Análise de parâmetros de desempenho térmico de blocos de gesso para vedação

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Pedro Igor Bezerra Batista
Yêda Vieira Póvoas

Resumo

O envelope de uma construção, composto pela cobertura e vedações verticais é a sua principalinterface com o ambiente e, portanto, maior responsável pelo conforto térmico do usuário eeficiência energética da edificação. No Brasil, a normatização desse setor é prescrita nas NormasNBR 15575 (ABNT, 2013) que versa sobre desempenho de edificações habitacionais e, maisespecificamente, pela NBR 15220 (ABNT, 2005) que trata de desempenho térmico deedificações. Os blocos de gesso são uma opção interessante para os avanços em desempenhotérmico de edificações, porém possuem participação irrisória nas normas e em estudos técnicospertinentes. Segundo o USGS – United States Geological Survey (2018), o Brasil é o maiorprodutor de gipsita da América do Sul e o 14o do mundo, com uma produção em 2017 deaproximadamente 3,4 Mt, valor que representou 1,3% do total mundial. Esse enorme potencialindustrial aliado ao potencial do material como isolante térmico em edificações justifica estudossobre suas propriedades relacionadas ao tema. Este trabalho tem como objetivo complementaras tabelas e anexos normativos através de avanços nos estudos de diversos parâmetros dedesempenho térmico para blocos de gesso. A metodologia contou com cálculos de parâmetrosprevistos na NBR 15220, dentre eles: a transmitância térmica, capacidade térmica, atraso térmicoe o fator solar. Além disso, foi confeccionada uma câmara térmica (SPECHT et al., 2010) parasimular o aquecimento desses componentes e observar seu comportamento térmico através dacoleta da variação de temperatura tanto por termopares de contato como por termografiainfravermelha. Os elementos de teste foram produzidos a partir dos blocos de gesso comerciaise instrumentados com termopares de contato. Os testes e ensaios iniciais do experimento coma câmara térmica mostraram congruência entre os valores calculados e a configuração deaquecimento dos elementos de teste. Onde os blocos de menor espessura possuíam maiortransmitância térmica a partir dos cálculos e apresentaram aquecimento mais rápido nasuperfície oposta à fonte de calor durante o experimento. Além disso, com a termografiainfravermelha foi possível observar a diferença de comportamento entre os blocos com e semalvéolos, onde os primeiros apresentaram uma distribuição ascendente de calor enquanto oscompactos mantiveram o foco de aquecimento no centro dos blocos. Os blocos mais espessos(100 mm) mostraram-se mais eficientes termicamente em todos os parâmetros e no ensaio, issose deu pelo aumento da resistência e consequentemente diminuição da transmitância térmica.

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Seção
Engenharia Civil

Referências

ABNT - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15220: Desempenho térmico de
edificações: Parte 1-5. Rio de Janeiro, 2005.
ABNT - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15575: Edificações habitacionais –
Desempenho: Parte 1 -5. Rio de Janeiro, 2013.
SPECHT, L. P.; BORGES, P. A. P.; RUPP, R. F.; VARNIER, R. Análise da transferência de calor em
paredes compostas por diferentes materiais. Ambiente Construído. V.10. Porto Alegre, 2010.
USGS - U.S GEOLOGICAL SURVEY. Mineral Commodity Summaries - Gypsum 2018. USGS. 2 p. 2018.