Análise da Movimentação de Cargas por Cabotagem no Porto de Suape: Retrato de 2010 a 2017

Resumo

A navegação de cabotagem é a modal com maior potencial de crescimento, segundo o empresariado brasileiro. Dentre os benefícios da cabotagem estão: redução na emissão de poluentes, investimentos menores em manutenção em rodovias, menos acidentes nas rodovias e menores custos nos transportes (MARTINS, 2018). Nesse contexto, o Porto de Suape vem se destacando não só pela sua posição geográfica, mas também pelas condições naturais e pelos investimentos recebidos. Diante do exposto, esta pesquisa visa analisar a evolução na movimentação de cargas por navegação de cabotagem no Porto de Suape e evidenciar os potenciais de crescimento das operações logísticas. Inicialmente, conduziu-se uma revisão de literatura quanto à estrutura do Porto de Suape e à cabotagem. Foram coletados dados da navegação de cabotagem no Brasil, de modo geral e especificamente do Porto de Suape, em relação à movimentação/transporte de carga. Os dados estatísticos foram levantados nos Anuários Estatísticos da Agência Nacional Transporte Aquaviário (ANTAQ, 2018) de 2010 a 2017, disponível na página eletrônica da ANTAQ, na qual foram coletados dados da navegação de cabotagem no Brasil de modo geral e do Porto de Suape, especificando a movimentação/transporte de carga tendo Suape como origem ou destino. No levantamento dos dados, é nitidamente claro o crescimento do porto, tanto como rota da navegação de cabotagem, quanto como porto concentrador de carga. O Porto de Suape teve um crescimento percentual maior que o Brasil. De 2013 para 2017, registrou-se o aumento de 78,49% em cargas transportadas e de 78,98% em movimentadas, tendo Suape como origem. Isto quer dizer que as cargas de navios de importação e a produção de Pernambuco foram escoadas para o país a partir desse porto. O fato mais relevante é que mesmo o Porto de Suape tendo aumentado em 3 vezes a movimentação de cargas de cabotagem de 2010 para 2017, o tempo gasto de estadia do navio em Suape teve um aumento de 13 horas de 2011 para 2017, o que mostra a evolução do porto em eficiência operacional. Para aproveitar ainda mais os benefícios da cabotagem, é preciso ultrapassar o costume, da década de 1950, pelo uso do modo rodoviário e a modernização da legislação do setor aquaviário brasileiro.Palavras-chave: Porto de Suape; Movimentação de cargas; Modal aquaviário; Cabotagem