confirmam as evidências encontradas, afirmando que os intérpretes de língua de sinais além de muitas vezes sofrerem pressões psicológicas por causa de jornada extensa e ao próprio trabalho de tradução simultânea de uma língua para outra, estão, também, sujeitos ao desenvolvimento de doenças ocupacionais devido à realização de movimentos repetitivos e constantes. Isso provoca tensão nos membros superiores, coluna e pescoço, além de dores de cabeça e, em alguns casos, dificuldades para dormir.

Verifica-se que há necessidade de que a política institucional de Inclusão contemple a preocupação em melhorar as condições de trabalho dos intérpretes mantendo programas de prevenção do aparecimento de Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (DORT) e do estresse mental e físico causado por suas atividades profissionais. Isso evitará afastamentos ou até mesmo dispensas do trabalho por problemas relacionados ao trabalho repetitivo.

Além disso, o quadro de intérpretes deve ter pessoal suficiente para que ele possa ter as pausas necessárias respeitadas, sem que haja prejuízo para o atendimento dos alunos surdos.

Recomenda-se, ainda, que esta pesquisa seja divulgada e ampliada tendo em vista seu caráter exploratório. Diante da relevância do objeto da pesquisa, novos aportes empíricos e teóricos podem contribuir para o desenvolvimento de uma política de inclusão mais efetiva no que diz respeito às condições de trabalho do tradutor/intérprete, profissional fundamental nesse processo.

 

REFERENCIAS

 

[1]  Brasil. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília: Senado Federal, 1988. Disponível em:

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituic ao/constituicao.htm. Acesso em: 08 nov.

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[2]  Brasil. Lei nº 12.319, de 01 de setembro de 2010 – Regulamenta a profissão de Tradutor e Intérprete da Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS. Brasília: Ministério da Educação, 2010. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007

-2010/2010/lei/l12319.htm. Acesso em: 08 nov. 2018.

 

[3]  Moscovici, S. (2012). Representações sociais: investigações em psicologia social. Petrópolis, Rio de Janeiro: Editora Vozes.

 

[4]  Rouquette, Michel-Louis. Sur la connaissance des masses: essai de psychologie politique. Presses universitaires de Grenoble, 1994. Disponível em: https://books.google.com.br/books/about/Sur

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[5]  Wachelke, João. (2014). Qualitative Questionnaire for the Identification of Cognems (Qualiquic): An exploratory technique to identify social representation contents and relations. Psicologia, Teoria e

Pesquisa 30(1):105-110, mar. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S0102- 37722014000100013. Acesso em: 30 out.

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[6]  Sassaki, R. K. Inclusão: construindo uma sociedade para todos. 3. ed. Rio de Janeiro: WVA, 1997.

 

[7]  Brasil. Ministério do Trabalho e Emprego. NR 17 – Ergonomia. Disponível em: https://www.guiatrabalhista.com.br/legislacao

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[8]  Wachelke, João. (2014). Qualitative Questionnaire for the Identification of Cognems (Qualiquic): An exploratory technique to identify social representation contents and relations. Psicologia, Teoria e

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[09] Lefèvre, F.; Lefèvre, A. M. C. Tutorial do DSC Soft, out. 2018.

 

[10]  Azevedo, L. M. C. Saúde ocupacional e ergonomia na atuação do tradutor intérprete de libras. Monografia (Graduação) – Universidade Federal de Santa Catarina, São Luís, MA, 2018. Disponível em: https://repositorio.ufsc.br/handle/12345678 9/188765. Acesso em 20 fev. 2019.

 

[11]  Guarinello, A. C.; et al. Qualidade de vida do profissional intérprete de língua de sinais. Monografia (Especialização) PUC, São Paulo, 2017. Disponível em: https://revistas.pucsp.br/index.php/dic/article

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