Métodos de Avaliação Pós-Ocupação sob a ótica da acessibilidade

Resumo

Segundo dados do último censo de 2010 realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e estatística (IBGE), 23,9% da população brasileira possui algum tipo de deficiência. Isso equivale a, aproximadamente, 46 milhões de pessoas. Assim, discutir melhorias para a construção de um ambiente de igual oportunidade para todos é essencial. Para tanto é de fundamental importância compreender as pessoas e o espaço, além de das ferramentas de inclusão social. O objetivo desse trabalho foi estudar a utilidade dos métodos de Avaliação Pós-Ocupação (APO), especificamente o mapeamento visual e a técnica do passeio acompanhado. A metodologia utilizada na pesquisa seguiu as diretrizes do PRISMA, Relatório Preferidos para Revisões Sistemáticas e Meta-análises (LIBERATI et al., 2009). Os artigos encontrados foram pesquisados através da base de dados SCOPUS. O método do mapeamento visual é definido por Machado et al. (2008) como uma ferramenta que permite ao usuário fazer uma avaliação do seu ambiente de trabalho através da utilização de plantas baixas. O método do passeio acompanhado foi desenvolvido por Dischinger (2000), que consiste em visitas acompanhadas aos locais que se pretende avaliar, junto a pessoas que sofrem restrições no uso do espaço ou alguma característica considerada relevante para a pesquisa. É possível afirmar, portanto, que para uma Avaliação Pós-Ocupação sob a ótica do Desenho Universal (DU), o método do passeio acompanhado e o mapeamento visual quando combinados mostram-se mais eficazes, pois além de mostrar a visão da pessoa com deficiência sobre o lugar, refletem de forma real as dificuldades vivenciadas por cada grupo de pessoas com deficiência, tanto nos deslocamentos como na orientação espacial. Entende-se que, é necessário o uso de métodos de APO que permitam uma avaliação do ambiente construído sob a ótica da acessibilidade, a fim de viabilizar um diagnóstico que fundamente adaptações que atendam os princípios do DU.