Comportamento de um solo erodível reforçado com resíduos de construção civil e fibras de coco babaçu

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Michele Joyce Pereira dos Santos
Kalinny Patrícia Vaz Lafayette

Resumo

Encontrar soluções eco amigáveis para a problemática dos resíduos sólidos, principalmente para os oriundos da construção civil e agronegócio, é uma alternativa para promover a manutenção sustentável do meio ambiente. Este estudo buscou analisar o comportamento de um solo erodível de uma encosta localizada na Ilha de Itamaracá/PE, após a incorporação de fibras de coco babaçu e resíduos de construção civil (classe A). O coco babaçu é um fruto que possui alto teor fibroso e, segundo Ferrari e Soler (2015), amostras secas do coco babaçu possuem uma quantidade de fibra bruta que varia entre 59 a 61%, estando estas fibras concentradas no epicarpo do fruto (casca), material descartado como resíduo na cadeia produtiva do babaçu. A melhoria sustentável do solo é uma das vertentes que podem gerar impactos positivos, por meio da introdução de novos materiais não poluentes, e do reuso de resíduos (MENEZES, 2018), ainda, os compósitos reforçados com fibras naturais podem apresentar propriedades mecânicas comparáveis aos não compósitos aplicados com a mesma finalidade, mantendo a vantagem em relação ao reduzido consumo de energia (WU et al., 2018). Como ferramenta metodológica, foi utilizada a investigação temporal para identificar os impactos ambientais causados pelo uso e ocupação do solo da encosta, por meio do sensoriamento remoto, bem como ensaios de caracterização física (granulometria, densidade real e Limites de Atterberg) e mecânica do solo e dos compósitos (compactação e compressão simples) para analisar a efetividade do reforço. A partir da avaliação de impacto ambiental e uso do sensoriamento remoto foi possível identificar que a área da encosta está sujeita à riscos eminentes de acidentes geotécnicos e hidráulico graves, pois o perfil da encosta se encontrava sem cobertura vegetal e apresentava sulcos característicos de processos erosivos. Esses resultados evidenciam a necessidade de monitoramento e aplicação de medidas mitigatórias junto à encosta. Os resultados obtidos nos ensaios laboratoriais, mostraram que o solo da encosta é um argila inorgânica de baixa plasticidade, podendo ser considerada uma pozolana natural, e que esse solo reforçado com 49% de resíduos e 1% de fibra, em relação à massa do compósito, tem sua resistência à compressão aumentada, atingindo o valor de 465 kPa. Também, foi observado que o compósito formado pelo solo, resíduos de construção civil e fibras de coco babaçu, ao ser comprimido, não apresenta planos de ruptura, comportando-se como um material dúctil

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Seção
Engenharia Civil
Biografia do Autor

Kalinny Patrícia Vaz Lafayette

tualmente é Professora Associada da Universidade de Pernambuco (UPE) e atua como docente permanente do Mestrado Acadêmico em Engenharia Civil da UPE (área: Construção Civil). Membro dos Grupos de Pesquisa AMBITEC (Grupo de Pesquisa de Engenharia Aplicada ao Meio Ambiente), DESS (Desenvolvimento Seguro e Sustentável) e AMBISOFT (Tecnologia e Gestão Ambiental - IFPE). Tem experiência na área de Geotecnia, atuando principalmente nas seguintes linhas de pesquisa: - Estabilidade de encostas, comportamento de solos e Obras de Estabilização. - Comportamento geotécnico de solos não saturados; - Estabilidade e erosão de encostas; - Obras de Estabilização / Contenção; - Ensaios de Campo e Laboratório; - Ensaios específicos para determinação da taxa de desagregação do solo e transporte de sedimentos;- Desempenho e inovação tecnológica dos Resíduos da Construção Civil (RCC);- Sustentabilidade em Áreas Urbanas