Estatísticas dos Contratos de Obras Públicas no Estado de Pernambuco

 

Statistics of Public Works Contracts in the State of Pernambuco

 

                       

Rodrigo Tapety Reis Borba1    orcid.org/0000-0002-8383-6318

 

Manoel Henrique da Nóbrega Marinho2    orcid.org/0000-0003-3129-0453

 

1 Escola Politécnica de Pernambuco, Universidade de Pernambuco, Recife, Brasil,

Doutor em Engenharia Elétrica (UNICAMP), Professor Adjunto, Escola Politécnica de Pernambuco, Pernambuco, Brasil

E-mail do autor principal: Rodrigo Tapety rotapety@hotmail.com

 

RESUMO

 

Os atrasos e paralisações de obras em contratos públicos são fontes de frequentes reportagens e reclamações da sociedade. Diante disso, a atuação dos tribunais de contas dos estados (TCE) torna-se essencial para monitorar e autuar, se necessário, os órgãos/municípios responsáveis por esses contratos. No estado de Pernambuco essa gestão do TCE vem sendo cada vez mais eficaz, porém, visando uma melhor eficiência no processo de auditoria, buscou-se evidenciarestatísticas e características dos maiores índices de paralisação de contratos. Essa análise foi feita a partir de uma planilha fornecida pelo próprio TCE, contendo informações enviadas pelos órgãos, e outras desenvolvidas durante as auditorias. Dentre as características evidenciadas, analisou-seo tempo de duração do contrato, ano de início, faixas de valores, percentual pago, tipo do serviço e, quando foi possível, as justificativas dos órgãos com contratos paralisados. Outro ponto abordado no trabalho é uma crítica às exigências de certificação da Qualidade para as empresas contratadas.

 

PALAVRAS-CHAVE: Paralisações de obras; Obras Públicas; Estatística; Licitações; ISO-9001;

 

ABSTRACT

 

Delays and stoppages of works from public contracts are sources of frequent reports and complaints from society. Thus, the assessment from the State Courts of Accounts (TCE) is essential to monitor and assess, if necessary, government agency responsible for these contracts. In the state of Pernambuco, this management from TCE has been increasingly effective, but, aiming at a better efficiency in the assessment process, it attemptedtried to evidence statistics and characteristics of the major stoppage hates. This analysis was basedon an electronic sheet provided by TCE-PE, containing the information sent by the government agencies, added to the information developed during the assessments. Among the characteristics evidenced, the duration of the contract, year of beginning, range of values, percentage paid, type of service, and, when possible, the justifications of the government agencies with stopped contracts were analyzed. Another point addressed in the work is a criticism of the requirements of quality certification for contracted companies.

 

KEY-WORDS: Work stoppages; Public works; Statistic; Tenders; ISO-900;

 


1 INTRODUÇÃO

 

Todos os anos são divulgados os enormes valores gastos com obras públicas que estão paralisadas ou que foram dadas como encerradas sem a conclusão adequada, impossibilitando à sociedade realmente fazer uso desse investimento.

Buscando disciplinar, também, esses contratos firmados com o setor público, em 1993 foi instituída a Lei das licitações- Lei 8666/93 a qual definiu normas sobre licitações e contratos administrativos relacionados a obras e outros serviços prestados para o governo [1].

Em 1997, após anos de auditorias esporádicas e de evidências de grandes números de obras públicas paralisadas ou inacabadas, o Tribunal de Contas da União (TCU) criou uma comissão temporária que iria atender, em especial, as demandas de auditoria de obras públicas.

Em 2000 foi criada a secretaria de fiscalização de Obras e Patrimônio da União, a qual desenvolveu e disseminou metodologias para o controle, auditoria e fiscalização das obras públicas. Devido a isso, tornou-se possível ampliar em até 300% a quantidade de fiscalizações realizadas por ano. Nesse mesmo período foi evidenciado que cerca de 1/3 das obras fiscalizadas possuíam irregularidades graves.

Considerando o total de obras públicas no país, no ano de 2003, o então presidente do TCU, Valmir Campelo, declarou que uma em cada cinco obras no país apresentava indícios de irregularidades [2].

Diante dos números citados anteriormente, esse trabalho tem o intuito de levantar dados estatísticos referentes aos contratos públicos estabelecidos com o governo do Estado de Pernambuco, de forma que seja possível apresentar e, se possível, relacionar algumas características mais frequentes relacionadas às paralisações e conclusões desses contratos.

Além disso, a partir das informações levantadas nesse estudo, incita-se o pensamento sobre a relação

entre a responsabilidade pelas irregularidades dos contratos e as exigências feitas nos editais, contratos e legislações vigentes.

 

 

 

 

2 OBRAS E CONTRATOS PÚBLICOS

 

2.1    Obras Públicas Irregulares

 

Detalhando ainda mais as irregularidades em obras públicas, o TCU publicou em 2006 alguns descumprimentos graves da Lei nº 8666/93. Entre esses descumprimentos, foi evidenciado que cerca de 38% das obras não possuíam projeto básico adequados e 33% não possuíam orçamentos estimativos conforme exigências legais. Além disso, o TCU identificou que quase 47% das obras não possuíam fiscalização conforme exigido pela Lei nº 8666 [3].

Nessa mesma publicação, o TCU apresentou a distribuição das irregularidades encontradas para os contratos no Estado de Pernambuco. Essa distribuição está apresentada na Figura 1, na qual é possível verificar que, já naquele período, o índice de paralisações era um ponto de atenção, visto que ocupava o segundo lugar das irregularidades verificadas.

 

Figura 1: Problemas frequentes em obras públicas [3].

 

Mesmo após mais de 20 anos de desenvolvimento nos métodos de auditoria, legislações e fiscalizações, os números de obras paralisadas ainda soam alto, conforme estudo desenvolvido pela Confederação Nacional dos Município (CNM) em 2017, baseado nos dados fornecidos pela Caixa Econômica Federal (CEF) e a Secretaria do Tesouro Nacional (STN), referentes à, aproximadamente, 32 mil empenhos analisados, dos quais cerca de 32% foram considerados paralisados.

Esse mesmo estudo da CNM mostra a distribuição dos números de obras paralisadas no país, conforme Figura 2:

 

Figura 2: Distribuição de obras paralisadas por região. Fonte: [4].

 

No quadro 1 é apresentado o ranking dos estados com mais obras paralisadas, porém, os números informados são referentes apenas aos dados de contratos de repasse da CEF firmados entre os Municípios e a União, portanto não representam a quantidade total de contratos paralisados no país.

 

Quadro 1: Ranking dos estados com mais obras paralisadas, adaptado de CNM (2017).

Fonte: [4].

 

2.2 Situação de Obras – Estado de Pernambuco (2013 - 2016)

 

Desde 2013 o tribunal de contas do estado de Pernambuco (TCE-PE) publica anualmente a situação dos contratos de obras no estado de Pernambuco, o qual apresenta crescentes valores de contratos firmados no Estado, e também, de obras paralisadas [5 - 7]. Segue breve resumo:

·       2013: 172 contratos com obras paralisadas, no valor de cerca de R$741 milhões.

·       2014: 419contratos com obras paralisadas, no valor de mais de R$ 3 bilhões.

·       2015:911contratos com obras paralisadas, no valor de mais de R$ 5 bilhões.

·       2016: 1.547contratos com obras paralisadas, no valor de cerca de R$ 6,2 bilhões.

 

2.3 Certificação da qualidade iso-9001 em contratos públicos

 

Atualmente, em alguns editais de licitação de obras públicas é possível ver, entre os itens de pontuação, a Certificação ISO-9001, acreditando-se que esse item pode de fato interferir, de forma positiva, no atendimento ao contrato elaborado.

Anteriormente, tentou-se até mesmo colocar esse item como exigência para concorrer a licitação, porém, conforme jurisprudência do próprio TCU, apresentado no Informativo de Jurisprudência sobre Licitações e Contratos nº 60, essa exigência pode afastar a melhor proposta, sendo portanto contrário à proposta de livre concorrência e de melhor preço. Além disso, segundo o informativo, a certificação não garantiria uma qualidade superior a de uma empresa não certificada, mas sim uma garantia que os produtos e serviços atendem a um padrão especificado [8].

Analisar essa relação entre as certificações dos Sistemas de Gestão da Qualidade dos envolvidos e os índices de paralisação de obras públicas é uma tarefa bastante complicada diante da falta, e confusão, na divulgação dos dados referentes aos números de cerficação no país.

Por exemplo, os dados mais atuais fornecidos pelo órgão internacional ISO-SURVEY informam um número total de 20.908 certificados válidos em 2016 no Brasil [9], já o Inmetro informa um número total de 39.796 certificados válidos em agosto de 2018 [10], praticamente o dobro de certificados em apenas dois anos.

Dentre as poucas fontes encontradas sobre o tema, Marin relata que, por meio de um levantamento informal realizado com apoio de uma empresa de monitoramento de licitações, entre 2009 e 2012 um número muito pequeno, pelo menos 78, instituições públicas buscaram a contratação de alguma empresa de consultoria, ou de certificação, em Sistemas de Gestão da Qualidade [11].

Diante disso, seria necessário avaliar os Sistemas de Gestão da Qualidade de todos envolvidos na elaboração, desenvolvimento e execução dos contratos de obras públicas no estado.

Apesar da relevância do tema para a questão da paralisação de obras no estado, considerou-se inviável incluir essa análise nesse artigo, visto que o ideal, devido as grandes dimensões análises e pesquisas necessárias, seria desenvolver um trabalho dedicado ao tema.

 

3 METODOLOGIA

 

3.1 Revisão e Classificação dos Dados fornecidos

 

 

 

 

 

 

https://documents.lucidchart.com/documents/197b2d3a-2535-4500-a5c1-837b021d57a6/pages/0_0?a=2322&x=653&y=-50&w=2354&h=1373&store=1&accept=image%2F*&auth=LCA%2078daaff13f88abd2e8d77a3168b0d21656f7825c-ts%3D1529010837

Os dados referentes aos contratos apresentados nesse artigo foram obtidos a partir de uma planilha eletrônica disponibilizada pelo TCE-PE, fruto de um extenso trabalho de auditorias, ofícios e vistorias. Diante da grande quantidade de informações contidas na planilha, foi necessário realizar toda uma padronização e seleção dos dados, permitindo assim, de fato, desenvolver as análises propostas nesse artigo.

Dessa forma, buscou-se inicialmente, evidenciar quais dos dados fornecidos na planilha poderiam ser trabalhados para a análise em questão. Para isso, foi necessário considerar:

·       Se a informação estava de fato presente em todos os contratos analisados;

·       Se havia alguma padronização na informação;

·       Se a informação poderia ser relacionada às situações das obras analisadas;

A partir dessas considerações, definiu-se como viáveis as seguintes variáveis:

·       Situação dos Contratos;

·       Tipo do Serviço;

·       Ano do início do contrato;

·       Percentual Pago

·       Duração estimada do contrato

·       Valor de contrato;

·       Justificativas das paralisações;

·       Classificação do órgão.

Algumas outras informações pertinentes para o trabalho não foram apuradas por não atenderem as exigências citadas anteriormente, ou por nem mesmo constarem na planilha do TCE. São elas: Forma de Contratação, Fonte dos Recursos, Razão social da Contratada, Sistema de Gestão da Contratada, Sistema de Gestão do Contratante.

Além disso, conforme será evidenciado posteriormente, existe uma grande quantidade de dados não fornecidos pelos órgãos contratantes, o que pode alterar as interpretações dos dados.

A variável “Classificação do órgão” foi desenvolvida para avaliar de forma mais direta o desempenho do órgão gestor do contrato, enquanto que as outras variáveis citadas avaliam apenas o contrato. Assim, a classificação do órgão seguiu o processo apresentado na Figura 3.

 

4 ANÁLISE DOS DADOS

 

4.1 Situação dos Contratos

 

Na planilha do TCE foram identificados 185 municípios, 762 órgãos e 5878 contratos, os quais tiveram suas informações estratificadas nas situações apresentadas na Tabela2:

 

Tabela 2: Situação dos contratos.

Situação dos Contratos

Qtd.

% Individual

% Acumulado

Concluído

1844

31,37%

31,37%

Em andamento

1601

27,24%

58,61%

Paralisado/Inacabado

1599

27,20%

85,81%

Sem Obras

452

7,69%

93,50%

Não Definido

382

6,50%

100,00%

Total Geral

5878

100,00%

 

 

4.2 Análise estatística

 

Após a classificação dos dados foram desenvolvidas as seguintes análises:

 

4.3 Tipos de Serviço

 

Verificou-se inicialmente que dentro dos contratos apresentados, haviam outros tipos de serviços, além de obras, os quais estavam distribuídos conforme Tabela 3.
Tabela 3: Tipos de Serviço.

Tipo do Serviço

Número de Contratos

% Individual

% Acumulado

Obra

4053

68,95%

68,95%

Inexistência de Obras

511

8,69%

77,65%

Reforma

422

7,18%

84,82%

Fiscalização / Consultoria / Projeto

352

5,99%

90,81%

Manutenções Diversas

220

3,74%

94,56%

Resíduos Sólidos

115

1,96%

96,51%

Show

101

1,72%

98,23%

Iluminação Pública

61

1,04%

99,27%

Fornecimento de Material

39

0,66%

99,93%

Locação de veículos

4

0,07%

100,00%

Total Geral

5878

100,00%

 

 

Com base no que foi encontrado decidiu-se por considerar apenas os seguintes tipos de serviços: Obra, Inexistência de Obras, Reforma, Fiscalização / Consultoria / Projeto, Manutenções Diversas, visto que representam aproximadamente 95% dos contratos. 

A partir desse ponto, decidiu-se por retirar contratos de poucas contribuições para a análise, como o caso dos serviços de Resíduos Sólido, Show, Iluminação Pública, Fornecimento de Material, Locação de veículos. Apesar dos diferentes termos para os tipos de serviço (Obras, Reformas, Fiscalização/Consultoria/Projeto e Manutenções diversas) todos foram considerados nesse trabalho como Obras.

 

4.4 Faixas de duração do contrato

 

Foi possível, também verificar a relação entre as faixas dos períodos de duração dos contratos, conforme Tabela4.


 


Tabela 4: Situação da obra por duração do contrato.

Duração estimada do contrato

Concluída

Em andamento

Não Definida

Paralisada/Inacabada

Total Geral

< 1 Ano

1220

897

56

949

3122

1 < X < 2 Anos

173

416

26

197

812

2 < X < 3 Anos

9

45

1

25

80

3 < X < 4 Anos

3

7

 

11

21

4 < X < 5 Anos

1

10

 

10

21

5 < X < 6 Anos

1

1

 

4

6

6 < X < 7 Anos

 

 

 

2

2

7 < X < 8 Anos

 

 

 

2

2

Não Informado

247

138

239

356

980

Total Geral

1654

1514

322

1556

5046

 


Apesar de haver uma certa quantidade de erros e faltas nas informações da planilha, fica evidente que os contratos de curto prazo, menores que um ano, possuem um melhor índice de conclusão, e que quanto mais longos os contratos, maiores os índices de paralisações/atrasos.

 

4.5 Ano do início do contrato

 

Considerou-se também para a análise, o ano do início do contrato, importante notar que existem informações anteriores ao próprio desenvolvimento da planilha utilizada como fonte. Dessa forma, esses dados anteriores à 2013 são referentes apenasaos contratos mais longos que só vieram a ser concluídos após o desenvolvimento da planilha ou ainda estão em andamento ou paralisados. Apesar disso, na Tabela 5, é possível perceber uma melhora considerável na gestão e controle dos novos contratos, pois a relação entre obras concluídas e paralisadas no ano de 2016 foi cerca de 300% menor em comparação com anos de 2013 e 2014.

 


 


Tabela 5: Situação das Obras iniciadas entre 2005 e 2017.

 

Situação das Obras

Ano do início do contrato

Concluída

Em andamento

Não Definida

Paralisada/Inacabada

Total Geral

2005

1

1

 

 

2

2007

1

 

 

1

2

2008

4

2

 

13

19

2009

4

3

2

14

23

2010

12

16

1

27

56

2011

15

19

1

60

95

2012

60

50

4

126

240

2013

176

117

6

188

487

2014

346

343

14

368

1071

2015

328

368

18

228

942

2016

623

529

216

202

1570

2017

 

2

 

 

2

Não informado

84

64

60

329

537

Total Geral

1654

1514

322

1556

5046


 


4.5.1 FAIXAS DE VALORES DO CONTRATO

 

Observou-se também a relação das paralisações com os valores dos contratos analisados. Conforme Figura 4, é possível perceber que os contratos de até R$150.000,00
possuem í
ndices maiores de conclusões, após isso os índices tendem aum equilíbrio entre conclusão e paralisação até a faixa de R$400.000,00, já partir daí os índices, em sua maioria, tendem para uma maior paralisação que uma conclusão da obra.

 


Figura 4: Percentual de conclusão/paralisação por valor de contrato.

 


4.6 Justificativa da Paralisação

 

Foi necessário um grande trabalho de verificação das informações disponíveis na planilha para tentar classificar as possíveis justificativas das paralisações observadas. Apesar disso, entende-se que para compreender de fato os motivos e os pormenores de cada caso,seria necessário pesquisar mais profundamente esse tema, o que não fez parte desse artigo. Além disso, foi adotado para os casos que não haviam informações suficientes, a classificação “SEM JUSTIFICATIVA”, e para os casos em que não foi possível enquadrar nas justificativas definidas, a classificação “OUTROS”. A distribuição das justificativas está apresentada na Tabela 6:



 

Tabela 6: Justificativas de paralisações.

JUSTIFICATIVA

QTD. DE CONTRATOS

% INDIVIDUAL

% ACUMULADO

SEM JUSTIFICATIVA

894

57%

57%

CONCLUÍDA

199

13%

70%

EM ANDAMENTO

103

7%

77%

CONTRATO RESCINDIDO

83

5%

82%

ATRASO NO PAGAMENTO

54

3%

86%

CONTRATO ENCERRADO

31

2%

88%

FALTA DE RECURSOS

31

2%

90%

FALHA NO PROJETO

28

2%

91%

CONTRATADA ABANDONOU A OBRA

21

1%

93%

OUTROS

19

1%

94%

FALHA DO PLANEJAMENTO

18

1%

95%

CONTRATO CANCELADO

11

1%

96%

FALHA DA CONTRATADA

11

1%

97%

NÃO INICIADA

10

1%

97%

EM ANDAMENTO EM NOVO CONTRATO

10

1%

98%

REPROGRAMAÇÃO DA CAIXA

9

1%

98%

INFORMAÇÃO ERRADA

4

0%

99%

CONTRATO SUSPENSO

4

0%

99%

DETERMINAÇÃO JUDICIAL

4

0%

99%

DESAPROPRIAÇÃO

3

0%

99%

CONTRATADA FALIU

3

0%

100%

CONCLUÍDA POR OUTRA EMPRESA

2

0%

100%

DEFINIÇÃO DA PREFEITURA

1

0%

100%

CONVÊNIO CANCELADO

1

0%

100%

PROBLEMA NO PAGAMENTO

1

0%

100%

EM LICITAÇÃO

1

0%

100%

TOTAL GERAL

1556

 

 

 


 

É possível perceber que o percentual de casos “SEM JUSTIFICATIVA” é muito elevado, podendo comprometer a análise dos dados. Além disso, encontram-se muitos casos em que a informação de obra paralisada foi contestada, recebendo assim as justificativas que as obras haviam sido concluídas ou estavam em andamento.

Ao desconsiderar as situações descritas acima, obteve-se o cenário de justificativas apresentado na Tabela 7.


 

Dessa forma, tem-se uma visão completamente diferente das possíveis causas dos atrasos e paralisações, podendo-se inclusive interpretar que parte considerável das justificativas estão ligadas aos problemas financeiros e à qualidade e gestão dos projetos.


 


Tabela 7: Justificativas desconsiderando obras concluídas ou em andamento.

JUSTIFICATIVA

QTD. DE CONTRATOS

SUPOSIÇÃO DE CAUSA

% INDIVIDUAL

% ACUMULADO

ATRASO NO PAGAMENTO

54

FINANCEIRO

15%

15%

FALTA DE RECURSOS

31

FINANCEIRO

9%

24%

REPROGRAMAÇÃO DA CAIXA

9

FINANCEIRO

3%

26%

PROBLEMA NO PAGAMENTO

1

FINANCEIRO

0%

27%

FALHA NO PROJETO

28

GESTÃO/QUALIDADE

8%

34%

FALHA DO PLANEJAMENTO

18

GESTÃO/QUALIDADE

5%

39%

DESAPROPRIAÇÃO

3

GESTÃO/QUALIDADE

1%

40%

CONTRATO RESCINDIDO

83

NÃO É POSSÍVEL DEFINIR

23%

63%

CONTRATO ENCERRADO

31

NÃO É POSSÍVEL DEFINIR

9%

72%

CONTRATADA ABANDONOU A OBRA

21

NÃO É POSSÍVEL DEFINIR

6%

78%

OUTROS

19

NÃO É POSSÍVEL DEFINIR

5%

83%

CONTRATO CANCELADO

11

NÃO É POSSÍVEL DEFINIR

3%

86%

FALHA DA CONTRATADA

11

NÃO É POSSÍVEL DEFINIR

3%

89%

EM ANDAMENTO EM NOVO CONTRATO

10

NÃO É POSSÍVEL DEFINIR

3%

92%

NÃO INICIADA

10

NÃO É POSSÍVEL DEFINIR

3%

95%

CONTRATO SUSPENSO

4

NÃO É POSSÍVEL DEFINIR

1%

96%

DETERMINAÇÃO JUDICIAL

4

NÃO É POSSÍVEL DEFINIR

1%

97%

INFORMAÇÃO ERRADA

4

NÃO É POSSÍVEL DEFINIR

1%

98%

CONTRATADA FALIU

3

NÃO É POSSÍVEL DEFINIR

1%

99%

CONVÊNIO CANCELADO

1

NÃO É POSSÍVEL DEFINIR

0%

99%

DEFINIÇÃO DA PREFEITURA

1

NÃO É POSSÍVEL DEFINIR

0%

100%

 

EM LICITAÇÃO

1

NÃO É POSSÍVEL DEFINIR

0%

100%

 

TOTAL GERAL

358

 

 

 

 


 

 


4.7 Faixas de valores já pagos

 

 

Percebe-se também uma pequena relação entre os índices de paralizações e os valores pagos. Verificou-se que o índice de paralizações destaca-se apenas no pagamento dos 10% iniciais dos contratos, pois cerca de 25% das paralisações ocorre nessa faixa de pagamento, conforme pode ser verificado na Figura 5.

Figura 5: Valores pagos das obras paralisadas.

 

 

 

 

 

4.8 Órgãos em destaque

 

A última análise feita com os dados da planilha teve o objetivo de explicitar relações entre as situações de obras encontradas e os órgãos responsáveis pelos respectivos contratos.

Para isso, utilizou-se o quadro de notas de 1 a 5 apresentado na metodologia, para a identificar os órgãos com maiores e menores índices de paralisações de obras, notas 1 e 5, respectivamente.

Com os órgãos classificados, foi possível verificar como esses, e seus contratos, estavam distribuídos entre as notas.

Assim, foi possível perceber que 25% (187) dos órgãos são responsáveis por 76% (3083) dos contratos, conforme a distribuição apresentada na Figura 6:


 

Figura 6: Distribuição percentual dos órgãos com base em suas notas e distribuição percentual dos contratos com base nos órgãos.

 


 

Apesar disso, verificou-se que esses 25% dos órgãos estão distribuídos de forma equilibrada entre as notas, portanto não há uma grande concentração de órgãos e de contratos entre as classificações.

Assim, considerou-se que, apesar da classificação ser bastante importante para a avaliação do órgão, era necessário pensar no contexto geral de obras no estado de Pernambuco, e para isso avaliou-se também a quantidade de contratos desses órgãos, para de fato evidenciar quais desses, com base em suas notas e nas suas quantidades de contratos, de fato mais impactam nos índices de paralisações e conclusões de obras. Assim, apresenta-se as Tabelas 8 e 9 com essa análise citada.


 

4.9 Contratos em risco de paralisação

 

A partir da seleção dos órgãos com maior impacto negativo, avaliou-se,com mais detalhes, os seus contratos para evidenciar quais contratos apresentam uma maior tendência para ser paralisado. Para isso, verificou-se quais os contratos estavam em andamento e que, baseando-se nas evidências apresentadas nos tópicos anteriores, poderiam ter uma maior chance de ser paralisados. Esses casos estão listados na tabela 10:

 

 


 


 

Tabela 8: Órgãos que impactam positivamente.

ÓRGÃOS NOTA 5 - EM ORDEM DE MAIOR NÚMERO DE CONTRATOS CONCLUÍDOS

 TOTAL DE CONTRATOS

 % CONTRATOS CONCLUÍDOS

PROGRAMA ESTADUAL DE APOIO AO PEQUENO PRODUTOR RURAL - PERNAMBUCO

107

97%

PREFEITURA MUNICIPAL - BONITO

61

64%

PREFEITURA MUNICIPAL - EXU

40

80%

PREFEITURA MUNICIPAL - VITÓRIA DE SANTO ANTÃO

31

77%

PREFEITURA MUNICIPAL - ITAPETIM

27

85%

PREFEITURA MUNICIPAL - IGUARACI

22

95%

PREFEITURA MUNICIPAL - OROBÓ

23

91%

PREFEITURA MUNICIPAL - ARARIPINA

26

77%

PREFEITURA MUNICIPAL - SÃO CAETANO

30

67%

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE PERNAMBUCO - PERNAMBUCO

22

86%

FUNDAÇÃO DE CULTURA - RECIFE

19

95%

PREFEITURA MUNICIPAL - SÃO JOSÉ DO EGITO

19

89%

PREFEITURA MUNICIPAL - CUPIRA

21

81%

PREFEITURA MUNICIPAL - SANHARÓ

13

100%

PREFEITURA MUNICIPAL - INGAZEIRA

14

93%

PREFEITURA MUNICIPAL - CARNAUBEIRA DA PENHA

14

93%

PREFEITURA MUNICIPAL - SIRINHAÉM

17

76%

PREFEITURA MUNICIPAL - XEXÉU

12

100%

PREFEITURA MUNICIPAL - SALGADINHO

14

86%

PREFEITURA MUNICIPAL - BOM JARDIM

17

71%

TOTAL

549

 

 

Tabela 9: Órgãos que impactam negativamente.

ÓRGÃOS NOTA 1 - EM ORDEM DE MAIOR NÚMERO DE CONTRATOS PARALISADOS

TOTAL DE CONTRATOS

 % CONTRATOS PARALISADOS

PREFEITURA MUNICIPAL - CHÃ GRANDE

96

95%

COMPANHIA PERNAMBUCANA DE HABITAÇÃO E OBRAS - PERNAMBUCO

42

88%

PREFEITURA MUNICIPAL - TAQUARITINGA DO NORTE

42

67%

PREFEITURA MUNICIPAL - TABIRA

26

85%

PREFEITURA MUNICIPAL - CALÇADO

20

100%

PREFEITURA MUNICIPAL - CABO DE SANTO AGOSTINHO

22

86%

PREFEITURA MUNICIPAL - GOIANA

16

100%

PREFEITURA MUNICIPAL - QUIPAPÁ

16

100%

SECRETARIA EXECUTIVA DE RESCURSOS HIDRICOS E ENERGETICOS DE PERNAMBUCO - PERNAMBUCO

22

73%

PREFEITURA MUNICIPAL - ALIANÇA

18

83%

PREFEITURA MUNICIPAL - CAMARAGIBE

14

100%

PREFEITURA MUNICIPAL - LAJEDO

18

78%

PREFEITURA MUNICIPAL - AFRÂNIO

19

74%

PREFEITURA MUNICIPAL - PAULISTA

21

62%

PREFEITURA MUNICIPAL - RIBEIRÃO

12

100%

PREFEITURA MUNICIPAL - IGARASSU

15

80%

EMLURB - RECIFE

15

80%

PREFEITURA MUNICIPAL - ARCOVERDE

16

75%

SECRETARIA DE DESENVOLVILMENTO SOCIAL, CRIANÇA E JUVENTUDE DE PERNAMBUCO - PERNAMBUCO

11

100%

PREFEITURA MUNICIPAL - LIMOEIRO

12

92%

TOTAL

473

 

 


Tabela 10: Contratos em risco de paralisação (continua).

ÓRGÃO

Nº/ANO

FAIXA DE DURAÇÃO ESTIMADA DO CONTRATO

ANO DO INÍCIO DO CONTRATO

% PAGO

FAIXA DE VALOR DO CONTRATO

COMPANHIA PERNAMBUCANA DE HABITAÇÃO E OBRAS - PERNAMBUCO

250.274-83/2008

< 1 Ano

2015

0%

18 - R$ 900.000,00= <  X< R$ 1.000.000,00

EMLURB - RECIFE

002/2015

1 < X < 2 Anos

2015

11%

21 - R$ 2.000.000,00= <  X< R$ 3.000.000,00

SECRETARIA EXECUTIVA DE RESCURSOS HIDRICOS E ENERGETICOS DE PERNAMBUCO - PERNAMBUCO

755449/2011 (TC - 005/2011)

1 < X < 2 Anos

2011

27%

31 - R$ 30.000.000,00= <  X< R$ 40.000.000,00

COMPANHIA PERNAMBUCANA DE HABITAÇÃO E OBRAS - PERNAMBUCO

233.405-04/2007

2 < X < 3 Anos

2013

27%

17 - R$ 800.000,00= <  X< R$ 900.000,00

PREFEITURA MUNICIPAL - AFRÂNIO

17561/2013

< 1 Ano

2015

33%

20 - R$ 1.500.000,00= <  X< R$ 2.000.000,00

PREFEITURA MUNICIPAL - PAULISTA

793760 - 1010.399-21/2014

< 1 Ano

2015

37%

16 - R$ 700.000,00= <  X< R$ 800.000,00

PREFEITURA MUNICIPAL - ARCOVERDE

Termo de compromisso n° 785978/2013 - PE

< 1 Ano

2015

37%

09 - R$ 300.000,00= <  X< R$ 350.000,00

COMPANHIA PERNAMBUCANA DE HABITAÇÃO E OBRAS - PERNAMBUCO

233.408-36/2007

4 < X < 5 Anos

2011

40%

20 - R$ 1.500.000,00= <  X< R$ 2.000.000,00

PREFEITURA MUNICIPAL - ARCOVERDE

10339635000113002

< 1 Ano

2014

42%

12 - R$ 450.000,00= <  X< R$ 500.000,00

PREFEITURA MUNICIPAL - PAULISTA

004/2014

< 1 Ano

2015

43%

25 - R$ 6.000.000,00= <  X< R$ 7.000.000,00

EMLURB - RECIFE

007/2015

1 < X < 2 Anos

2015

43%

28 - R$ 9.000.000,00= <  X< R$ 10.000.000,00

COMPANHIA PERNAMBUCANA DE HABITAÇÃO E OBRAS - PERNAMBUCO

229.027-44/2008

1 < X < 2 Anos

2014

45%

21 - R$ 2.000.000,00= <  X< R$ 3.000.000,00

PREFEITURA MUNICIPAL - ARCOVERDE

Termo de compromisso n° 786371/2013 - PE

< 1 Ano

2015

47%

14 - R$ 550.000,00= <  X< R$ 600.000,00

PREFEITURA MUNICIPAL - ARCOVERDE

44480/2014

< 1 Ano

2015

48%

19 - R$ 1.000.000,00= <  X< R$ 1.500.000,00

PREFEITURA MUNICIPAL - ARCOVERDE

Termo de Compromisso n° 800702/2013

1 < X < 2 Anos

2015

48%

14 - R$ 550.000,00= <  X< R$ 600.000,00

PREFEITURA MUNICIPAL - ARCOVERDE

Termo de compromisso n° 809514/2013 - PE

< 1 Ano

2015

48%

14 - R$ 550.000,00= <  X< R$ 600.000,00

PREFEITURA MUNICIPAL - AFRÂNIO

063/2013

< 1 Ano

2013

48%

17 - R$ 800.000,00= <  X< R$ 900.000,00

EMLURB - RECIFE

002/2015 E 004/2016

1 < X < 2 Anos

2015

48%

21 - R$ 2.000.000,00= <  X< R$ 3.000.000,00

PREFEITURA MUNICIPAL - IGARASSU

074/2013

< 1 Ano

2013

48%

22 - R$ 3.000.000,00= <  X< R$ 4.000.000,00

PREFEITURA MUNICIPAL - AFRÂNIO

10358174000/1090-01

< 1 Ano

2013

49%

07 - R$ 200.000,00= <  X< R$ 250.000,00

EMLURB - RECIFE

005/2016

1 < X < 2 Anos

2016

53%

21 - R$ 2.000.000,00= <  X< R$ 3.000.000,00

PREFEITURA MUNICIPAL - AFRÂNIO

1018335-60

< 1 Ano

2015

53%

16 - R$ 700.000,00= <  X< R$ 800.000,00

PREFEITURA MUNICIPAL - PAULISTA

00088/2009

< 1 Ano

2015

53%

30 - R$ 20.000.000,00= <  X< R$ 30.000.000,00

PREFEITURA MUNICIPAL - ARCOVERDE

10339635000113002

< 1 Ano

2014

54%

12 - R$ 450.000,00= <  X< R$ 500.000,00

EMLURB - RECIFE

002/2015 E 004/2016

1 < X < 2 Anos

2015

54%

21 - R$ 2.000.000,00= <  X< R$ 3.000.000,00

EMLURB - RECIFE

005/2016

1 < X < 2 Anos

2014

55%

24 - R$ 5.000.000,00= <  X< R$ 6.000.000,00

EMLURB - RECIFE

007/2015

1 < X < 2 Anos

2015

58%

29 - R$ 10.000.000,00= <  X< R$ 20.000.000,00

EMLURB - RECIFE

007/2015

1 < X < 2 Anos

2015

60%

28 - R$ 9.000.000,00= <  X< R$ 10.000.000,00

PREFEITURA MUNICIPAL - AFRÂNIO

280.352-61/2009

< 1 Ano

2013

60%

08 - R$ 250.000,00= <  X< R$ 300.000,00

EMLURB - RECIFE

005/2016

1 < X < 2 Anos

2014

61%

21 - R$ 2.000.000,00= <  X< R$ 3.000.000,00

 

 

 

Tabela 10: Contratos em risco de paralisação (continuação).

ÓRGÃO

Nº/ANO

FAIXA DE DURAÇÃO ESTIMADA DO CONTRATO

ANO DO INÍCIO DO CONTRATO

% PAGO

FAIXA DE VALOR DO CONTRATO

PREFEITURA MUNICIPAL - PAULISTA

003/2015

< 1 Ano

2016

61%

29 - R$ 10.000.000,00= <  X< R$ 20.000.000,00

PREFEITURA MUNICIPAL - AFRÂNIO

10358174000/1120-03

< 1 Ano

2013

63%

07 - R$ 200.000,00= <  X< R$ 250.000,00

PREFEITURA MUNICIPAL - PAULISTA

001/2014

< 1 Ano

2014

63%

29 - R$ 10.000.000,00= <  X< R$ 20.000.000,00

EMLURB - RECIFE

004/2016

1 < X < 2 Anos

2016

64%

21 - R$ 2.000.000,00= <  X< R$ 3.000.000,00

EMLURB - RECIFE

002/2015 E 004/2016

1 < X < 2 Anos

2014

66%

31 - R$ 30.000.000,00= <  X< R$ 40.000.000,00

EMLURB - RECIFE

002/2015 E 004/2016

1 < X < 2 Anos

2014

66%

36 - R$ 80.000.000,00= <  X< R$ 90.000.000,00

EMLURB - RECIFE

007/2015

< 1 Ano

2016

67%

21 - R$ 2.000.000,00= <  X< R$ 3.000.000,00

PREFEITURA MUNICIPAL - AFRÂNIO

17561/2013

< 1 Ano

2015

69%

19 - R$ 1.000.000,00= <  X< R$ 1.500.000,00

COMPANHIA PERNAMBUCANA DE HABITAÇÃO E OBRAS - PERNAMBUCO

233.397-05/2007

5 < X < 6 Anos

2010

69%

22 - R$ 3.000.000,00= <  X< R$ 4.000.000,00

EMLURB - RECIFE

005/2016

1 < X < 2 Anos

2014

73%

20 - R$ 1.500.000,00= <  X< R$ 2.000.000,00

PREFEITURA MUNICIPAL - AFRÂNIO

PAC202390/2011

< 1 Ano

2015

74%

13 - R$ 500.000,00= <  X< R$ 550.000,00

EMLURB - RECIFE

005/2016

1 < X < 2 Anos

2014

79%

23 - R$ 4.000.000,00= <  X< R$ 5.000.000,00

EMLURB - RECIFE

351.244-56/2011

2 < X < 3 Anos

2012

80%

27 - R$ 8.000.000,00= <  X< R$ 9.000.000,00

EMLURB - RECIFE

007/2015

< 1 Ano

2013

80%

22 - R$ 3.000.000,00= <  X< R$ 4.000.000,00

PREFEITURA MUNICIPAL - LAJEDO

Termo de Adesão 39/2014

< 1 Ano

2014

81%

18 - R$ 900.000,00= <  X< R$ 1.000.000,00

EMLURB - RECIFE

007/2015

1 < X < 2 Anos

2015

82%

29 - R$ 10.000.000,00= <  X< R$ 20.000.000,00

PREFEITURA MUNICIPAL - AFRÂNIO

302.468-36/2009

< 1 Ano

2010

82%

18 - R$ 900.000,00= <  X< R$ 1.000.000,00

PREFEITURA MUNICIPAL - PAULISTA

002/2014

< 1 Ano

2015

86%

21 - R$ 2.000.000,00= <  X< R$ 3.000.000,00

EMLURB - RECIFE

005/2016

1 < X < 2 Anos

2013

87%

29 - R$ 10.000.000,00= <  X< R$ 20.000.000,00

PREFEITURA MUNICIPAL - ARCOVERDE

017/2014

< 1 Ano

2014

88%

21 - R$ 2.000.000,00= <  X< R$ 3.000.000,00

PREFEITURA MUNICIPAL - AFRÂNIO

1.010.673-48/2013

< 1 Ano

2015

88%

08 - R$ 250.000,00= <  X< R$ 300.000,00

PREFEITURA MUNICIPAL - ARCOVERDE

011/2014

< 1 Ano

2014

91%

21 - R$ 2.000.000,00= <  X< R$ 3.000.000,00

EMLURB - RECIFE

005/2016

2 < X < 3 Anos

2014

93%

25 - R$ 6.000.000,00= <  X< R$ 7.000.000,00

PREFEITURA MUNICIPAL - AFRÂNIO

250.268-04/2008

< 1 Ano

2008

97%

13 - R$ 500.000,00= <  X< R$ 550.000,00

PREFEITURA MUNICIPAL - LAJEDO

FNDE/PAC Nº 29861/2014

< 1 Ano

2014

97%

18 - R$ 900.000,00= <  X< R$ 1.000.000,00

PREFEITURA MUNICIPAL - AFRÂNIO

255.750.65/68

< 1 Ano

2008

99%

13 - R$ 500.000,00= <  X< R$ 550.000,00

PREFEITURA MUNICIPAL - AFRÂNIO

297.663.84/2009

< 1 Ano

2010

100%

08 - R$ 250.000,00= <  X< R$ 300.000,00

PREFEITURA MUNICIPAL - AFRÂNIO

1018335-60

< 1 Ano

2015

100%

19 - R$ 1.000.000,00= <  X< R$ 1.500.000,00

EMLURB - RECIFE

005/2016

2 < X < 3 Anos

2014

101%

27 - R$ 8.000.000,00= <  X< R$ 9.000.000,00

SECRETARIA EXECUTIVA DE RESCURSOS HIDRICOS E ENERGETICOS DE PERNAMBUCO - PERNAMBUCO

TC 016/2011

1 < X < 2 Anos

2012

103%

46 - R$ 300.000.000,00= <  X< R$ 325.000.000,00

PREFEITURA MUNICIPAL - CABO DE SANTO AGOSTINHO

242/2007

Não Informado

Não informado

112%

26 - R$ 7.000.000,00= <  X< R$ 8.000.000,00

PREFEITURA MUNICIPAL - TABIRA

SEPLAG/FEM PREFEITURA

Não Informado

Não informado

270%

07 - R$ 200.000,00= <  X< R$ 250.000,00


5 CONCLUSÃO

 

Diante das análises realizadas com base nos dados fornecidos pelo TCE-PE foi possível apresentar um diagnóstico da situação das obras públicas do Estado de Pernambuco, o qual está entre os dez estados brasileiros com menor quantidade de obras paralisadas. Mesmo diante dessa razoável classificação, o tema é de extrema importância para o Estado, visto que o valor envolvido pelas obras paralisadas somou, no ano de 2016, um valor de 6,2 bilhões de reais.

O diagnóstico realizado evidenciou as seguintes características:

·       Os principais tipos de serviços envolvidos em Obras Públicas são: Obras, Reforma, Fiscalização / Consultoria / Projeto, Manutenções Diversas. Sendo Obras o serviço de maiores índices de paralisações;

·       Cerca de 30% dos contratos apresentam paralisações;

·       Relação entre obras concluídas e paralisadas em 2016 foi 300% maior que nos anos 2013 e 2014;

·       Os contratos de até um ano de duração tem os melhores índices de conclusões;

·       Os contratos de valores até R$150.000,00 possuem os melhores índices de conclusões;

·       As justificativas para as paralisações estão mais relacionadas às questões financeiras e da gestão/qualidade do projeto;

·       Os maiores índices de paralisações ocorrem nos pagamentos iniciais, até 10%, do contrato;

·       25% (187) dos órgãos são responsáveis por 76% (3083) dos contratos;

·       29% (216) dos órgãos são responsáveis por 100% dos contratos paralisados.

Espera-se que essas informações possam auxiliar gestores dos contratos, do setor público ou privados, além dos órgãos de controle a conhecerem com mais detalhes a situação dos contratos, características e distribuições dos contratos paralisados e concluídos.

Destaca-se também, para um posterior trabalho, a importância de uma análise detalhada sobre as justificativas apresentadas e sobre os sistemas de gestão da qualidade dos órgãos contratantes, assim como das empresas contratadas, visto que foram encontrados poucos estudos sobre o caso.

 

REFERÊNCIAS

 

[1]

BRASIL. Lei Nº 8.666, de 21 de junho de 1993. Regulamenta o art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal, institui normas para licitações e contratos da Administração Pública e dá outras providências. Brasília, DF: Presidência da República, 1993. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8666cons.htm.

 

[2]

CASTILHO, Rose. Irregularidade atinge 20% das obras públicas.REVISTA TCU, n. 99, 2004.

 

[3]

RIBEIRO, Renato Jorge Brown. Possibilidades de atuação do Poder Legislativo frente à questão das obras inacabadas.REVISTA DO TCU, n. 107, 2006.

 

[4]

CONFEDERAÇÃO NACIONAL DE MUNICÍPIOS (Brasil). Obras paradas: cruzamento de base de dados de contratos de repasse (CEF) e Restos a Pagar (Siafi). Brasília: CNM, 2017. Disponível em: https://www.cnm.org.br/cms/biblioteca/Obras%20paradas%20cruzamento%20de%20base%20de%20dados%20de%20contratos%20de%20repasse%20CEF%20e%20Restos%20a%20Pagar%20Siafi.pdf. Acesso em: 20 mai. 2018.

 

[5]

Gerência de Jornalismo (GEJO). TCE divulga relatório sobre obras paralisadas em Pernambuco. Recife: Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco, 2017. Disponível em: http://www.tce.pe.gov.br/internet/index.php/mais-noticias-invisivel/178-2017/dezembro/3398-tce-divulga-relatorio-sobre-obras-paralisadas-inacabadas-no-estado-de-pernambuco. Acesso em: 05 mai. 2018.

 

[6]

Gerência de Jornalismo (GEJO). Levantamento das obras paralisadas. Recife: Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco, 2015. Disponível em: http://www.tce.pe.gov.br/internet/index.php/estudos-e-levantamentos-lista/1317-levantamento-das-obras-paralisadas. Acesso em: 20 mar. 2018.

 

[7]

SARMENTO, Wagner. Pernambuco tem 911 obras paradas, aponta levantamento do TCE. G1,Recife, 2016. Disponível em: http://g1.globo.com/pernambuco/noticia/2016/11/pernambuco-tem-911-obras-paradas-aponta-levantamento-do-tce.html. Acesso em: 04 maio 2018.

 

[8]

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO (Brasil). Informativo de Jurisprudência sobre Licitações e Contratos nº 60. Portal TCU, sesões 26 e 27 de abril de 2011. Disponível em: https://portal.tcu.gov.br/lumis/portal/file/fileDownload.jsp?fileId=8A8182A14DB4AFB3014DBB38ADD16E7C&inline=1. Acesso em: 10 mai. 2018.

 

[9]

ISO-SURVEY. ISO SURVEY. Disponível em: https://www.iso.org/the-iso-survey.html. Acesso em: 25 julh. 2018.

 

[10]

INMETRO. Inmetro - Certifiq. Disponível em: http://certifiq.inmetro.gov.br/Grafico/CertificadosValidosBrasil. Acesso em: 25 julh. 2018.

 

[11]

MARIN, Pedro de Lima. Sistemas de gestão da qualidade e certificação ISO 9001 na administração pública: uma análise crítica. In: CONGRESSO CONSAD DE GESTÃO PÚBLICA, 5., 2012, Brasília. Anais [...] Brasília: CONSAD, 2012. Disponível em: http://banco.consad.org.br/handle/123456789/795.