Análise de alvenaria de blocos de gesso com termografia infravermelha no ensaio de choque térmico

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Gustavo Tenório de Vasconcelos
Yêda Vieira Póvoas

Resumo

O polo gesseiro do Araripe possui uma abundante reserva natural de gipsita, matéria prima do gesso que é um material cada vez mais utilizado na construção civil em revestimentos e alvenarias. Ele possibilita a economia de tempo e dinheiro devido sua fácil instalação e baixo custo. Também apresenta melhor resistência mecânica, isolamento térmico e acústico quando comparado à alvenaria cerâmica tradicional (SOBRINHO et al, 2011). Por outro lado, os produtos de gesso são bastante vulneráveis à ação da água. Quando utilizado em alvenarias externas de locais com condições desfavoráveis onde há alta precipitação e baixa exposição ao sol pode acarretar na diminuição da sua durabilidade. A utilização desse material é regulamentada pelos requisitos estabelecidos na norma de blocos de gesso para vedação vertical NBR 16494 (2017), mas a falta de material técnico dificulta a aprovação dos usuários (SANTOS et al, 2018). Por isso, a norma de desempenho NBR 15575-4 (2013) tem como objetivo estabelecer critérios que garantam o bom funcionamento dos sistemas, a exemplo da durabilidade com o ensaio de choque térmico. Nesta pesquisa utilizou-se da termografia infravermelha, uma técnica comprovadamente eficiente e prática na avaliação de manifestações patológicas em fachadas, com o objetivo de analisar o comportamento de uma alvenaria de blocos de gesso durante o primeiro ciclo do ensaio de choque térmico. A alvenaria foi construída em pórtico metálico em dimensões 1,60 m x 2,35 m com blocos de gesso do tipo standard de 100 mm de espessura. O ciclo consiste em uma exposição ao calor à temperatura de 80ºC durante 1 hora e, posteriormente, o resfriamento com jatos d’água até a temperatura se estabilizar com o ambiente. A termografia registrou a face oposta ao aquecimento assim que o equipamento foi ligado, no instante que a temperatura se estabilizou em 80ºC e após 30 min e 60 min de exposição ao calor. Durante o resfriamento, somente a face interna foi acompanhada, pois a ação da água na face externa impossibitou as leituras. Com isso, embora sem degradações na alvenaria, foi possível visualizar a transferência de calor principalmente através do gesso cola e mais intensamente no centro da alvenaria. Também foi confirmado a capacidade da termografia infravermelha em avaliar infiltrações com o surgimento de manchas de umidade na face interna nove minutos após a abertura do registro. O aparecimento de novas manchas e sua progressão também foram registrados ao longo do resfriamento.

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Seção
Engenharia Civil
Biografia do Autor

Gustavo Tenório de Vasconcelos, Universidade de Pernambuco

Estudante do curso de engenharia civil na Escola Politécnica da Universidade de Pernambuco e bolsista de iniciação científica com pesquisas voltadas à durabilidade e ao desempenho térmico.

Yêda Vieira Póvoas, Universidade de Pernambuco

Possui graduação em Engenharia Civil pela Universidade de Pernambuco (1995), mestrado em Engenharia de Construção Civil e Urbana pela Universidade de São Paulo (1999) e doutorado em Engenharia de Construção Civil e Urbana pela Universidade de São Paulo (2005). Atualmente é Professora Adjunto, Professora permanente do Mestrado em Engenharia Civil (PEC), membro dos grupos de pesquisa AMBITEC, POLITECH e DESS, Gerente dos laboratórios LACC (Laboratório Avançado de Construção Civil) e LMCC (Laboratório de Materiais de Construção Civil), membro do comitê do Núcleo Docente Estruturante e Vice-coordenadora da graduação do curso de Engenharia Civil da Escola Politécnica da Universidade de Pernambuco. Tem experiência na área de Engenharia Civil, com ênfase em Materiais e Componentes de Construção e Desempenho e Inovação Tecnológica, atuando principalmente nos seguintes temas: construção civil, tecnologias e processos de produção, produtividade, revestimento cerâmico, argamassa colante, gesso, resíduo, reciclagem e construção sustentável.

Referências

SOBRINHO, C. W. A. P., BEZERRA, N. M., COSTA, T. C. T., SILVA, C. B. A.. Divisórias internas de edifícios em alvenaria de blocos de gesso - vantagens técnicas, econômicas e ambientais. Instituto de Tecnologia de Pernambuco, 2011.

SANTOS, A., RAMOS, N.M.M., MAIA, J. & DELGADO, J.M.P.Q. Hygrothermal performance of Brazilian gypsum walls. Journal of Building Physics, p. 1744259118779021, 2018.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 16494. Bloco de gesso para vedação vertical - Requisitos. Rio de Janeiro, 2017.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15575-4. Desempenho de edificações habitacionais. Rio de Janeiro, 2013.