Uso da termografia infravermelha para o estudo do desempenho térmico de paredes: revisão bibliográfica

Resumo

A termografia infravermelha, como vista por pesquisadores, pode ser utilizada para medição de emissividade, determinação do coeficiente global de transferência de calor, entre outras aplicações, demonstrando assim que tem potencial para descobrimento de novas utilizações e funcionalidades (BAGAVATHIAPPAN et al., 2013; PORRAS-AMORES, MAZZARRÓNB, CANAS, 2013). De toda a energia consumida na Europa, 40% provêm da sua utilização em edificações.  Ações como o estudo prévio do comportamento térmico e verificação in loco de paredes posteriormente da construção, possibilitam encontrar possíveis patologias e/ou deficiências de projeto que levam a uma redução de seu desempenho térmico (O’GRADY, LECHOWSKA, HARTE, 2017). Esta é uma revisão sistemática sobre a termografia infravermelha com a finalidade de direcionar os princípios do desempenho térmico de paredes de alvenaria que visa trazer os conceitos de termografia, a sua utilização no Brasil e no mundo, metodologias e a revisão de literatura sobre as propriedades térmicas e seu comportamento, pontes térmicas, diferença de temperatura e infiltrações de ar. Utilizou-se uma abordagem crítica sobre o tema e foi feita uma pesquisa com busca automática e snow-balling, seleção e peneiramento dos artigos para restringir os artigos ao tema desejado. Foram verificadas algumas literaturas sobre a termografia infravermelha em vazamentos de ar, pontes térmicas, propriedades térmicas e medição de temperatura e concluiu-se que é necessário ter alguns cuidados durante a execução dos experimentos e medições para evitar erros na análise dos dados. De uma forma geral, a maioria dos trabalhos sobre a termografia infravermelha optou pela análise quantitativa ao invés da análise qualitativa. A abordagem ativa também é bastante explorada. Percebeu-se que há uma multidisciplinariedade entre os tópicos abordados, enriquecendo e complementando o estudo feito. Alguns autores utilizaram programas computacionais, principalmente para a medição das propriedades térmicas, quando havia estudos experimentais facilitando a comparação entre valores experimentais e teóricos. Os trabalhos que foram sucedidos utilizando experimentos com protótipos e condições controladas deixaram uma importante consideração de que o próximo passo seria a medição in situ. Ademais foi mostrado que a termografia infravermelha é uma técnica com precisão e simples de ser utilizada, que pode ser cada vez mais explorada e trazer melhores desempenhos e economia energética nas edificações.